02 abril, 2015

Filme - Whiplash - Em Busca da Perfeição (2014)







Oi meus surtados favoritos, tudo beleza com vocês.Conforme o prometido, eis nossa primeira crítica de cinema por aqui, espero que vocês possam curtir e comentar. Estou ansiosa para saber a opinião de cada leitor do Surtos Literários. 











Damien Chazelle assina direção e roteiro deste longa explodidor de cabeças, oh cara foderoso, com apenas 29 aninhos de idade, já chega com pé na porta e soco na cara.



Trabalhos anteriores do rapaz como roteirista - O Último Exorcismo parte 2 e Toque de Mestre, ambos de 2013.



Whiplash é um drama / musical (eu confesso que tenho uma quedinha por filmes que tratam o tema música, não confundir com o gênero musical, este eu passo longe).



O plot deste filme é bastante simples, o que não significa previsível - Andrew Neiman (Miles Teller) jovem baterista que cursa o 1° ano de um dos melhores conservatórios dos EUA, o conservatório Shaffer, onde Terrence Fletcher (J.K. Simmons), o professor respeitadíssimo de Jazz, porém de metodologia questionável e por muitas vezes condenável (se comporta de forma racista e homofóbica na maior parte do tempo), o escolhe para tocar em sua sala, juntamente com sua banda, que representa o conservatório Shaffer nas competições musicais pelo país.







Todo o filme se desenrola tendo como base a relação entre estes dois personagens - Fletcher, um professor “nazista” (apesar que puxando da memória, me lembrei da antiga série Oz produzida em 97 pela HBO, onde J.K.Simmons de fato fazia o papel de presidiário ariano nazista, acho que ele já estava treinando para o futuro papel, rs), mas aqui ele consegue ser ainda mais bizarro e assustador que seu antigo personagem.



Já seu aluno, Andrew , acompanhamos todo seu desenvolver na parte técnica da bateria e como também, seu temperamento, este vai se tornando cada vez mais parecido com o do seu”amável” (só que não) professor Fletcher.
Você o vê destilando toda a sua arrogância e obsessão nos treinamentos e ensaios com a banda, afinal ele deseja se tornar um dos grandes bateristas, como ele mesmo diz numa das cenas do filme.
Tá explicado a razão dele ser solitário e sem amigos.


Nos primeiros segundos de filme, temos a execução de uma bateria, que me fez pensar numa marcha militar, o que não é totalmente estranho, olhando para os alunos do professor Fletcher, vemos uma mesma postura, a de soldados que temem e respeitam (como músico, porque como pessoa é impossível) seu general.






Outra coisa, pertinente, é perceber o estilo de filmes esportivos que migram para a forma narrativa, que é rápida e tensa.
Podemos observar a competição acirrada entre os bateristas para ver quem ficará com a posição titular na banda, a questão da superação (numa das cenas vemos as mãos de Andrew totalmente massacradas e sangrando, mas ainda assim , ele não interrompe seu treinamento.


Tudo é muito dramático com suor e lágrimas e alguns F.U.C.K., pelo caminho.


Whiplash é cheio de planos detalhes, algo que funciona muito bem neste gênero de filme, e que acaba por dar um dinamismo muito grande a narrativa.


Não esquecendo dos movimentos de camera, o meu preferido e numa das cenas iniciais , quando a camera abre na sala com a banda toda sentada, passa por trás do Fletcher, a banda ganha desfoque e fecha o zoom e foco na mão do Fletcher , erguida em repouso, os músicos esperando o movimento de comando , o inicio da regência (tenso).





A trilha sonora também não é algo solto, você consegue percebe que esta conversa com as cenas de forma quase que orgânicas, levando o espectador a emoção proposta pelo diretor.



Whiplash foi o primeiro filme de 2015 que vi no cinema, sai de lá totalmente arrebatada, tamanho o impacto do filme sobre mim (isso é muito raro acontecer comigo).
Se entre minhas habilidades musicais, constavam guitarra imaginária, claro que não tive como não sair do cinema, sem tocar uma bateriazinha igualmente imaginária, e sabe que tô ficando boa nisso,rs.


Para quem, que como eu , é totalmente analfabeto de pai e mãe em matéria de Jazz, o filme traz nomes como Charlie Parker, Joe Jones, Buddy Rich, corre lá nas internet da vida e pesquisa manolo, ve se é a tua praia este gênero musical e curta as músicas dos caras.


Agora algumas curiosidades:

Whiplash antes de ser concebido como um longa, primeiro teve que ser produzido como um curta metragem para vender a ideia para a indústria cinematógrafica que estava resistente quanto ao alcance de público do filme.




O ator Miles Teller, já tocava bateria, por isso não precisou de dublê no filme, apenas de treinamento dobrado.

O diretor Damien Chazelle, tocava bateria quando fazia o 2° grau , e acabou por usar muitas coisas de sua própria vida pessoal neste filme.

Poderia ficar aqui, tecendo mais um milhão de coisas interessantes, mas a resenha já esta quilomêtrica.





Prêmios

Sundance, Globo de Ouro, e vários outros menos conhecidos.

E finalmente , o tão aguardado Oscar 2015

Melhor Ator Coadjuvante – J.K. Simmons

Melhor Montagem

Melhor Mixagem de Som



Afinal, este filme é sobre o que?
Diria que não é sobre jazz, carreira do músico ou mesmo sobre a superação e a conquista de uma carreira brilhante. Nada disso importa, talvez por isso temos um final aberto.

Acredito que se trate apenas sobre o limite que separa a motivação do abuso.


Livro que indico para acompanhar a vibe pós filme:


Livro que casa muito bem com este filme, é o livro “Todo aquele Jazz” - Quer saber mais detalhes sobre ele, Clique Aqui




Trilha sonora, não tem como não seguir a trilha do próprio filme, que na minha opinião, é sensacional e estonteante.


Trailer do Filme no Youtube






19 comentários:

  1. WOW!!!!!!
    Depois de ler essa obra de arte (sua resenha) sobre uma arte que curto tanto (o cinema) eu tenho necessidade física de ver esse filme.
    Até para entrelaçá-lo à sua resenha do livro "All That Jazz".
    Marcinha, todo filme com temática "música" mexe comigo demais da conta. Da mesma forma que você, não sou chegada em musicais mas... a temática música inserida nos filmes acabam comigo. Se houver dança no meio, então.... MORROOOOOO de tanto rever!

    Mais uma das suas resenhas pra serem lidas mais de uma vez.
    Assim que eu puder, vejo esse filme!

    Tô no afã de filmes bons!

    beijocas

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    1. Telma, seus comentários sempre me deixam toda boboca,rs. Acho o máximo, porque sei se estive algo não tão bom, você também me indicará. Então, eu sempre aproveito, qualquer que seja tua opinião.

      Veja o filme correndo, porque é SENSACIONAL.

      Hug

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  2. Márcia!
    Não foi atoa que J.K. Simmons ganhou o Oscar, ele é maravilhoso. Acompanhei o trabalho dele na série OZ e em outros filmes que participou. Gosto muito.
    Gosto dos musicais, todos não, mas tem uns que valem a pena e gosto de filmes com música e dança.
    Preciso assistir o filme, só não sei quando...kkkk
    Obrigada por sua detalhada resenha querida.
    “Que o coelhinho traga muito mais que ovos de chocolate! Que ele lhe traga muita paz, amor, saúde, felicidade, compreensão e carinho. Feliz Páscoa!”.
    Cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/

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    1. Rudy

      Você também viu Oz, adorooooo....

      Sobre o filme, mega indico para todos os fãs da 7° arte e de música, em especial o Jazz.

      Feliz Páscoa amiga e tudo de bom pra tua vida também

      Hug

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  3. Marcia, amei sua desconstrução do filme.
    O Jazz em si não me chamou a atenção, ou bateria (não é meu instrumento preferido até pelo barulho que faz), mas o que me chamou atenção e que tinha percebido durante a leitura de seu texto, foi o que colocou mais no final "sobre o limite que separa a motivação do abuso". Fiquei muito feliz quando expressou isso, e me interessei pelo filme por causa disso. Vou assisti-lo.

    ps: amei essa letra que usou no texto.

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    1. Cinthia, que interessante saber que uma única frase, salvou toda a resenha em sua concepção.

      Espero que você consiga ver ao filme, mesmo tendo muito "barulho" de bateria.

      PS - O nome da fonte usada no texto é (Constantia)

      Hug

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  4. Estou ansiosa pra ver este filme.Pois adoro história intensas assim. Gostei de saber um pouco mais sobre os personagens e principalmente dos atores que os interpretam. Uma história chocante e surpreendente que preciso assistir. Valeu pelos comentários. Me deixaram mais ansiosa ainda.
    Beijos.

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    1. Beth

      Você irá pirar com a dramaticidade do filme, assim que ver, volte aqui e me conte tudinho o que achou deste filmaço.

      Hug

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  5. Nossaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
    Que filme hein, parece ser muito bom, já irei colocar ele na minha lista de filmes para assistir, tenho certeza de que irei gostar muito do filme.
    Beijos *-*

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    1. Camila, coloque mesmo em sua lista e depois me diga o que achou.

      Hug :D

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  6. Me parece bom
    eu sabia que conhecia esse ator de OZ que eu acompanhava
    assistir filmes é comigo mesmo
    pretendo ver sim :D

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    1. Pepi este filme é indispensável ao amantes de cinema, depois me diga se gostou.

      Hug :D

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    2. Pepi este filme é indispensável ao amantes de cinema, depois me diga se gostou.

      Hug :D

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  7. Isso sim é uma resenha super detalhista, coisa que eu adoro. Nunca assisti o filme mas agora tenho imensa vontade. Adoro esse seu jeitinho de nos detalhar as coisas.

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    1. Liih, este filme é sensacional, veja mesmo.

      E sobre a resenha, acabei me empolgando demais, ficou grandinha,rs.

      Hug :P

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    2. Liih, este filme é sensacional, veja mesmo.

      E sobre a resenha, acabei me empolgando demais, ficou grandinha,rs.

      Hug :P

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  8. Assisti no ano passado e fiquei sem ar durante grande parte do filme, o roteiro é sensacional, é dramático, nos envolve, J.K. Simmons dá um show de atuação com seu perfeccionismo, sua vontade de vencer e ter apenas os melhores na orquestra, as cenas em que os bateristas se revezam para atingir o ritmo que Fletcher queria é sensacional, as mãos de Andrew sangrando na bateria, é uma sequência de tirar o chapéu.
    Duas reviravoltas em especial me fizeram gostar mais ainda do filme, uma foi na primeira apresentação que Andrew se atrasa por um motivo grave e mesmo assim não desisti, vai a apresentação e o final que foi surpreendente.
    O Oscar de melhor ator foi muito merecido e todos os prêmios que recebeu, um grande filme, sem dúvidas.

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    1. David, este filme na minha humilde opinião, é um dos melhores filmes de 2015.

      E ver no cinema foi um experiência imersão incrível, sai de lá totalmente atordoada.

      J.K.Simmons é um puta ator, Oscar muito merecido.

      Hug :D

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  9. assisti ao Oscar quando esse maravilhoso filme foi premiado. Fiquei muito entusiasmada para vê-lo!

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:) :( ;) :D :-/ :P :-O X( :7 B-) :-S :(( :)) :| :-B ~X( L-) (:| =D7 @-) :-w 7:P \m/ :-q :-bd

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