13 novembro, 2016

O Lobo do Mar – Jack London




Resgatado pela escuna Ghost, o náufrago Humphrey van Weyden logo descobre que seu pesadelo estava apenas começando: o capitão por quem foi salvo, Wolf Larsen, em vez de deixá-lo no porto mais próximo o obriga a integrar a tripulação de seu navio, onde impõe uma estranha forma de ordem, na qual a violência ganha ares de filosofia e conhecimento do mundo. No peculiar embate entre os dois homens - entre a concepção de mundo primitiva do capitão e a civilidade e o moralismo de seu refém -, Jack London ultrapassa o romance de aventura, fazendo de O Lobo do Mar uma reflexão sobre o bem e o mal, sobre os determinismos darwinianos da vida e a condição humana.



Editora Zahar - Edição Comentada
Capa Dura
Pgs 368





Gostaria de trazer um clássico da literatura americana , publicado em 1904, para apresentar por aqui. Apesar que a obra é bastante conhecida, inclusive tem duas adaptações cinematográficas (1941 e 1993).

Para quem como eu, tinha receio de obras marítimas, o lobo do mar é de uma leitura extremamente fluída, mesmo tendo vários termos náuticos e descrições durante a narrativa, você pode ir ao glossário no final do livro , onde é listado todos os termos náuticos usados no livro.

O Lobo do Mar traz muitos detalhes autobiográficos do autor. Que era vida loka e que também se aventurou em alto mar num navio de caça as focas, assim como o personagem central de seu livro.

Humphrey van Weyden (uma espécie de Jon Snow (Game of Thrones) do mar), era crítico literário, vinha de uma família abastada e vivia de renda. Nunca soube o que era trabalho pesado, vivia no mundo das ideias, este era seu mundo real, mas tudo mudaria apartir do embarque num navio para visitar um amigo.

Ele sofre um naufrágio e é resgatado pelo navio Ghost e por seu capitão Wolf Larsen (chamado carinhosamente de Lúcifer rs).

E eu não sabia nem nadar cachorrinho. Estava abandonado, flutuando em meio ao que parecia ser uma vastidão primordial cinzenta. Confesso que me entreguei a desvarios e comecei a berrar alto como as mulheres e a espancar a água com meus punhos dormentes


Somente então a crueldade do mar, sua inclemência e seu horror se revelaram para mim. A vida tinha se tornado reles e descartável, uma coisa bestial e desarticulada, um frêmito desalmado no lodo


Pensando estar a salvo, ele se dará conta que é justamente o oposto, ali neste mundo de gente sem moral e sem nenhum traço de civilidade, como ele estava acostumado em seu ambiente social.

No navio Ghost, a força e não a razão é o que irá determinar sua sobrevivência.

Para quem curte um embate intelectual (percebi de ponta a ponta desta obra os conceitos do filosófo Nietzsche serem desenvolvidos) , o capitão Wolf Larsen, se mostra um autoditada e não somente um brucutu violento e amoral.


Às vezes penso que Wolf Larsen é louco, pelo menos em parte, levando em conta todos os seus caprichos e mudanças de humor. Outras vezes vejo nele um grande homem, um gênio desperdiçado. Por fim, estou convencido de que ele é o perfeito homem primitivo que nasceu com um atraso de milhares de anos ou de várias gerações, um anacronismo em nosso século tão civilizado


Ele conhecia bem a psicologia das coisas pequenas, e por meio delas foi capaz de manter a tripulação sempre à beira da loucura


Nosso Humphrey nem imagina o que o aguarda. Nesta aventura , ele se transformará em um homem de fato.
A única coisa que me desagradou, foi quando faltava umas cento e poucas páginas para terminar o livro, temos a aparição de uma personagem feminina e isso deixou o livro muito açucarado. Mas isso é gosto pessoal, em nada tira o brilhantismo da obra.
Gostei tanto deste livro, que tive até uma ideia para uma tatoo rs.


A Editora Zahar está de parabéns, o livro é muito bonito. Tem capa dura, ilustrações, uma apresentação excelente (leia depois que terminar o livro)  um glossário de termos náuticos e notas de rodapé que ajudam imensamente na leitura e nas citações dos personagens de obras literárias mais antigas.


Indico para os leitores com corações fortes










Marcia Cogitare





15 comentários:

  1. Nunca li sobre naufrágios (a não ser que você conte A Pequena Sereia rsrsrs), mas acho que esse tipo de história me agradaria muito! Falando sobre mar, ainda quero ler Moby Dick! E também, um dos livros que ganhei de vocês foi O Último Passageiro, que lerei quando terminar A Casa de André Vianco.

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    1. Lavinia, este livro é bem reflexivo e tem cenas angustiantes. É um livro sensacional.
      Livros que tem mar li dois antes deste - Os Trabalhadores do Mar de Victor Hugo (outro livro excelente) e O Velho e o Mar (não me agradou em nada este livro).
      Também quero ler Moby Dick. Poderíamos planejar para lermos juntas, o que acha?.

      Hug

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    2. Mesmo com cenas angustiantes não perdi a vontade de ler a história. Histórias interessantes devem sim, ser lidas rs se vale a pena, ok.
      E ler juntas? Nossa seria o máximo! Como funcionaria?
      Bjs

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    3. Oi Lavinia, tenho uma edição da Abril mega velha e o ebook da Cosac Naify. SE vc tiver algum aparelho que lê o formato epub ou mobi, posso te passar o livro digital.

      Podemos escolher o mês de janeiro para ler, fazer uma página no Facebook para irmos trocando ideias durante a leitura.
      Farei resenha dele após terminar, e se vc quiser deixar suas considerações, posso incluir na resenha também.

      O que acha?.

      Hug

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    4. Acho uma ótima ideia Marcia! E sobre um aparelho que lê esses formatos, acho que o meu notebook serve, não?

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    5. Oi Lavinia, serve sim o notebook. Tem um programa que lê a maioria dos formados de livros digitais. Calibre o nome.

      Me add no Face, é Marcia Cogitare.

      Hug

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    6. Desculpe a demora por responder Marcia, add você no face agora rs O meu nome lá é o mesmo que uso aqui Lavinia Simonavicius

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  2. Oi Márcia, admito que sempre fugi um pouco dessa temática náutica porque tenho medo/pavor de mar então o livro por si parece assustador (até hoje tenho um livro do Verne não lido porque "esqueço"). Não conhecia esse livro, adorei a edição e a história parece boa, espero conseguir tempo pra lê-lo. Beijos
    Ps: lembro vagamente da história de Moby Dick, li uma versão adaptada quando tinha uns 8 anos, vou esperar seu feedback e da Lavínia para tomar coragem de ler a original.

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    1. Jade, eu também fugia de romances náuticos, mas li Os Trabalhadores do Mar de Victor Hugo e amei. Ai li este aqui, e gostei muito também. Acho que estou curada da fobia de mar rs.

      Convido vc para ler conosco o Moby Dick se estiver afim.

      Hug

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    2. Estou sim, janeiro é um mês mais tranquilo pra mim. Só não teria como trocar informações pelo face porque não tenho

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    3. Jade, se eu pudesse saída de todas as redes sociais rs.
      Mas vejo que as pessoas dos livros me fazem permanecer nelas.

      Faça um Face só para discutirmos vai, please.

      Hug e muito legal vc ter se juntado as marinheiras nesta viagem.

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    4. Certo Márcia, quando estivermos para começar você avisa e eu faço um. É que nunca fui fã de redes sociais, acho que whats acabou sendo meu máximo ��.

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    5. Jade, pedi para a Telma ver se consegui fazer um espaço aqui mesmo no blog para discutirmos nosso livro.

      Hug

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  3. Achei muito interessante a história desse livro, e pela sua resenha ele parece pegar o leitor de jeito, não sei se pensei isso pq gostei muito da resenha ou se li isso msmo nas entrelinhas Hehehe


    *Ah... Chamado carinhosamente de Lúcifer?! Que estranho kkkkkk

    Beijaaaaoo

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    1. Daiani, este livro é muito bom, principalmente quem curte muito o mundo das discussões literárias e filosóficas.

      Sobre o capitão ser chamado de Lúcifer carinhosamente, foi ironia minha rs.

      Hug

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:) :( ;) :D :-/ :P :-O X( :7 B-) :-S :(( :)) :| :-B ~X( L-) (:| =D7 @-) :-w 7:P \m/ :-q :-bd

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