Resenha: O Reino Dourado

Em nome de Fanom

por Cinthia

Roman Schossig

340 páginas

Editora Fantas

Num mundo imaginário e numa época dominada pela nobreza e cavalaria feudal, um reino vive um período de prosperidade graças às riquezas encontradas nas regiões montanhosas. Na mais rica dessas cidades, Novas Lavras do Sul, a disputa pelas cavernas resultou em guerra entre os humanos e os kobolds, ambos adoradores de Fanom, deus da terra e das rochas. Na medida em que o ouro chega aos cofres da cidade, o ambiente fora das minas também se torna pouco amistoso, arrastando as pessoas para um mundo de falsidade, intriga e opressão dentro e fora do poder. As conspirações para derrubar o governo da cidade e as disputas dentro das minas ainda escondem um grande mistério que agora, no auge do poder da cidade, pode pôr um fim à prosperidade deste reino dourado.

Mais um livro que leio através do livro viajante do skoob, e fiquei surpresa em diversos aspectos. Pensei que seria uma leitura comum de aventura e sobre conflitos de classes de uma cidade devido às riquezas extraídas das montanhas e me deparei com uma narrativa diferente e uma história com um final que não consegui prevê.

Por causa das riquezas encontradas nas montanhas, a cidade de Novas Lavras do Sul vive em seu esplendor, várias pedras preciosas são encontradas nas minas existentes na região, a ganância do governo e de homens que veem o domínio como o meio de substabelecer sobre a população menos favorecida causa vários conflitos de interesses e revoltas que acabam em mortes.

Dentro das minas vivem os Kobolds – humanoides – e durante a narrativa há a inclusão de outros seres como elfos, magos, orcs, anões e bestas.

A população de novas Lavras do Sul não apenas está sob o domínio de governantes déspotas, como também há sempre a alusão dos ataques dos Kobolds sobre os desbravadores das minas. Só que um perigo maior surge e com ele muda todo o destino da cidade, das pessoas e da guerra entre Kobolds e humanos. O final é algo totalmente imprevisto devido esse segredo tão esquecido ou guardado que ninguém sabe, exceto poucas pessoas.

Um fato a ser observado foi a forma que o narrador interage com o leitor durante a narrativa. De início assustei por não ter costume em narrativa com ponto de vista alternado entre terceira pessoa e segunda, mas gostei bastante, já que a interação com o leitor por parte do narrador é bem intensa e marca o texto a cada página.

Os personagens que se destacam para mim foi Julius um dos cabeças da rebelião, Lieni uma cantora de rua, sua amiga Vani – que possui papel importante. Davo o filho do Administrador. Mas, o coveiro e o colecionador são as figuras pelas quais a história toma um novo rumo, e o ar de mistério e sombrio arraigado nos dois me ganhou por completo. Foram os personagens que mais me cativaram durante a história por seus contos sombrios, aventuras e forma exilada de viver. Teve outros também, mas não posso falar deles.

Foi uma leitura agradável com um final que teve muita ação e com personagens que jamais imaginei que viria acontecer por eles, tudo devido o segredo da cidade. Queria muito que o sistema mudasse e sabia que algo ia ocorrer a respeito, mas a reviravolta foi grande, não só a aventura se intensifica no final como também a fantasia.

Indico para aqueles que gostam de livros diferentes, de fantasia, aventura e amam um final em que há reviravoltas e surpresas.

Outras passagens seriam cavadas. Outras vezes Deriano minerou, chegou até encontrar ouro, mas nunca se esqueceu daquele dia, da passagem que abriu e da excitação que causou a escuridão total e aqueles ameaçadores, porém fantásticos, olhos brilhantes. Nunca se esqueceu daquele nome que o fez prometer um dia explorar as cavernas e vê-los de perto: os kobolds.