Mais
uma cena familiar é demonstrada neste conto curtinho. O título - Uma
Esperança, se trata do inseto, mas este abre caminho para o
sentimento esperança, que mesmo sendo algo muito abstrato e ao mesmo
irreal materialmente, todos devemos ter em nossa vida com alguma medida.
Essa
mãe observa um de seus filhos, espantado com a aparição deste
inseto tão frágil. Acima da cadeira e perto de um dos quadros, o
inseto resolveu trilhar seu caminho.
Este par de olhos vão observando o inseto atentamente e a cada tentativa de escapar de uma aranha que sai detrás de um dos quadros. Ambos praticamente fazem um estudo mental do comportamento do insetinho verde e delicado (quase um documentário desses da tv a cabo sobre o mundo animal)
Então o menino resolve matar a aranha com uma vassoura para salvar a sua esperança, que segundo a mãe , o garoto já compreendia a dualidade da coisa.
Este par de olhos vão observando o inseto atentamente e a cada tentativa de escapar de uma aranha que sai detrás de um dos quadros. Ambos praticamente fazem um estudo mental do comportamento do insetinho verde e delicado (quase um documentário desses da tv a cabo sobre o mundo animal)
Então o menino resolve matar a aranha com uma vassoura para salvar a sua esperança, que segundo a mãe , o garoto já compreendia a dualidade da coisa.
E
claro que assim como em outros contos que já vimos por aqui , a
autora trabalha com a duplicidade. Falando sobre a esperança inseto
e a esperança sentimento.
É um texto singelo, mas que consegue exibir beleza nas relações do cotidiano E captura o momento exato de acontecimentos que numa primeira olhada, parece não ter nenhuma significância.
Assim como os autores russos, Clarice fala do comum com ares filosóficos. Isso sempre me encanta.
É um texto singelo, mas que consegue exibir beleza nas relações do cotidiano E captura o momento exato de acontecimentos que numa primeira olhada, parece não ter nenhuma significância.
Assim como os autores russos, Clarice fala do comum com ares filosóficos. Isso sempre me encanta.
Aqui em casa pousou uma esperança. Não a clássica que tantas vezes verifica-se ser ilusória, embora mesmo assim nos sustente sempre. Mas a outra, bem concreta e verde: o inseto
Ela caminhava devagar sobre os fiapos das longas pernas, por entre os quadros da parede. Três vezes tentou renitente uma saída entre dois quadros, três vezes teve que retroceder caminho. Custava a aprender– Ela é burrinha, comentou o menino– Sei disso, respondi um pouco trágica
Leia as impressões da Silvia sobre este conto - No Reflexões de Silvia
Só Clicar Aqui
*Este conto pertence ao livro - Felicidade Clandestina
Só Clicar Aqui
*Este conto pertence ao livro - Felicidade Clandestina
Clarice Lispector - Todos os Contos
Editora Rocco - Capa Dura - 656 Pgs
Organizado por Benjamin Moser
Marcia Cogitare
Que lindo esse conto deve ser! Também tenho profunda admiração por esse inseto, pois quando criança minha avó sempre dizia que a visita dele era presságio de coisas boas...verde, esperança! Chego até a me emocionar!
ResponderExcluirVou ler. Quero ler todo o livro!
Beijos.
Márcia, é bem coisa de vó este conto né. Traz um aconchego da infância.
ExcluirVocê tem algum aparelho que leem livros digitais?.
Posso de mandar o ebook do livro. Se curtir vc depois comprar o livro físico.
Hug :D
Marcia!
ResponderExcluirSofri para ler, viu? As letras ficaram bem pequenas...
Ainda assim deu para apreciar mais uma análise do conto da Calrice, o que sempre é um imenso prazer, obrigada!
Bom feriado!
“Compreender que há outros pontos de vista é o início da sabedoria.” (Campbell)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
TOP COMENTARISTA ABRIL especial de aniversário, serão 6 ganhadores, não fique de fora!
Oi Rudy, acho que é bug no blogger que deixa as letras pequenas.Porque uso sempre a mesma fonte e tamanho.
ExcluirVocê pode aumentar com o atalho no teclado Ctrl +
Hug :D
Olá, adoro desvendar o duplo significado dos contos - que aqui possui uma sutileza invejável - e fazer mil teorias, além de sentir algo prazerosa após a leitura. Beijos.
ResponderExcluirAlison , somos parecidos neste ponto, também curto quando o autor deixa espaço para dialogarmos com o texto.
ExcluirHug :D
Marcia, estou gostando bastante das postagens no blog dedicadas aos contos e de como uma breve compreensão das coisas faz com que enxergamos os dois lados de uma moeda, e o modo com a Clarice coloca a dualidade das coisas de um posto de vista único é inigualável.
ResponderExcluirNicoli, Clarice tem este ar misterioso e cheio de dualidades.
ExcluirFico feliz que vc tenha gostado, continue nos acompanhando, temos muitos contos de Clarice pela frente.
Hug :D
Oi, Márcia!!
ResponderExcluirEstou amando ler os contos da Clarice Lispector!! A minha mãe sempre dizia que quando esse inseto aparece e por que coisas boas vão acontecer na vida!!
Bjoss
Oi Marta, sabe que também sempre ouvi a mesma coisa. Acho que Clarice aproveitou a crença na esperança e construiu o conto.
ResponderExcluirHug :D
Oi!
ResponderExcluirEstou gostando muito desses momentos com a Clarice Lispector, me lembrar do que já li da autora e me deixou curiosa para procurar mais textos delas, estou adorando as dicas !!
Suzana, a ideia é essa mesmo, levar os leitores a visitar Clarice novamente ou experimentar seus textos pela primeira vez.
ExcluirHug :D
Márcia, eu amo tanto esse conto <3, foi um dos primeiros que li na época que estava me aventurando em textos mais abstratos, acho até que pode ter sido meu primeiro contato com a Clarice (apesar de ter dúvida entre ele e Medo da Eternidade). Depois da metáfora da Clarice nunca mais olhei para esses insetos verdes da mesma forma, eu sempre queria pegá-los e, se possível, proteger para "proteger a esperança". É incrível como o texto de Clarice nos marca. Beijinhos
ResponderExcluirJade, Clarice realmente é uma autora especial.
ExcluirQue incrível que vc ainda lembra qual texto foi o primeiro que vc teve contato.
Isso me fez recordar do primeiro livro da autora que li, Água viva - é me apaixonei perdidamente pela autora.
Hug :D