Este pequeno conto me fez lembrar de uma geração que acreditava piamente no futuro. No futuro as coisas seriam diferentes, no futuro, tudo seria fabuloso.
Vai estudar menino para ser alguém no futuro...
A missão é suicida: nós nos voluntariamos para o futuro
Nossos pais viviam com a cabeça no futuro. O presente não importava tanto me parecia.
Já nossa geração que vive imersa em extrema tecnologia, o futuro é sempre agora. Não esperamos mais o futuro, somos o futuro.
Até a pretensão da educação de nos salvar um dia, parece absurdamente forçada. Esta também tem mudado. Foi-se o tempo em que o professor era o detentor do saber, a Wikipédia tomou seu lugar e tem nadado de braçada.
Talvez muitos professores ainda não se deram conta na mudança de paradigma nos tempos de internet e continuam bancando o sabichão e porta voz do saber.
Mas vamos ao conto, Clarice nos diz que aconteceu uma inauguração de uma linha metálica e que esta obra humana será nosso legado para a eternidade.
Talvez esta linha seja o trem ou algo que o valha. Uma forma de transporte mais eficiente para as grandes cidades sempre aglomeradas de gente.
E nada é tão simples e comum em Clarice. Uma linha metálica que ganha valor quase espiritual. Parece mais uma brisa da autora (Clarice vc tá dificultando nossa vida de escritores de blog).
Talvez o homem tenha sempre procurado por algo que o salve da morte(a ideia de morte eterna é ainda mais assustador), por isso a medicina avança e a tecnologia com ela.
Ela é deserta por dentro. Mas nós, que aqui estamos, temos um gosto e uma nostalgia pelo deserto como se já tivéssemos sido desapontados pelo sangue
Mas a pergunta fatal do texto, é o que deixaremos como legado para os que aqui ficarem?
Segundo Clarice, não vale apenas as boas lembranças do morto, é preciso algo palpável?
Estou me decidindo, se isso é uma ironia da autora para ilustrar a fragilidade humana de permanência ou se é uma nova proposta "futurística" para o legado do morto em questão.
Leiam o texto e voltem aqui para me ajudarem neste impasse.
Segundo Clarice, não vale apenas as boas lembranças do morto, é preciso algo palpável?
Estou me decidindo, se isso é uma ironia da autora para ilustrar a fragilidade humana de permanência ou se é uma nova proposta "futurística" para o legado do morto em questão.
Leiam o texto e voltem aqui para me ajudarem neste impasse.
Não faremos como os nossos próprios mortos antigos que nos deixaram, em herança e peso, a carne e a alma, e ambas inacabadas
Não se esqueçam de ler sobre as impressões da Silvia sobre este conto - Só ir no Reflexões de Silvia
Clarice Lispector - Todos os Contos
Editora Rocco - Capa Dura - 656 Pgs
Organizado por Benjamin Moser
Marcia Cogitare
Este texto não foi fácil...
ResponderExcluirMas acho que a ideia é essa mesma.
É engraçado como a evolução fez um futuro completamente diferente daquilo que se imaginava antigamente...
Beijo!
Parece um outro mundo para nossos pais.
ExcluirHoje raramente se fala em futuro. A vida ficou mais veloz, talvez seja por isso.
Hug Silvia
Oi Márcia, olha esse conto parece complexo kkk. Partindo da minha própria visão eu não sei se sou capaz de definir o que é realmente um legado, Clarice nos faz levantar questões estranhas. Beijinhos
ResponderExcluirJade, este texto demorei uns dois dias, até ter algo pra iniciar minha escrita.
ExcluirAmo as estranhezas de Clarice
Hug :D
Essa leitura que você fez do conto é rasa, rasa demais, é apenas a primeira camada, a mais óbvia. O assunto no conto É O FAZER LITERATURA. Quem não pode não entre no oco da linha metálica... sinto muito te dizer, mas talvez com isso você acorde em tempo de entrar...
ResponderExcluirEssa leitura que você fez do conto é rasa, rasa demais, é apenas a primeira camada, a mais óbvia. O assunto no conto É O FAZER LITERATURA. Quem não pode não entre no oco da linha metálica... sinto muito te dizer, mas talvez com isso você acorde em tempo de entrar...
ResponderExcluirOi Baltazar, concordo contigo, minha leitura deste conto foi rasa. Mas o que vc não entendeu foi que nunca tive a pretensão de analisar , mas de dar minhas primeiras impressões do texto lido. O que penso ser algo mais clariceano, o sentir, o intuir com outras falcudades do corpo e não apenas a mente.
ExcluirSe você tem alguma análise sobre algum livro ou texto de Clarice, me interesso muito em ler.
Hug
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