21 fevereiro, 2015

resenha - O Primeiro Telefone do Céu

E SE O FIM NÃO FOR O FIM?
Numa sexta-feira comum, o telefone de Tess Rafferty toca. É sua mãe, Ruth, que morreu quatro anos antes. Em seguida, Jack Sellers e Katherine Yellin recebem ligações semelhantes, do filho e da irmã, também já falecidos. Nas semanas seguintes, outros habitantes de Coldwater afirmam que estão em contato direto com o além, e que seus interlocutores lhes pediram para espalhar a boa-nova ao maior número possível de pessoas. A mensagem é simples: o céu existe, e é um lugar onde todos são iguais.

Em pouco tempo, correspondentes de diversos meios de comunicação aportam na cidade para transmitir os desdobramentos do fenômeno que pode ser o maior milagre da atualidade. Visitantes do país inteiro começam a surgir, as vendas de telefone disparam e as igrejas se enchem de fiéis. Apenas uma pessoa desconfia da história: Sully Harding, ex-piloto das Forças Armadas. Após quase morrer num desastre aéreo, perder a mulher e cumprir pena por um crime que não cometeu, ele não acredita num mundo melhor, muito menos após a morte. E quando seu filho pequeno começa a esperar uma ligação da mãe morta, ele decide provar que estão todos sendo enganados. O primeiro telefonema do céu é uma história de mistério e, ao mesmo tempo, uma reflexão sobre o poder da conexão humana.

Em uma narrativa que vai tocar sua alma, Mitch Albom prova mais uma vez por que é um dos autores mais queridos da atualidade

Imagine que você tem alguém que ama muito e que se foi... É fácil lembrar? Você tem alguém que seu foi?

Acho que a grande maioria de nós tem alguém que já se foi e que amamos. Eu tenho. Tenho o meu irmão.



Imagine receber um telefonema dessa pessoa dizendo que está num lugar muito lindo... que está bem. Essa mesma pessoa tem a voz que você conhece tão bem e sabe de fatos que apenas vocês sabiam.

Até aqui já é difícil o bastante, não é? (e curioso o bastante!)

Nessa nossa vida onde acreditamos só ser real o que pode ser provado em laboratório (Ciência), como reagiríamos se algo assim acontecesse? Creríamos? Acharíamos estar alucinando, enlouquecendo?

Mitch Albom nos coloca nessa situação quando retrata a vida de uma sociedade numa cidade pequena (Coldwater) onde isso acontece com vários habitantes, e uma delas declara abertamente na Igreja o que anda acontecendo. Pronto! A mídia fica sabendo e a cidade entre em polvorosa!

Daí pra frente a bagunça é total e irrestrita: o oportunismo, o ceticismo e a fé brigam entre si, da mesma forma que as personagens e nosso envolvimento cresce, bem como nossas reflexões.

Todos querem receber a tão falada ligação do além... até que uma das habitantes, Tess, afirma que sua mãe disse que "É melhor do que em nossos sonhos", mas também  fala de uma abertura que não vai durar muito tempo e soma-se aos outras ações e sentimentos um outro: o desespero!

Sobre a morte, os pensamentos de Sully (personagem fofo que perdeu a esposa):

"É preciso começar de novo. É o que todos dizem. A vida, no entanto, não é um jogo de tabuleiro, e a perda de uma pessoa querida nunca é como 'recomeçar um jogo'. É, acima de tudo, 'continuar sem'."

Depois de muitos acontecimentos. De saber da vida dos personagens e de se enternecer, de torcer com eles e por todos eles (de querer receber uma ligação também), ou seja, de muito envolvimento que o autor soube colocar de sobra na trama, ele termina o livro de uma forma que deixa TUDO A DESEJAR.

Poxa, o final foi realmente decepcionante!!!!... mas, a história vale a pena.

Talvez meu "tom" esteja um pouco deprê agora porque agarrei no livro até o final, justamente pelo final e o final, pra mim, foi frustrante. (são 2h23 da matina - levem isso em consideração, porque eu levo)

Vale a pena lê-lo, ainda que com um final frustrante (veja bem, frustante no meu ponto de vista, o seu pode ser diferente)? A resposta é sim!

Eu adoraria ter o pescocinho de Mitch Albom para torcer com todas as minhas forças até que ele reescreva o final? A resposta também é SIM! :)

A premissa é mais do que interessante! A história é bem elaborada e bem alinhavada. As personagens são críveis e me fez lembrar da série "Resurrection" (pela qual sou apaixonada). Fiquei presa na história e tive a música abaixo na minha cabeça o tempo todo (Detalhe: Não sei se a música é do Lenine, com o nome de O Que Você Faria ou se é do Paulinho Moska, com o nome O Último Dia)...  minha cabeça cantava enquanto eu lia...

De qualquer forma, eu leria o livro e recomendo-o, mas... já aconselho: espere muito da criatividade da história e pouco da conclusão.

Deixo vocês com a música que povoou minha cabeça durante toda a leitura (porque o livro, dá mesmo a impressão de um fim do mundo):

Meu amor
O que você faria
Se só te restasse esse dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz o que você faria
Ia manter sua agenda
De almoço, hora, apatia?
Ou esperar os seus amigos
Na sua sala vazia
Meu amor
O que você faria
Se só te restasse esse dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz o que você faria
Corria pr'um shooping center
Ou para uma academia?
Prá se esquecer que não dá tempo
O tempo que já se perdia
Meu amor
O que você faria
Se só te restasse esse dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz o que você faria
Andava pelado na chuva?
Corria no meio da rua?
Entrava de roupa no mar?
Trepava sem camisinha?
Meu amor
O que você faria?
O que você faria?
Abria a porta do hospício?
Trancava da delegacia?
Dinamitava o meu carro
Parava o tráfego e ria?












11 comentários:

  1. Poxa, né? Por que eles fazem isso com a gente?
    Colocamos tanta expectativa no final... :/
    Mas assim, eu acho que, se não fosse pela sua renha, eu não me empolgaria com a história.
    Fico desconfiado de livros com essa temática um pouco sobrenatural, sabe?
    Minha curiosidade está toda na reação dos moradores de Coldwater (que nome é esse?)... Interessante imaginar como seria o comportamento das pessoas caso isso acontecesse.

    Então, quem sabe um dia...

    Abraço, friend. E eu super acredito na sua conclusão a respeito do final.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eu amo toda e qualquer temática sobrenatural... em especial as que trazem como tema central "vida pós morte".... espíritos, enfim.... quando li a sinopse, já quis colocar minhas mãozinhas no livro, Luan.... e foi bom... mas no final, não houve clímax! :(

      Excluir
  2. Sua resenha me deixou bastante curiosa para ler esse livro, mas esse final... ;/
    Não entendo também porque os autores fazem isso com nós, leitores, que ficamos sempre com a expectativa do final. Mesmo assim, vou colocá-lo na minha lista de livros para ler. Esse universo do sobrenatural, do espiritismo, me encanta bastante, e sempre faz refletir sobre a vida.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Priscila,
      sua linda!
      Parece que temos gostos e expectativas parecidas em relação à Literatura, não é?
      Pois é... p finalzinho é de arrancar os cabelos ~X( ...rs
      beijos em você!

      Excluir
  3. Telma!
    Cada vez que leio uma resenha desse livro fico bem interessada em ler porque é algo bem diferente do comum e quem não quer receber uma ligação do além de quem se ama muito?
    Não sei em que os escritores andam pensando ao terminar seus livros, porque os que tenho lido ultimamente sempre deixam a desejar quanto ao final...uma pena.
    Quanto a Música, nas verdade os dois são autores, tanto o Lenine(meu conterrâneo) quanto o Paulinho Moska e ainda tem um terceiro Billy Brandão...e o título é mesmo O que você faria? Boa demais...
    cheirinhos
    Rudy

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olha... Obrigada por em tirar a dúvida, sobre Lenine ou Paulinho... amo os dois mas não sabia quem era o autor. Ambos! Por isso a música é tão genial.
      O livro é intrigante mesmo, Rudy.
      montes de beijos em você!
      ;)

      Excluir
  4. Amo esse livro...
    Resenha maravilhosa Telma... Li o livro em Inglês e sou suspeito porque sou apaixonado pela escrita do Mitch...
    Mas eu queria era mesmo receber uma ligação que não fosse da operadora me mandando por crédito. Kkkk

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. hahahahahahaha
      A escrita é maravilhosa mesmo... apenas o final me frustrou... mas eu o leria novamente, sem a menor dúvida.
      E recomendo.
      *smack*

      Excluir
  5. Resenha com a "carinha" (preferia dizer "rosto", mas "carinha" é bonitinho, ok?) da Telma.

    Intensa, delicada, divertida e, principalmente, construtiva.

    "A premissa é mais do que interessante! A história é bem elaborada e bem alinhavada. As personagens são críveis e me fez lembrar da série "Resurrection" (pela qual sou apaixonada). Fiquei presa na história e tive a música abaixo na minha cabeça o tempo todo (Detalhe: Não sei se a música é do Lenine, com o nome de O Que Você Faria ou se é do Paulinho Moska, com o nome O Último Dia)... minha cabeça cantava enquanto eu lia...

    De qualquer forma, eu leria o livro e recomendo-o, mas... já aconselho: espere muito da criatividade da história e pouco da conclusão."

    Acho que esses singelos parágrafos resumem o que a obra é (densa na maior parte, mas rasa e vaga no final).

    Agora, sejamos sinceros, que Título, heim!? Chama a atenção de qualquer um.. Puts.. Amei (muito original)!

    Beijos, amor da minha vida!

    <3

    =)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Well, meu lindo como é bom ver seu comentário... ;)
      Amo, amo, amo ver suas letrinhas aqui! :D
      é... o finalzinho poderia ser mais... digamos... BUM!
      Um super beijo!

      Excluir
  6. Estou um pouco menos ansiosa por essa leitura agora! Pra mim o final é uma das partes mais importantes da leitura então...
    Mais como já tenho ele aqui pretendo ler, é claro, mas com menos expectativas.
    A premissa me parece bem diferente do que costumo ler.
    Bjs

    ResponderExcluir
:) :( ;) :D :-/ :P :-O X( :7 B-) :-S :(( :)) :| :-B ~X( L-) (:| =D7 @-) :-w 7:P \m/ :-q :-bd

Vai ser muito bom saber o que você achou dessa postagem!
Opine!