20 novembro, 2015

Resenha: Confissões de Inverno



À medida que sua família se desintegra, Aidan Donovan, um adolescente de 16 anos, procura consolo em estimulantes químicos, no estoque de bebidas do pai e nas atenções do padre Greg, o único adulto que realmente o escuta.

O Natal chega e seu mundo entra em colapso quando ele reconhece o lado obscuro do afeto que o padre Greg lhe dedica. Enquanto tenta dar sentido à própria vida, Aidan conta com o apoio de um grupo de amigos desajustados: Josie, a garota por quem se apaixona; a rebelde e espontânea Sophie; e Mark, o carismático capitão da equipe de natação.

Confissões de inverno mostra as formas pelas quais o amor pode ser usado como uma arma contra a inocência – mas também pode, nas mãos certas, restaurar a esperança e até a fé.

O corajoso romance de estreia de Brendan Kiely expõe o mal que os segredos mais profundos que guardamos podem causar e prova que a verdade liberta e abre caminho para o amor.



Surtados queridões....

Esse livro é bafônico!


Li rapidinho... a leitura é fluída e as 200 páginas com letras de bom tamanho permitiram essa agilidade.

Não sei ao certo como dizer isso mas, o livro é sensacional, tem algumas "sacadas" interessantes e que deixaram meu coração apertadinho, mas eu esperava mais.

Talvez por conta de ter lido isso antes (a respeito do livro, claro!):
“A estreia impressionante de Brendan Kiely traz à tona um assunto controverso e o aborda com sensibilidade e sutileza.” – Publisher’s Weekly
“O romance de estreia de Brendan Kiely desafia nossos valores e explora os caminhos pelos quais atos feitos em nome do amor podem tanto destruir quanto curar.” – Booklist
É verdade que o assunto é controverso... provoca mesmo uma polêmica danada e que foi tratado de forma sensível e sutil por parte do autor. É fato que em muitos momentos me vi abanando a cabeça em concordância, diante de muitos acontecimentos e aprovando a maneira sábia como o autor abordou o aspecto psicológico de todos os envolvidos, mas achei que poderia ter sido mais explorado. Talvez mais páginas, na minha concepção, fossem necessárias. Talvez mais tragédias pudessem ter sido mostradas, uma vez que o assunto é trágico. Talvez eu esteja sendo ranzinza.... mas o fato é que o livro é muito bom... mas menor do que eu pensava.
Senti uma raiva danada do padre Greg, por sofismar tanto. 
Nessa parte a gente vê a sensibilidade do autor que mostrou claramente como uma afirmação pode ser usada em favor do que se quer obter, como vemos no trecho a seguir:
"As coisas mais importantes da vida exigem uma demonstração de fé", disse uma vez o padre Greg. "Jesus não transformou pedras em pão quando passava fome no deserto, nem se atirou do tempo para provar que era filho de Deus. Ele sabia que podia sobreviver da fé, não de pão, e sabia que não precisava por sua fé à prova para confiar nela. Você deve acreditar em mim, Aidan. Deve acreditar que eu o amo. Tudo correrá bem se você tiver fé no amor que existe entre nós. Amor significa que Deus está agindo."
Padre Greg, dizia essas coisas enquanto cometia pedofilia... e ferrava a cabeça de jovens que "abandonava" quando eles já ficavam grandes demais (16 anos), trocando-os por outros menores.
Aidan foi um desses jovens e vemos o quanto ele ficou perturbado com esse e outros eventos de sua vida:

Mas éramos só eu e o silencio e, naquele dia, senti medo. Eu tinha pavor das outras pessoas e de mim mesmo. Meus medos me oprimiam e me encurralavam. Não conseguiria superá-los se não fossem meus picos químicos. Cheirei a última carreira de Adderall, arrumei a mesa, saí do escritório e finalmente enfrentei a noite.


Senti inveja da liberdade e da independência com que ela comemorava, como se a tristeza fosse uma doença à qual ela estava imune.

O livro é assim, cheio de quotes e essa é uma das belezas dele. Por outro lado, achei que algumas cenas foram lights demais, quando se aborda um assunto tão pesado.
Gostei dos crescimento de Adain (ainda que eu tenha achado muito rápido - olhas as 200 páginas, novamente, sendo poucas na minha concepção).
O desfecho é maravilhoso.
Acho que esse livro ajudará muito pessoas que já passaram por esse problema. Mas ainda estou incomodada com a superficialidade da descrição de certas cenas (olha eu sendo ranzinza de novo!)
Deixo com vocês um último quote, que achei sensacional:
Naquela época acreditei nele porque queria acreditar, mas, olhando para a folha em branco durante a aula do sr. Weinstein, pensei em como de fato se inicia uma crença. Não é que ela atinja o sujeito feito um raio, derruba-o do cavalo e pinta seu mundo com cores mais vivas. Na verdade, tudo começa com o desejo de enxergar aluma coisa sob certo prisma ou de ver o mundo por outro angulo. É o desejo que prepara o terreno. Faz a ente acreditar que as nuvens estão se abrindo - e se abrindo exclusivamente para nós.
Se você conhece alguém que sofreu, com a pedofilia, recomende este livro... tenho certeza de que ela irá entender muitas coisas que se passa dentro dela. Nesse sentido o livro é ótimo: mostra as diferentes maneiras que diferentes pessoas são afetadas por esse mesmo problema: o abuso!
beijos, seus lindos!





Achei esse artigo muito interessante, quando se trata de pedofilia e a Igreja Católica, caso queira inteirar-se mais do assunto: CLIQUE AQUI


PS.: Possíveis erros gramaticais ou ortográficos serão corrigidos em minha releitura

12 comentários:

  1. Telma realmente é um assunto complicado. De acordo com sua resenha o livro tem seus deslizes mas tem uma mensagem que fará a diferença para quem viveu este horror.

    Hug

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    1. Sem sombra de dúvidas, Marcinha!
      Delicado e, infelizmente, atual!
      beijos, muitos.
      :*

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  2. eita coisa ... como você disse em resposta a resposta a Marcia, esse é um assunto super atual, e como eu odeio esse assunto viu..
    não entendo como as pessoas conseguem fazer esse tipo de coisa, ainda mais com crianças, indefesas crianças...
    mas enfim, gostei muito de sua resenha e espero que esse livro possa chegar nas mãos de, principalmente, quem precisa..
    beeijos

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    1. Idem, Dai!!!!
      Não compreendo e não tolero. Sou radical no tocante a isso.
      muitos beijos.
      :)

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  3. Acho muito interessante quando os autores abordam temas tão reais e tão pouco trabalhados. Mais interessante ainda mostrar os dois lados, o do abusador (com sua patologia e o eterno uso da desculpa do "amor") e do abusado (os traumas, sequelas e futuro incerto que os aguarda). Mas pela sua resenha, Telma, parece que o autor não se aprofundou tanto quanto possível (será que a culpa realmente é do número de páginas?) e não chocou tanto quanto a realidade choca. Mas ainda assim parece ser uma leitura muito boa! ;)

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    1. Eu realmente acredito que seja a quantidade de páginas, ou quem sabe, de propósito ele tenha abordado com mais suavidade para o benefício daqueles de viveram/ vivem ou convivem com essa situação.
      A mim, foi como vc disse: faltou o choque e impacto explícito que a realidade oferece. Muito embora tenha consequências impactantes mostradas no livro.
      Mas é como eu disse: pode ser só ranzinzice minha!
      ;)

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  4. Sabemos que o autor é bom quando ele sabe abordar assuntos assim tão reais que as vezes por mais ruins que sejam sabemos que estão a nossa volta...

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  5. Realmente polêmico e complicado, abordar um tema assim tão delicado (mas infelizmente "comum") não deve ser nada fácil! Fique curiosa pela leitura deste, e vou dar um jeitinho de encaixar em minhas próximas leituras ...

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  6. Uol assunto bem.polemico ne e deve ser horrivel.passar por isso e nao tem problema ser ranzinza quando o livro e bom tem de ter mais paginas ^^ otima resenha

    http://estilodenerd42.blogspot.com.br

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  7. O livro parece ser bem pesado ,e apesar de eu não gostar muito do gênero ,talvez eu lesse ,futuramente talvez .

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  8. Oi!
    Algumas vezes entramos com muita expectativa em algumas livro e acabamos nos decepcionando isso muitas vezes aconteceu comigo e concordo que temos um livro bafônico mas não e o tipo de leitura que gosta de fazer !!

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:) :( ;) :D :-/ :P :-O X( :7 B-) :-S :(( :)) :| :-B ~X( L-) (:| =D7 @-) :-w 7:P \m/ :-q :-bd

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