Felizes Para Sempre

Em Felizes para sempre, último livro da série Quarteto de Noivas, você vai descobrir que o amor não avisa que está a caminho e, quando chega, vira seu mundo de cabeça para baixo. Parker Brown sabe que subir ao altar é um dos momentos mais extraordinários na vida de um casal. Por isso ela administra a Votos a bem-sucedida empresa de organização de casamentos que fundou com suas três melhores amigas com pulso firme e muita dedicação. Seu dia de trabalho começa cedo às vezes de madrugada, quando alguma noiva ansiosa lhe telefona aos prantos. Mas ela não se importa. Cada vez que ajuda uma mulher a escolher o vestido perfeito para o grande dia ou vê o sorriso nervoso e feliz de um noivo no altar, ela sente que está dando sua contribuição para uma história igual à de seus pais. Porém a rica, linda e inteligente Parker também quer ser feliz no amor. Só que, em vez do intelectual sensível que sempre esteve em seus planos, parece que o destino lhe reservou uma surpresa. Malcolm Kavanaugh é um mecânico de automóveis e ex-dublê de filmes de ação. Amigo do irmão de Parker, ele não tem vergonha de elogiar as belas pernas da moça e, com suas mãos ásperas, faz com que a empresária certinha e controladora simplesmente perca o chão. Agora eles vão descobrir que, mesmo com suas diferenças, podem completar um ao outro. E quem disse que o príncipe encantado não pode chegar numa Harley-Davidson?

Quarteto de Noivas ~ 04

Nora Roberts

293 páginas

Arqueiro

Sei que vai fugir do tema Dark da Telma e da Marcia de post para o mês, mas só falta esse livro para terminar a série, então resolvi ser a diferente até aqui, no blog. Tenho muito a agradecer ao Livro Viajante, li toda a série do Quarteto de Noivas devido a iniciativa das meninas do Lv em fazer uma parceria com a editora, foi o meu primeiro contato com a escrita da Nora Roberts. Gostei muito dessa série, cada uma das meninas são algo a mais e rende muito que pensar sobre seus traumas e desejos e todo o desenrolar das tramas para serem felizes para sempre com o homem que as satisfaça em todos os sentidos. Não seria diferente nesse, claro!

Parker Brown sempre aquela do quarteto pronta a ajudar, apesar de milionária, ama seu trabalho e gosta de ser útil, o que é muito importante. A organizada da turma, eu diria que ela possui TOC – Transtorno Obssessivo Compulsivo, só não digo isso, pois tudo que ela faz, não a transtorna causando dor, como se fosse uma obrigação. Então, creio que não enquadra em TOC.

Nada, absolutamente nada na vida de Parker fica fora do local que ela deseja, ela consegue com astucia manipular tudo e todos para que fique bem, mas respeita a liberdade pessoal de cada um. A personalidade dela foi incrivelmente bem elaborada, portanto é uma boa pessoa, maravilhosa. Sua vida é perfeita, nunca teve grandes problemas, uma família perfeita, a única coisa que a abalou foi a morte de seus pais.

Parker odeia novidades, amante da rotina e não gosta de surpresas, tudo dela é delimitado na linha imaginária feita por ela em seu Black Berry. Durante toda a leitura, de todos os livros, nunca vi Parker sem o aparelho ou não o atendendo, até esse livro.

Malcolm, não podia ser mais diferente que Parker, teve uma vida conturbada devido a morte prematura do pai, começou uma carreira de estrelado que culminou em um acidente que quase o matou, dando significado a sua vida e fazendo-o prezar o que é importante para ele, buscar ser feliz e estar com os que ama, no caso, sua mãe.

Dono de uma oficina mecânica e amigo do irmão de Parker, foi inserido desde o primeiro livro na história por se tornar o mecânico primeiro de Del, e depois de cada uma paulatinamente ganhando espaço entre o quarteto e suas vidas agitadas, portanto não entrou de supetão na vida de Parker.

Nos outros livros Malcolm foi o único capaz de dobrar Parker em alguma coisa, de conseguir o que queria com ela, seja uma conversa ou um beijo roubado/dado. E para Parker o único que a fazia estremecer e ficar sem seu adorado chão/estabilidade. Ele a tirava do sério em todos os sentidos. E para ele, ela vinha de outro mundo, um que ele nunca viveu, pois ela tinha um nome de família, uma família tradicional e riquíssima. 

Tudo o que você queria ouvir de mim enquanto comíamos o empadão também é. O passado faz parte de nós o que somos ou o que lutamos para não ser. Agora volte para a festa, veja se pode ajuda-la de alguma forma. Ela adora gente prestativa.

Então, o livro foi bom? Foi. Só que esperava muito mais dele. Não posso dizer que foi ruim, mas devido a imagem inabalável de Parker, pensei que a Nora Roberts iria fazê-la estremecer e quebrar a imagem, ela fez isso até com o Del, irmão de Parker, e achei tão lindo! Só que ela não fez isso com Parker, e ela continuou a moça sem grandes problemas e com a vida perfeita, sempre. Então para mim, ficou faltando algo. Já que dava para ela ter feito algo para mexer com a cabeça dos leitores. Mas, quem sou eu para ir contra a vontade dela? Ninguém.

O livro segue com a linguagem fluida, leve, com pitadas de sexo, nada extravagante, e segue o padrão dos outros, a família, amizade, a solidez nos relacionamentos imperam nesse livro.

Uma coisa não tenho a reclamar, o final. Se durante a leitura via no livro mais sobre a vida de Malcolm e a reconstrução dos buracos feitos pelos traumas de sua vida, o final arrematou todos os livros e ficou perfeito.

A tradição era algo fixo na vida de Parker, então nada tão perfeito que terminar de forma tradicional e tão simples. Pois ela sempre foi assim, simples, apesar de rodeada de luxo e dinheiro. Para as meninas do quarteto em todos os livros, os vestidos simbolizavam muito de si, e o de Parker não tem como não dizer que foi o que produziu o fechamento de um ciclo de vida para iniciar algo novo e tradicional, assim como ela e sua família.

Viram que amei?! Se por um lado faltou algo, por outro o efeito foi arrebatador. A conclusão perfeita, pelo menos para mim.  E, li muito a respeito sobre Malcolm e muitos queriam uma pessoa que tivesse maior conexão com ela, ou se parecesse com ela. A pior coisa em um relacionamento é ter uma pessoa igual a você, você não aprende, não cresce, ou aprende e cresce pouco. Parker não merecia isso, tinha de experimentar a outra parte do mundo que ela nunca viveu ou teve, mesmo que fosse tentando entender aquele que ficaria ao seu lado. Como disse, a construção da personalidade dela é perfeita, ela sabe ser empática mesmo sendo Parker Brown.

Amei a leitura, não era o que esperava, mas amei! E, quero ler outros livros da autora, a escrita, construção e estrutura é para não colocar defeito. 

Tudo parecia ter feito uma pausa à espera de mudanças, mas e ela? Mudanças tinham muito a ver com perdas e ganhos, abrir mão de alguma coisa para atingir outra, nova e diferente. E, precisava admitir, ela dava muito valor à rotina, à tradição, e até mesmo à repetição. Rotina equivalia a segurança, proteção, estabilidade. Ao passo que era em terreno instável que em geral nascia o desconhecido.