Maria Rita uma velhinha asiada e endinheirada, se despede rapidamente da filha pouco ou nada afetiva e entra no trem.
Ela irá para a fazenda do filho carinhoso e atencioso.
Sou como um embrulho que se entrega de mão em mão
No trem ela conhece uma mulher que a trata com respeito e consideração. Isso é raro se tratando de uma velha, onde a maioria das pessoas querem distância e não desejam conversas inúteis com alguém onde a vida já se tornou seca e murcha.
Angela Palin, personagem que ganhou um livro só pra ela, abordando o romance desgastante com um intelectual que sugava sua condição de amante e mulher.
Desde que descobrira – mas descobrira realmente com um tom espantado – que ia morrer um dia, então não teve mais medo da vida, e, por causa da morte, tinha direitos totais: arriscava tudo
Neste conto vemos que ambas personagens então em fuga de relacionamentos inapropriados e que em nada contribuem para a sua felicidade individual.
Este conto nos confronta de maneira crua sobre a condição da mulher idosa e que mesmo tendo bens materiais, se vê como um peso morto no seio familiar.
Parece que Clarice resolve desenvolver ainda mais sobre a temática do conto anterior.
Dona Maria Rita pensava: depois de velha começara a desaparecer para os outros, só a viam de relance
Ainda não aprendemos a envelhecer e muito menos nos relacionar com as pessoas de mais idade.
Para ler as impressões da Silvia sobre este conto.
Só Clicar Aqui
Para ler as impressões da Silvia sobre este conto.
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Clarice Lispector - Todos os Contos
Editora Rocco - Capa Dura - 656 Pgs
Organizado por Benjamin Moser
Marcia Cogitare
gostei tanto da senhorinha do conto anterior, ela não tem nada a ver com essa aí :/
ResponderExcluirGosto da Clarice pq ela aborda de tudo um pouco...
o fato de contos serem mais facilmente aceitos faz com que possamos falar de tudo, e que as pessoas leiam de tudo tbm...
e concordo demais com sua última frase..
"Ainda não aprendemos a envelhecer e muito menos nos relacionar com as pessoas de mais idade."
infelizmente o mundo é resumido nisso ai! :(
Daiani,me entristece muito essa nossa mentalidade cultural de achar que quem tem mais idade, não serve para mais nada.Perde o seu lugar no mundo e sua voz.
ExcluirEspero que quando chegar minha vez, eu já tenha aprendido a envelhecer sem neuras.
Hug :D
Esse conto aborda de uma maneira bem realista, mas também muito melancólica, a vida dos idosos. Nos faz refletir muito, até sobre nossas atitudes.
ResponderExcluirLavinia, acredito que a intenção da autora era justamente nos fazer pensar sobre nossos velhinhos e nossa relação com eles.
ExcluirHug :D