Criança
tem uma sensibilidade apurada que compensa pela sua falta de
experiência na vida.
Clarice
nos apresenta à um garoto míope e inteligente. Desde muito cedo ele
compreendia que os rótulos eram provisórios e que ele seria a exata
copia de seu comportamento do dia.
Se era inteligente, não sabia. Ser ou não inteligente dependia da instabilidade dos outros
Seus
pais o catalogavam inconscientemente, não parecia existir um diálogo aberto ou mesmo suficiente entre eles.
Engraçado
pensar que os pais sempre marcarão seus filhos independente do tipo
de relação estabelecida entre ambos. O que torna a maternidade e a
paternidade algo extremamente paranoico e pesado.
Mas relaxa,
existe varias formas de amar, assim como de educar uma criança. Acredito que neste campo não exista algo exato.
Então evite as comparações com outros pais e outras crianças.
O que o tranquilizava era saber que a prima, com seu amor sem filhos e sobretudo com a falta de prática de lidar com crianças, aceitaria o modo que ele decidisse de como ela o julgaria
Seus
pais o leva para passar um dia inteiro com uma prima que não tinha
filhos. Assim ele resolve escolher por qual papel ele seria julgado
naquele dia.
Ele poderia
ser um palhaço se assim quisesse ou escolheria o papel de
inteligente do qual já estava familiarizado.
Mesmo sendo míope era quem mais enxergava as relações de forma mais acertada
Clarice
como sempre é uma exímia observadora das relações humanas. E isso sempre me surpreende em seus textos.
Leiam a resenha deste texto no blog Reflexões da Silvia
Só Clicar Aqui
* Este conto faz parte do livro - A Legião Estrangeira
Oi Márcia, esse conto é pura verdade, é incrível como podemos ser seres diferentes para cada observador, principalmente quando somos crianças. E o pior, sempre que crescemos mais um pouco nós classificamos as pessoas, parece involuntário. Me lembrou um livro de Piaget que estou lendo onde ele explica que desenvolvemos conhecimento com relações de associação e classificação de tudo a nossa volta, talvez seja algo realmente inevitável. Beijos
ResponderExcluirJade é realmente inevitável. Tudo julgamos e qualificados conforme nosso repertório pessoal.
ResponderExcluirHug
Ameeeei a frase "Mesmo sendo míope era quem mais enxergava as relações de forma mais acertada", independente de quanto enxergamos, se somos adultos ou crianças, nada como ver as pessoas como elas são por dentro né?! Talvez não tenha nada a ver, mas como seria melhor o mundo se fosse só isso que enxergassemos, o interior das pessoas *-*
ResponderExcluirDaiani, isso seria um pesadelo. Eu não ia querer não rs.
ExcluirHug lindeza