Rio, Zona de Guerra – Leo Lopes
Rio de Janeiro em guerra civil (dá pra imaginar, não é?).
A Barra da Tijuca e o Recreio dos Bandeirantes é cercada por
uma muralha que serve de fronteira para dois “mundos” completamente distintos.
Do lado de dentro, o pessoal da elite, com grana, belíssimas
moradias, comida e facilidades (amei os carros que aqui são chamados “flutuadores”...
imaginam o porquê do nome?); do outro lado os famintos, o tráfico, os
desabrigados.
O que define quem vive de cada lado?
As mesmas definições na nossa sociedade atual: a
politicagem, a “ditadura enrustida”, a opressão... enfim, uma sociedade muito
parecida e muito diferente da nossa (ao menos por enquanto)... veja o quote abaixo:
O Estado não tinha mais como arcar com custos de segurança. Não era mais possível garantir o bem estar dos” cidadãos de bem” que ficavam dentro da Fronteira, protege-los contra as hordas imundas de gangues e de desafortunados que não tinham créditos para comprar suas passagens para fora da Zona de Guerra. Toda a segurança dentro da Barra da Tijuca, inclusive a patrulha de inúmeros quilômetros de muralhas da Fronteira, ficava dividida entre as polícias das centenas de mergacorporações multinacionais com escritórios no Rio de Janeiro. Nada de cadeias ou prisões. Os criminosos simplesmente eram jogados do lado de fora da muralha, para sobreviverem de Guerra, ou executados durante as investigações.” (p.19)
O grifo em negrito é meu... mas... dá pra imaginar? Além dos
criminosos, quem vivia do lado de fora era quem não tinha créditos para pagar a
vida dentro (crédito = moeda vigente), ou seja, pessoas como você e como eu.
São 3 os personagens que mais chamam a atenção:
Carlos Freitas: o detetive, cheio de falhas... que poderia
viver dentro da Fronteira mas prefere ajudar os injustiçados do lado de fora
(perdeu muito na vida com isso, mas ganhou meu respeito). Veja uma das falas
que mostram muito do seu caráter:
- Se não fosse a Fronteira – Freitas interrompeu, alterando um pouco o tom de voz -, essas pessoas não estariam entregues à própria sorte, sem a menor infraestrutura e condições de vida. O que esses corporativos filhos da puta achavam que ia acontecer? Que o crime ia diminuir do outro lado? Não faz sentido, Rocha. Nunca fez. (p.33)
Vivian Ballesta: prostituta
que trabalhava dentro da Fronteira... vou deixar você com a descrição original
dela:
A mulher era alta, ruiva e tinha olhos naturalmente verdes. Freitas sabia disso porque odiava o efeito falso que as manipulações genéticas de íris, tão na moda atualmente, causavam. Não tinha no rosto nenhuma maquiagem, a não ser o batom extremamente vermelho, e, mesmo assim, sua pele era completamente lisa e limpa. (p.18)
Renata Braga, advogada que trabalha dentro da Fronteira. A
vida por lá lhe deu muita grana. Já tinha tido um envolvimento com Freitas (que
você vai saber qual, quando ler o livro ;) ). Também deixo você com a descrição
dela:
Renata era uma mulher bonita com um pouco mais de trinta e cinco anos. Tinha cabelos escuros muitos lisos, cortados na altura do ombro e usava um tailleur bem ajustado ao corpo. A saia, que se estendia até logo acima dos joelhos, revelava pernas de alguém que estava em forma e que certamente se preocupava com a aparência.
O que essas pessoas têm em comum neste momento da história
do livro?
Envolveram-se, cada uma à sua maneira, para descobrir sobre o
suicídio (que Vivian cria ser assassinato) de uma prostituta amiga de
Vivian. (Uma amizade coloridíssima, você
vai comprovar).
Vou relatar abaixo a cena do suicídio que está no primeiro
capítulo do livro:
Imerso em seus pensamentos, Sebastião foi pego de surpresa pelo estrondo e estilhaços de plastvidro que atingiram a parte de trás de seu corpo. (...). Uma mulher jazia sobre o que restava do teto do elegante flutuador último tipo. Ela estava afundada sobre o teto, algumas partes do corpo tão mescladas à superfície lustrosa do veículo que pareciam ter sido fabricadas junto com ele.O que mais chocou Sebastião não foi a nudez da mulher, nem o sangue que escorria de sua boca e empoçava sobre o material plástico deformado, nem o fato de estar calçando sapatos de salto altíssimo, nem a posição em que seu corpo ficou, com as pernas viradas para um lado e o tronco para o outro. O que mais chocou o porteiro foi ela estar de olhos abertos, e o azul profundo daqueles olhos ainda parecer emanar vida, mesmo que ele tivesse certeza de que ela estava morta.
Por que colocou tantos quotes,
Telma?
Porque, além de ambientar, eu também queria que vocês visse
um pouquinho da qualidade da escrita de Leo, além do excelente trabalho de
revisão e diagramação do livro.
Não há erros de Português!
A Avec é uma Editora que acaba de se lançar no mercado mas
percebo claramente que ela preza pela qualidade, ao invés da quantidade. Já
peguei livros de Editoras grandes com erros tipográficos e gramaticais! Isso me
dá dor de estômago...rs* Sério! Fico mal...rs
Também sei que os quotes
que coloquei não contém spoilers, então, por que não dar essa “canja” pra
vocês? Né? É!
A trama é intensa, veloz e fica-se querendo demais saber o
que vai acontecer a seguir. Torci muito por Freitas! Torci também para
descobrirem a verdade sobre o assassinato disfarçado de suicídio. Mas não posso
contar mais nada... ou me colocarei pra fora da Fronteira por soltar spoilers,
ou mesmo me executarei myself! Hsuahsauhsuahsuhasuhaushuahsua
Ok... é isso!
Último lance: eu havia lido em uma resenha, no Skoob, que esse livro que era uma cópia
piorada de Rio 2054, que também li e também achei fenomenal, mas creiam: são
livros com elemento em comum, mas com contextos e história completamente
diferentes. Os focos são diferentes também.
Ademais quem disse que foi uma cópia, ignora que Rio, Zona
de Guerra foi escrito primeiro.
Achei injusta a acusação e como sou tal qual Freitas, deixo
esse erro retificado nessa resenha.
E aí? Falei bonito, né?
Então me beijem!
Beijos queridos.
PS.: é possível que essa resenha contenha erros ortográficos ou gramaticais. Ainda será revista. Acaba de sair do forno direto procês!
Agora, uma proposta para você:
Querem que eu faça o cosplay
de Freitas, de Vivian ou de Renata?
Nesse blog, é você quem manda! ;)
Espero e vou ACATAR, sua opinião!
Cosplay (コスプレ, Kosupure?) é a abreviação de costume play ou ainda de costume roleplay (ambos do inglês) que pode traduzir-se por "representação de personagem a caráter", "disfarce" ou "fantasia" e tem sido utilizado no original, como neologismo, conquanto ainda não convalidado no léxico português1 , embora já conste doutras bases2 , para referir-se a atividade lúdica praticada principalmente (porém não exclusivamente) por jovens e que consiste em disfarçar-se ou fantasiar-se de algum personagem real ou ficcional, concreto ou abstrato, como, por exemplo, animes, mangás, comics, videojogos ou ainda de grupos musicais — acompanhado da tentativa de interpretá-los na medida do possível. Os participantes (ou jogadores) dessa atividade chamam-se, por isso, cosplayers.Fonte: Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Música referência: Vida Bandida – Lobão
Chutou
A cara do cara caído, traiu
Traiu seu melhor, seu melhor amigo
Bateu, corrente, soco inglês e canivete
E o jornal nào para de mandar
Elogios na primeira página
Sangue, porrada na madrugada
Sangue, porrada na madrugada
Vida! Vida, vida, vida
Vida bandida
Vida! Vida, vida, vida vida bandida
Vida! Vida, vida, vida vida bandida
Vida!
É preciso viver malandro
Assim não dá pra se segurar, não
A cana tá brava
E a vida tá dura
Mas um tiro só não vai me derrubar não
É preciso viver malandro
Assim não dá pra se segurar, não
A cana tá brava
E a vida tá dura
Mas um tiro sá não vai me derrubar não
Vida! Vida, vida, vida
Vida bandida
Vida! Vida, vida, vida vida bandida
Vida! Vida, vida, vida vida bandida
Vida!
Correr, com lágrima
Com lágrima
Com lágrima nos olhos
Não é definitivamente pra qualquer um
Mas o riso corre fácil
Quando a grana corre solta
Vida! Vida, vida, vida vida bandida
Vida! Vida, vida, vida vida bandida
É preciso ver o sorriso da mina
Pra subida da barra
Aí é só, é só, é só de brincadeira
Ainda não inventaram dinheiro
Que eu não pudesse ganhar
Ainda não inventaram dinheiro
Que eu não pudesse ganhar
Vida! Vida, vida, vida
Vida bandida
Vida! Vida, vida, vida vida bandida
Vida! Vida, vida, vida vida bandida
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Eita mulher que se inspira na hora de escrever! E só sai coisa boa, que acrescentam e sempre despertam curiosidade. Ainda mais quando só se tem coisas boas a falar do livro, né?
ResponderExcluirConfesso que com o título e a ideia do livro foi inevitável não pensar em Rio 2054, mas essa história de acusar de plágio é muito sem noção mesmo.
E sobre o cosplay, acho que você ficará perfeita como Vivian!
Mallu, sua linda.
ExcluirÉ sempre gostoso demais ler seus comentários atentos e certeiros.
Você vota na Vivian, é? ok... anotado...rs
Vamos ver o restante do pessoal.
Beijos, coisa linda. :*
Telma acho que você deveria pensar na possibilidade de escrever um livro, gostei da resenha despertou bem minha curiosidade
ResponderExcluirUm beijo, te espero no blog
♥ Blog livros com café ♥
ownn... você é uma linda!
ExcluirNa verdade, tenho dois projetos de livros engavetados. ;)
beijoconas
Telma!
ResponderExcluirAchei o livro com uma temática bem realista, porque afinal de contas não é isso que anda acontecendo nos morros do Rio de Janeiro?
Gosto de livros ambientados nas diversas cidade do Brasil.
Não li Rio 2054, mas imagino que tenha uma visão mais futurista do que esse.
Gostei da música. Lobão anda sumido!!
cheirinhos
Rudy
Blog Alegria de Viver e Amar o que é Bom!
Lobão anda sumidíssimo mas embalou minha adolescência roqueira! ;)
ExcluirEu acredito que você vá gostar bastante desse livro, Rudy.
Muitos beijos em você
Amei os quotes!! E tbm acho horrível esse tipo de comentário de cópia, são milhares de livros no mundo, algum tinha que ser semelhante a outro.
ResponderExcluirnão é, Larissa? De qualquer forma são tão diferentes...
ExcluirMuitas beijocas em você
Aiaiai! Primeira coisa que me chamou atenção na resenha: quotes. Segunda coisa: Antes de você falar o por que dos quotes eu já estava cá comigo: "que escrita linda, é curto, mas já da pra saber como é bem escrito o livro"! Sério, como eu disse no outro post eu não conheço o escritor, já havia lido alguns comentários sobre o livro e era tudo, mas agora, nem preciso dizer que as resenhas daqui me deixam louca, né? Não tenho tempo nem dinheiro para ler tantos livros *surtando* (surtos literários é o melhor nome pro blog, ever!)
ResponderExcluirParabéns pela resenha Telma! E quanto ao cosplay, gostei da descrição da Vivian ;) kkkkk
Vou considerar a Vivian, Prí.
ExcluirDepois que tiver visto você me diz o que acha do cosplay.
Muito obrigada pelos comentários nas minhas resenhas. Voc~e sempre me deixa toda animada. É uma motivadora nata! ;)
muitas beijocoas
Bastante instigante a resenha. Se tiver oportunidade vou lê-lo, bem diferente dos livros brasileiros que já vi, uma distopia e que mostra um lado irreal mas verdadeiro ao mesmo tempo.
ResponderExcluirÉ uma leitura que tem peso e que flui muito bem, Cinthia.
ExcluirMuitos beijos em você.
Ah MDS os quotes,adorei! sua resenha ta perfeita,me despertou certo interesse esse livro,achei o enredo bem curioso! amei
ResponderExcluirBárbara, sua linda.
ExcluirFeliz que tenha gostado. Incrível a escrita dele, né?
Muitos beijos em você.
Amei a resenha, nossa esse livro deve ser bom demais, não vejo a hora de ler, estou super curiosa, eu estou amando ler nacionais, então esse tem tudo para me agradar.
ResponderExcluirBeijos *-*
Camila,
Excluirtenho lido muitos nacionais e tenho me surpreendido positivamente com nossa gente inteligente.
muitos beijos em você
A sua linda pois trate de desengaveta=los já serei a primeira a ler e com prazer \0/
ResponderExcluirUm beijo,
♥ SUPER SORTEIO
Telma!
ResponderExcluirBem estranho meu nome não estar ali nos top, porque tenho comentado todas as postagens de agosto, ok?
cheirinhos
Rudy
Blog Alegria de Viver e Amar o que é Bom!
Não tem como não amar tuas resenhas <3
ResponderExcluirQue resenha deliciosa Telmita, fiquei curiosa pra ler.
ResponderExcluirSobre o cosplay, como seria ver vc de Vivian, hein
Hug
Hmm. Parece ser um livro bem diferente. Será que é bom?
ResponderExcluirTelmaaaa, amei a sua resenha, mais completa impossivel, dá até vontade de debater nos comentários mais, não vou te perguntar nada, não. Porque vai que você conta. Hauhauha
ResponderExcluirEntão, você me fez ficar com super vontade de ler esse livro, a história parece ser super interessante e diferente.
Quanto ao que vc falou de livros de editoras grandes com vários erros de português concordo plenamente! Chega a ser chocante, fico indignada quando (no caso) ainda são livros de autores nacionais, que pagam uma nota preta pra publicarem e a editora deixa passar um trabalho podre do revisor que acaba queimando o filme do autor.
Palmas para a AVEC, ganhou pontos no meu conceito.
Beijos, suas resenhas arrasam sempre!
Telma, mas que resenha em, vc me deixou 100% interessada nessa obra, eu ainda não tinha ouvido falar dela, mas já tinha ouvido falar da editora, e esse caso de erros gramaticais é um O. Parabéns pela Editora Avec por não nos colocar em uma saia justa com as palavras...
ResponderExcluirAbçs :)
Livros brasileiros merecem mais espaço.. Tem muita coisa boa por aí..
ResponderExcluirGostei muito da resenha.. Ambientada no Rio.. Que é "quase" uma realidade...
Quem pode, pode... Quem não pode se sacode!!!
é tão bom ver os livros de nossos autores ganhando cada vez mais espaço no mercado nacional. E com iso pdoemos perceber o talento incrível deles. Amei a forma como esse livro Rio -Zona de Guerra foi abordado...gostei bastante de Leo ter pego fatos reais e se inspirado e criado uma obra que plo que vi em sua resenha, está sensacional..Sem sombra de dúvidas quero muito ter e ler esse livro...parabéns pela resenha, ficou ótima.
ResponderExcluirAmei a resenha!
ResponderExcluirQuero muito ler o livro!
Telma acho que você deveria pensar na possibilidade de escrever um livro, gostei da resenha despertou bem minha curiosidade
ResponderExcluirUm beijo, te espero no blog
♥ blog Livros com café ♥
Gostei demais da resenha, quero muito esse livro. <3
ResponderExcluirEu tinha um certo preconceito com os escritores brasileiros, pois li muito livro ruim. Mas de um tempo pra cá comecei a ler alguns que me fizeram perceber que existe livros brasileiros ótimos e até melhores que alguns estrangeiros por ai... enfim, to muito afim de ler esse livro, sua resenha me deixou muito curiosa.