12 agosto, 2015

Resenha: Eu Estive Aqui


Quando sua melhor amiga, Meg, toma um frasco de veneno sozinha num quarto de motel, Cody fica chocada e arrasada. Ela e Meg compartilhavam tudo... 

Como podia não ter previsto aquilo, como não percebera nenhum sinal? 

A pedido dos pais de Meg, Cody viaja a Tacoma, onde a amiga fazia faculdade, para reunir seus pertences. Lá, acaba descobrindo muitas coisas que Meg não havia lhe contado. Conhece seus colegas de quarto, o tipo de pessoa com quem Cody nunca teria esbarrado em sua cidadezinha no fim do mundo. E conhece Ben McCallister, o guitarrista zombeteiro que se envolveu com Meg e tem os próprios segredos. 

Porém, sua maior descoberta ocorre quando recebe dos pais de Meg o notebook da melhor amiga. Vasculhando o computador, Cody dá de cara com um arquivo criptografado, impossível de abrir. Até que um colega nerd consegue desbloqueá-lo... e de repente tudo o que ela pensou que sabia sobre a morte de Meg é posto em dúvida. 

Eu estive aqui é Gayle Forman em sua melhor forma, uma história tensa, comovente e redentora que mostra que é possível seguir em frente mesmo diante de uma perda indescritível. 

“Eu estive aqui é a mais perfeita mescla de mistério, tragédia e romance. Gayle Forman dá ao leitor um retrato sincero da coragem necessária para continuar vivendo após uma perda devastadora.” 
 Stephen Chbosky, autor de As vantagens de ser invisível


Tema central: depressão e suicídio.


Esse livro é um sick-lit.

Vamos começar pela definição? Andam surgindo algumas nomenclaturas novas no mercado literário e, achei bacana uma breve explicação.

Esse gênero literário, bem recente, surgiu em 2013 e nele prevalece a melancolia, a tristeza e, em geral, o protagonista sofre de enfermidades sérias, jovens depressivos, anoréxicos, que já cederam à tentação do suicídio, ou por qualquer outro distúrbio que atinja crianças e adolescentes. 

Pois bem, esse não é meu gênero favorito  de livros, muito embora alguns desses livros tenha tido grande aceitação por Y.A. (Young Adult - Jovens Adultos) e eu entendo bem o porquê dessa grande aceitação. Não passamos todos por "turbulências" tão grandes em algum momento da vida, que flertar com a morte parecia uma opção (ainda que cogitada por frações de segundos)? Há identificação, em algum grau com os personagens, tanto os que passam ou passaram por momentos assim, quanto pelos que conviveram com pessoas com tais problemas.

Isso posto, vamos à história em si:

Meg e Cody são amigas de infância e, muito embora fossem bem diferentes, se amavam como só quem tem um melhor amigo na infância, entende. Por diversas razões, (dentre elas o fato de que as diferenças tornaram-se gigantes na adolescência e a distância - Meg foi estudar em outra cidade) acabaram por se afastar.

Esse "afastamento" vai até o momento em que Meg comete suicídio e Cody vai ao funeral. Durante o funeral, Cody se vê intrigada pelo suicídio da amiga e pelo fato de que Meg, sempre fora a mais "brilhante" das duas. Era "a alma da festa". Como ela não percebera que a amiga tinha alguma tendência suicida antes? Enfim... entre o sentimento de culpa e a dor da perda, o que mais ela quer naquele momento é encerrar esse capítulo e deixar de pensar na amiga morta.

Isso não acontece porque os pais da amiga, pedem que ela vá até o dormitório no campus onde ela estudava e recolha seus pertences. Afinal, ela sempre fora a melhora amiga da filha e eles estão devastados. Pareceu natural pedir e, mesmo querendo ficar longe daquilo tudo, aceitar o pedido foi inevitável.

Uma vez lá, ela conhece os colegas que dividiam a casa com a amiga (seres muito diferentes entre si) e um antigo "affair" ... começa a procurar em toda parte e em todas as pessoas respostas... algo que lhe fornecesse pistas para o motivo do suicídio.

Achei a leitura bacana a princípio mas depois de algum tempo, cansativa e rasa (para um tema profundo e sensível, esse "raso" me incomodou).

A escrita de Gayle é simples e gostosa de ser lida. Ela sabe contar uma história mas, aquele "raso" ainda martela minha cabeça... rs*

Quero salientar que amei a abordagem psicológica do suicídio e, em suas muitas camadas, a abordagem sobre a Depressão (infelizmente muita gente ainda duvida dessa doença e não conhece os sintomas). Amei o alerta aos pais e amigos, bem como a nota da autora ao final do livro, que nos revela de onde surgiu sua inspiração para a escrita. 

Gostei muito das figuras de linguagem que a autora adota:


Agora que ele está sendo honesto, é ao mesmo tempo repulsivo e magnético, como um acidente de trânsito horrível que você não consegue deixar de esticar o pescoço para ver, mesmo sabendo que vai lhe dar pesadelos depois.

A diagramação da Arqueiro é sempre tão impecável que dispensa comentários. mas farei assim mesmo...rs* A capa é carregada de signos e significado. As folhas amareladas ajudam a quem, como eu, usa óculos para ler. A separação em capítulos está excelente e a tradução, perfeita!







PS.: Possíveis erros gramaticais e ortográficos podem estar na resenha e serão corrigidos assim que possível. ;)

16 comentários:

  1. Telmaaaa! Sabe quando vc lê uma resenha e fica totalmente sem palavras e com uma expressão de (cara preciso ler isso!) então ... hahahahah ... Preciso ler esse livro,quero saber o pq ela cometeu suicídio e que segredos a mais ela tinha. Acho que esse é o tipo de livro q termino em um final de semana

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    1. Isa,
      eu realmente acho que você iria amar!!!!
      beijoconas

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  2. Parece ser melhor do que se eu ficar,
    eu ando meio traumatizada com A Gayle,
    pois se eu ficar não foi nem metade do que imaginei,
    porém a proposta desse é bem mais interessante

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  3. Telma, é interessante o que foi colocado, a amiga era a mais "brilhante", parece que sempre é assim, sem generalizar por completo. Algo difícil até para os que convivem perto. Mas, existe sim. Bem interessante a abordagem desse tema.

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    1. Quanto maior a sensibilidade e brilhantismo, maiores as chances de sentir demais e de ter Depressão... também me aprece assim, com as devidas exceções.
      beijos, queridona.

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  4. Este romance tem cara mesmo de ser fraquinho. Pelas resenhas que li sobre a história, quase todas mencionam o que você diz aqui. Fiquei triste com isso. O assunto é bom. Pena não ter sido bem trabalhado. Mas vou ver se leio assim mesmo. Não agora.
    Beijos.

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    1. O assunto é maravilhoso.... a autora é sensível... Creio que a trama poderia ser melhor trabalhada, apesar de não ser um livro ruim, Beth.
      beijos

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  5. apesar de só ler elogios sobre a escrita da autora, ainda nao li nenhum livro dela, gostei desse e fiquei muito curiosa pra ler, o tema me interessa bastante.

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  6. A mente humana é mesmo uma caixinha de surpresas, quem vê só o exterior facilmente pode se enganar. Esse não é o tipo de leitura que gosto, porém dá um pouco de curiosidade esse mistério do arquivo criptografado e tudo mais :)

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    1. Míriam....
      é exatamente assim como você disse: "a mente humada é uma caixinha de surpresas!.
      beijos, coisa linda.

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  7. Não entendo porque muitos não gostaram tanto desse livro, minha irmã leu e seu apaixonou.
    Gostei da resenha e vou tentar ler para formular minha opinião!
    Bjs :D

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    1. Azevedo,
      Muitas vezes um livro tem a ver com nossa experiência de vida e, nos apaixonamos... por outras, para uma pessoa diferente com experiência diferente, ele diz outras coisas.
      Essa é a beleza de ler!
      Muitos beijos em vcs duas.
      :)

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  8. Agora fiquei curiosa para ler este livro porque pelo que entendi ele toca em um assunto muito triste que é o suicídio!! O que levou a amiga de Cody a faze isto? Como que Cody não percebeu o que a amiga sentia? O livro parece nos ensinar a sermos pessoas melhores, além é claro, de não focar só nisto!!

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  9. O livro parece conter uma história muito emocionante, já que ele fala sobre um assunto triste e polêmico!! Penso que a personagem Cody irá descobrir muitas coisas a respeito de Meg, que a tá então ela não conhecia!!

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:) :( ;) :D :-/ :P :-O X( :7 B-) :-S :(( :)) :| :-B ~X( L-) (:| =D7 @-) :-w 7:P \m/ :-q :-bd

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