19 julho, 2016

Emma



Emma Woodhouse, uma jovem bonita, inteligente e encantadora, está decidida a jamais se casar. Ela já possui toda a fortuna e a independência de que precisa e sente-se perfeitamente satisfeita com sua situação, o que não a impede de se divertir planejando casamentos entre as pessoas que a cercam. 

Ao conhecer Harriet Smith, uma moça de status social mais baixo, Emma decide ajudá-la a encontrar um pretendente que seja um verdadeiro cavalheiro. 

Porém, a jovem descobre que interferir demasiadamente na vida dos outros pode por em risco a própria felicidade. Para garanti- la, Emma deve superar seus preconceitos e compreender melhor o que se passa em seu coração. Marcado pela inigualável ironia de Jane Austen e repleto de diálogos geniais, Emma é um retrato vívido da situação das mulheres na Inglaterra do início do século XIX.



Jane Austen
368  páginas

Nova Fronteira


Já faz algum tempo que desejava ler esse clássico e quando vi ele disponível no livro viajante do skoob não hesitei.

É a história de uma moça que já está fora da idade para o casamento instituída pela época e que se julga muito superior a todos os homens que conhecem para se aventurar a se casar. Sim, Emma é muito, muito presunçosa, soberba e cheia de preconceitos. Ela vai ser herdeira de uma grande fortuna e acha que não vai precisar se casar jamais e não quer, a independência que a fortuna lhe concede é algo confortável.

- Continuo tendo a vantagem da experiência de ter dezesseis anos a mais do que você, sem considerar que é uma jovem mulher bonita e uma criança mimada. Vamos, minha querida Emma, tratemos de ser amigos e não se fala mais nisso. Diga à sua tia, pequena Emma, que ela devia dar-lhe exemplos melhores do que reviver antigas mágoas e que se não estava errada antes, agora está.

Sério, ela acha que sabe de tudo, conhece todos e ainda por cima acredita que sabe escolher pares para se formar e encaminhá-los ao casamento, e faz isso com uma moça simples chamada Harriet, mas o que desconhece é que mexer com o coração – principalmente dos outros – pode reservar certas surpresas sempre.  Emma se esforça ao máximo para encontrar o marido ideal para Harriet – e formar pares para todos, principalmente o Sr. Knightley - mas o que ela não vê é que todos os homens só olham para ela e a desejam, coisa que ela acha inadmissível. É muito bom ver a cegueira de Emma e a simplicidade e ingenuidade de Harriet. O contraste é evidente e os diálogos são excepcionais.

- Meu encanto, Harriet, não é o suficiente para me fazer casar. Preciso achar outras pessoas encantadoras... pelo menos uma pessoa. E não apenas não pretendo me casar agora como também não tenho a mínima intenção de me casar no futuro.

Emma é a personagem principal, bonita, educada, muito rica e aquela que com sua perspicácia se acha a melhor indicada a resolver tudo, para ela não há ninguém melhor do que ela e mais inteligente. Uma personagem difícil mas com classe, ela não apresenta ser assim, mas é!

Harriet é aquela moça de classe inferior que é introduzida na alta sociedade por fazer amizade com Emma, e Emma apesar de ver e saber da inferioridade de nascimento dela se torna amiga e faz de tudo para conseguir o melhor partido de casamento para ela.

Sr. Woodhouse,  o pai de Emma,  o homem é hipocondríaco e tem por melhor amigo o Sr. Knightley John, que não sai da casa de Emma, a propriedade Hartfield. 

Sr. Knightley John amigo da família de Emma, é dezesseis anos mais velho que ela, a viu crescer e virar uma mulher, nunca se casou, é da alta sociedade e sempre apoia o pai dela e a ela em tudo. Um braço direito, esquerdo, pernas e tudo mais. Sempre presente na casa de Emma. Esse personagem viu Emma nascer, a pegou nos braços assim que nasceu e a conhece como a palma de sua mão. Os melhores diálogos era dele para ela, sinceramente, era ótimo vê-lo dar uma punhalada no ego dela. Tem uma verdadeira adoração por Emma, mas ela é cega minha gente! A moça é cega!

- O senhor confia em mim diante desses bajuladores? Será que meu fútil espírito vai me dizer que estou errada?                                                  - Não seu fútil espírito, mas sim seu espírito sério. Se um a leva a cometer erros, tenho certeza de que o outro a adverte a respeito.

 Como todos os livros de Jane Austen a ironia inserida acusando a discriminação está inserida nesse, e apesar de em certo momento a leitura ter sido um pouco cansativa devido o ego de Emma, compensou nas tiradas do Sr. Knightley e pela autora nos mostrar o quão errada Emma estava e conduzia a situação, e melhor ainda quando ela vê que aquilo que está perto e não é seu ainda, só pertence por momentos e não por ser inserido totalmente em sua vida, e melhor, pode perder a qualquer momento, por não ser seu. Afinal, só temos uma vida, e é curta!

Para os amantes de romance, esse é ideal!

O que de fato a perturbava mais do que tudo era ver que o Sr. Knightley não dançava. Lá estava ele, entre os observadores, onde não devia estar; deveria estar dançando e não em companhia dos maridos, pais e jogadores de uíste que apenas fingiam ter interesse em assistir à dança enquanto a partida não começava. Jovem como ele ainda era! Em nenhuma outra situação o Sr. Knightley teria chamado tanta atenção quanto no momento. Alto e elegante, parado entre as formas arredondadas dos homens mais velhos, era tão impressionante que Emma sentiu que ele atraía todos os olhares e, exceto por seu parceiro, não havia nenhum entre os homens mais jovens que pudesse se comparar a ele.




11 comentários:

  1. Aii!!!! Eu já li esse livro e amei! Adoro Jane Austen *--* depois que li ele, um dia vi por acaso o filme " As patricinhas de beverly hills" e vi que ele foi inspirado nesse livro, mas que passa a história numa versão mais moderna.

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  2. Oi.
    Ainda não tive o prazer de ler nada dessa autora, apesar de sempre ver comentários ótimos a respeito de suas obras. Gostei muito da sua resenha, e se surgir uma oportunidade, vou dar uma chance a esse livro! A premissa do livro é muito convidativa. Obrigada. Beijos.

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  3. Oi Cinthia, o que dizer sobre Emma além de que amo essa história?! Conheci Emma depois de ler que As Patricinhas de Beverly Hills foi inspirado nele e, fã como sou desse filme, precisava conhecer o clássico em que se baseou. Sou apaixonada pelo Sr. Knightley, ele e a Emma juntos são muito bons mas ela é tão cega que até irrita. Adoro a Jane, ela é uma autora fantástica e esse livro, assim como Orgulho e Preconceito, tem uma temática que é sempre atual! Beijinhos

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    1. Jade, nunca li As Patricinhas de Beverly Hills, creio que meu preconceito é grande pelo livro e filme, só porque penso ser muito fútil, acredita? Mas você e a Lavinia fizeram que visse com outros olhos e fizeram mais, minha curiosidade foi ativada kkkkk Depois quero dar uma olhada nesse livro e filme. Amo Jane Austen por isso. Apesar de ter sido escritos em 1800 consegue ser atual devido as temáticas. E, sou louca por aqueles vestidões, acredita?

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    2. Oi Cinthia, livro eu acho que não tem não, mas o filme é muito bom, espero que goste! Também tive um preconceito no passado mas depois me apaixonei. E quanto as roupas, elas são mesmo maravilhosas, queria usar um daqueles vestidos mas a época e o calor não me permitem kkk

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  4. Cinthia, só você pra me fazer ler resenha sobre a literatura de Jane Austen.
    Dela li somente Orgulho e Preconceito e resolvi para por ai, definitivamente não é o tipo de literatura que me fisg, mas entendo que isso é gosto pessoal e que muita gente celebra a autora.

    Amo suas resenhas, sempre muito bem estruturadas e claras.

    Hug

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    1. Marcia fiquei emocionada por você dizer que as resenhas são estruturadas e claras, sempre as acho uma bagunça, sempre penso tanta coisa ao mesmo tempo e vem tanto dos livros que leio, me perco no que devo colocar ou não. As vezes fico bloqueada ao escrever. Como nesse livro, o li a quase um ano atrás e não conseguia fazer a resenha, daí nessa semana consegui colocar um pouco dele no papel. Sinceramente, é um grande elogio e agradeço muito. Ah, odeio romances (não sei se vou ter de mudar essa frase minha) mas há alguns que simplesmente me cativam, e não consigo ficar sem ler, os clássicos, acho fantástico e para mim uma descoberta conhecer como era o antes, bem antes, pensamentos, sou curiosa demais em saber como todos pensam ou pensaram. Sou movida a curiosidade. Mas, amo a escrita dela, e a vida dela também, como era na época para a mulher ser ensinada, ela só foi devido o pai dela ensinar crianças. Foi algo atípico, ela nunca conseguiu se casar, o noivo morreu... há vários indícios que duas obras dela estejam relacionadas com amores dela. Viu, curiosidade kkkkk Obrigada, abraços.

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  5. Cinthia, sempre leio suas resenhas, mesmo sabendo que os livros indicados não são para o tipo de leitora como eu.

    Gosto da forma organizada que pensa e coloca no papel. Quem lê vc, pode perceber como vc é metódica.

    E é fascinante mergulhar no mundo literário clássico, isso concordo com vc.

    Também sou uma pessoa curiosa, acho que esta característica é algo bom, te faz crescer como pessoa e em conhecimento.

    HUg queridona

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