05 novembro, 2014

Androides sonham com ovelhas elétricas?





Philip K Dick me parece no contra fluxo de seus contemporâneos escritores de ficção científica, que exploravam o espaço e suas possibilidades em meados do fim dos anos 60.
Todos aguardavam ansiosos a corrida espacial entre a URSS (Rússia) e EUA, mas não Dick.
Neste livro ele optou por construir um mundo que se parece muito com o nosso em muitos aspectos, porém mais high tech.
Este livro foi editado em 68, portanto, um ano antes do homem realizar sua primeira viagem espacial.







Philip K. Dick

Editora Aleph

269 Pgs



No universo de androides sonham com ovelhas elétricas? - o mundo se divide entre pessoas que permaneceram na Terra após a Guerra Mundial Terminus, e os que migraram para as colônias em Marte.



A Terra encontra-se devastada, invadida por uma poeira que exterminou humanos e todos os animais (isso no início, depois foi tendo um efeito mais moderado), esta também afetam as pessoas cognitivamente e também deixando os homens estéreis.



As pessoas afetadas cognitivamente, são chamadas de cabeça de galinha, os especiais e excluídos socialmente.



O enredo é numa primeira camada, um dia da vida do ex-policial Rick Deckard e caçador de androides, que me parece entediado com sua vida e de sua mulher deprimida.



Ele é um caçador sênior, quando acontece um acidente envolvendo um outro caçador de androides mais experiente, ele acaba por ser convocado para liquidar com 6 androides fugitivos de Marte do modelo Nexus 6. 



Este modelo, é que existe de mais novo no mercado cibernético, praticamente impossível de diferenciar um humano de um robô.



Para não matarem um humano por engano, os caçadores usam um teste chamado - Voigt-Kampff , me mede o tempo de reação e mudanças na íris e outras reações biológicas dos possíveis androides.



Não quero me ater aos muitos detalhes deste mundo, por que o livro é curto e de uma leitura veloz, isso poderia estragar sua experiência de leitura.



Este livro que causou uma estranheza enorme com a falta de emoção e ações secas e sem nenhum tipo de suspense, penso que Dick quis criar a sensação de estarmos realmente se “relacionando” com androides frios e puramente racionais.



Confesso que as saídas dos conflitos feitas de forma sem criar uma tensão para o leitor, me aborreceu, mesmo entendendo a intenção do autor.


Acredito que seja por eu não ser uma grande leitora do gênero.


Curti o livro, que mesmo tendo tecnologia absurdas (são minha parte preferida), como capacitores de ânimo, animais elétricos, carros voadores..., trata na verdade da humanidade e as várias questões filosóficas que decorrem dela.



Dick traz uma carga muito humana, num livro de ficção científica.


Podemos questionar, o que é ser humano?, se tenho alguma prótese sou menos humano ou mesmo um robô?. Me lembrei de Deckard questionando se um androide é humano, já que eles tinham grande vontade de viver, muito mais que a mulher ultra deprimida dele.



Um dúvida interessante no livro – Deckard seria também um androide?, me senti no velho dilema de Capitu de Machado de Assis.



A editora Aleph , como sempre capricha em suas edições – esta traz extras com a última entrevista do autor, uma carta ao produtor da empresa The Ladd Company, Jeff Walker (para quem não sabe, Blade Runner, é o filme adaptação deste livro).



E por fim um posfácio muito bacana do jornalista e escritor Ronaldo Bressane.




Marcia Cogitare







15 comentários:

  1. Não sei se me interessei tanto pelo enredo do livro. Acredito que talvez eu possa gostar quando iniciar a leitura. Me parece ser um daqueles livros que você não pode afirmar nada até ter finalizado por completo hahaha gosto de livros que nos faça refletir, adicionarei ele na lista pra quando tiver a oportunidade. Abraços!

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    1. Victor, acho que por ser um clássico da ficção científica já vale a leitura.
      Depois me conte sobre suas impressões.

      Hug

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  2. Apesar de gostar do gênero, não achei legal a historia.
    Não fiquei animada com a leitura.
    *-*

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    1. Mirelle, acho que é um livro que dá as coisas de forma muito rápida, talvez isso gere um desânimo.
      Mas gosto do mundo que Dick criou.

      Hug

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  3. Márcia!
    Fico bem feliz quando vejo uma editora reeditar um clássico do gênero ficção dos anos 60. Lembro que foi um dos primeiros livros que li no gênero na época e fiquei deslumbrada porque é a verdadeira ficção, não essa que hoje os autores trazem cheias de fantasia (não que não goste, mas prefiro o gênero ficção original).
    Interessante, não?
    cheirinhos
    Rudy

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    1. Rudy, entendo teu ponto de vista, gosta dos clássicos do gênero.
      Não sou de ler muito este gênero, mas tenho nestes últimos tempos tenho lido mais.

      Já leu alguma coisa new weird?

      Hug

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    2. Marcia!
      Durante a adolescência li muito H.P. Lovecraft que apesar de não ter a denominação New Weird, classifico no estilo e na atualidade, o próprio King com sua série imensa (não li todos, apenas um...) 'A torre negra', também acredito que se encaixa no estilo de misturar tudo e extrapolar nas criaturas e na ficção...
      cheirinhos
      Rudy

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  4. Marcia, acredito que amaria esse livro - tecnologia, amo!

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    1. Cinthia, eu também gosto muito de tecnologia.

      Espero que vc curta o livro.

      Hug

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  5. A resenha me deixou mais animada para a leitura; este livro está entre minhas futuras leituras e penso que tem tudo para me agradar. Recentemente li Realidades Adaptadas do Dick e me descobri uma apreciadora da escrita e das ideias do autor. Já estou com outro livro dele aqui na estante me esperando, e futuramente o Androides sonham...
    Acho interessante isso que você mencionou, dele querer passar para o leitor a frieza do relacionamento com os androides. Essa questão do ser humano também aparece em vários contos do Realidades Adaptadas e, pessoalmente, gosto muito desse tipo de questão.

    Beijos, Livro Lab

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  6. Aline, fico feliz que vc tenha curtido minha indicação, pretendo fazer mais resenhas do gênero ficção científica.

    Engrçado que pelo título do livro vc pensa que os androides são o foco da história, mas na realidade isso não acontece, eles são um recurso para questionar a humanidade.

    Espero que goste, depois volte aqui para me contar.

    Hug

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  7. Márcia quando eu comecei a ler a resenha do livro, já imaginei que seria sua.
    Porque esse tipo de livro já é a sua cara.
    Essa capa é bem louca, né? E o título muito viajado.
    Ficção científica não é o meu gênero favorito, mas eu daria sim uma oportunidade a ele depois da sua resenha,
    Beijos
    ♫ Conversas de Alcova ♫

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    1. Kris tu me conhece já, rs

      As vezes fujo da sobriedade literária, e vou pra gêneros que não frequento muito, como ficção científica.

      É bom variar e sair da zona de conforto.

      Espero que vc curta o livro, é um clássico do gênero, só por isso já merece a leitura.

      Obrigada pelo carinho, sua linda.

      Hug

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  8. Tive de colocar a mão nessa imagem para conseguir ler, me doeu as visões 7:P
    Não curto muito livros de ficção científica, não me dou muito bem com eles, mas amo quando se tem andróides em livros, e a tecnologia extremamente avançada. O único livro que li e me lembrou um pouco com a resenha foi A fábrica de rodos, Karel Tchapek, mas enfim, não estou muito boa para leituras do gênero, estou mais em românces eróticos ♥, mas qualquer dia se der eu compro para ler.
    Beijos Marcia e até mais.
    ThaynáQ.

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    1. Thayná sei bem como é fases de ler determinado gênero.

      Estas capas também me dão vertigem,rs

      Obrigada por nos acompanhar, é sempre muito gratificante receber as mensagens dos leitores.

      Hug

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:) :( ;) :D :-/ :P :-O X( :7 B-) :-S :(( :)) :| :-B ~X( L-) (:| =D7 @-) :-w 7:P \m/ :-q :-bd

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