Neste conto curto, Clarice nos mostra que a comida repartida , mesmo que entre estranhos, tem um quê de sagrado.
Clarice não nos revela nada, não sabemos onde e quem são essas pessoas que foram convidadas para uma refeição (um almoço) num dia de sábado.
À espera do almoço, bebíamos sem prazer, à saúde do ressentimento: amanhã já seria domingo
A única coisa que sabemos com clareza, é que se tratava de uma obrigação e que todos gostariam de estar em outro lugar. Foram de má vontade ao encontro de quem preparou a comida.
Chegando lá, deram com uma mesa farta e vistosa.
Chegando lá, deram com uma mesa farta e vistosa.
Chegando até a pensar que era outro o convidado, talvez uma pessoa mais importante. Mas não, essa incrível mesa era para eles.
A avareza de não repartir o sábado ia pouco a pouco roendo e avançando como ferrugem, até que qualquer alegria seria um insulto à alegria maior
No restante do texto Clarice passa descrevendo cada elemento da mesa e o que o simples olhar , fazia para com seus espectadores que inicialmente estavam emburrados e sem fome.
Não se conversava, apenas se comia. Como num êxtase para além mundo.
Gosto como Clarice trabalha essa coisa que é comer, sendo algo mágico e de tremenda importância em sua religião (judia não praticante).
Sabemos que os judeus mais ortodoxos tem uma relação diferenciada com a comida, esta é faz parte como expressão de seu credo.
Sabemos que os judeus mais ortodoxos tem uma relação diferenciada com a comida, esta é faz parte como expressão de seu credo.
E vemos também um toque de cristianismo, essa mulher desconhecida que recebe convidados que não merecem aquela mesa, mas são tratados com esmero e presteza.
A anfitriã uma espécie de Messias, que reparte o pão entre pessoas estranhas e não merecedoras daquele ato.
A medida que vão se servindo, o clima vai mudando, o pão os conecta. Ganhamos uma dimensão mística num almoço de sábado.
E a narradora entende a importância do que esta acontecendo ali e finaliza com a frase
Pão é amor entre estranhos
Minha amiga Silvia também escreveu sobre este conto.
Para ler só Clicar Aqui
*Este conto faz parte do livro - A Legião Estrangeira
Clarice Lispector - Todos os Contos
Editora Rocco - Capa Dura - 656 Pgs
Organizado por Benjamin Moser
Marcia Cogitare
Fantástico!
ResponderExcluirOi Luigi, como não se apaixonar por Clarice D:
ExcluirHug
como não se apaixonar por vc neh
Excluir:P
ResponderExcluirJoão Pedro
ResponderExcluirH Berto
ResponderExcluirLucas bilby e ane camélia
ResponderExcluirPior livro,só perde para o livro morte e vida severina, dois lixo de livro!!!!
ResponderExcluirFalou o crítico literário anônimo
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