A
solidão é esmagadora, a falta de conhecimento de si mesmo, como uma
fruta ainda verde, não tinha sentido e utilidade. Apenas existia.
Clarice descreve a rotina de uma garota de 15 anos e seu percurso até seu colégio. Morando à uma hora de distância, o que lhe dava muito tempo para criar seu pensar de menina. E reforçar sua blindagem, não querendo ninguém entre seus pensamentos e seu corpo em desenvolvimento.
O simples fato de pegar o ônibus ou passar entre os homens na rua ou mesmo dentro do transporte, a deixava extremamente desconfortável. Em sua mente inquieta, demoravam o olhar em sua pessoa (neura dela ou já pressentia o que viria), ali sozinha no frio da manhã, onde não se via uma viva alma.
Engraçado que não me lembrava de que os adolescentes andam em bandos por ainda não terem uma identidade muito definida.
Este conto me deixou apreensiva em determinada cena. Não sei se interpretei de forma equivocada ou se aconteceu mesmo o que pensei. Mas gostaria de não falar e interferir na percepção de vocês.
Leiam o conto e tirem suas próprias conclusões.
Leiam o conto e tirem suas próprias conclusões.
Então falarei com a Silvia para ver se não estou viajando na maionese rs.
Ah, preste atenção aos sapatos, eles são citados inúmeras vezes neste conto e tem uma importância de ritmo e sentido.
A tarde transformando-se em interminável e, até todos voltarem para o jantar e ela poder se tornar com alívio uma filha, era o calor, o livro aberto e depois fechado, uma intuição, o calor: sentava-se com a cabeça entre as mãos, desesperada
Aprendera a pensar. O sacrifício necessário: assim “ninguém tinha coragem"
Ela fazia mais sombra do que existia.No ônibus, os operários eram silenciosos com a marmita na mão, o sono ainda no rosto. Ela sentia vergonha de não confiar neles, que eram cansados
Leiam a resenha da Silvia no Reflexões e Angústias - Clique Aqui
*Este conto pertence ao livro - Laços de Família
*Este conto pertence ao livro - Laços de Família
Clarice Lispector - Todos os Contos
Editora Rocco - Capa Dura - 656 Pgs
Organizado por Benjamin Moser
Marcia Cogitare
Oi Márcia, fiquei curiosa para saber que cena é essa kkk. Pelos trechos que você destacou parecia que ela estava com medo de algo, um pouco aflita. Como sempre a Clarice consegue falar de temas bem diversos desde a adolescência a velhice, é muito interessante. Beijos
ResponderExcluirJade, li duas vezes este conto e vi que realmente não viajei na maionese. Aconteceu algo muito sério na vida desta personagem. Leia e me diga o que achou.
ExcluirHug