Linhagens

por Cinthia

Série

Segundo Livro

698 páginas

Eleonor Hertzog

E se você descobrisse que a Terra guarda grandes segredos? E se esses segredos fossem poderosos o suficiente para modificar o rumo de nossas vidas? Laços se estreitam, conflitos irrompem. Erros foram cometidos e o tempo está acabando. Nada é o que parece ser. Segredos emergem de Casas e Linhagens. Peggy corre grandes riscos e as consequências das próximas decisões podem colocar tudo em jogo. Os Melbourne mais uma vez terão que provar sua capacidade de resolver problemas. As consequências de cada decisão afetarão o Universo inteiro. Caberá apenas a Uma geração... Todas as decisões! 

Em Cisne fomos apresentados à família Melbourne e a vários personagens, entre eles alguns dos que irão para Champ-Bleux. Tivemos uma trama em que precisamos tomar fôlego para conter a sequência de acontecimentos instigantes e apresentações dos personagens e mundos inseridos na história.

Em Linhagens há necessidade de segurar o coração para que não saia pela boca, e se sair, segure firme em suas mãos, a ação inicial é fraca comparada a do desfecho. Que desfecho foi aquele?

 Temos ação logo de início seguida de uma boa aventura, com várias reviravoltas, explicações e o surgimento de novos personagens ainda mais misteriosos, culminando em um desfecho de deixar qualquer um paralisado e desejando umas linhas a mais.

Para quem não leu Cisne, logo no início de Linhagens o Mentor de Kreganian – nosso querido personagem Henry Melbourne - nos dá um resumo, falando dos personagens citados em Cisne, dos acontecimentos que permearam cada um e sobre as descobertas que ocorreram.

Então, se não leu Cisne, e não quiser lê-lo, não se preocupe, não terá dificuldade em acompanhar a história. Entretanto, se você pretende ler Cisne, não leia Linhagens antes de lê-lo. Mas, se optar ler Linhagens antes de Cisne, não vai conhecer a personalidade fantástica de cada um dos personagens a bordo do Cisne e fora dele. Então, não vai poder perceber o trabalho de mudança realizado na personalidade deles. Uma mudança necessária para a abordagem da história a ser desenvolvida em Linhagens, e na qual a autora mostrou sua maestria não tornando forçado o ocorrido.

Uma história em que cada livro torna-se parte do quebra cabeça embaralhado e esmiuçado em que a autora nos enfiou. E a cada livro descobrimos muito mais sobre seus personagens e a trama vai deixando o leitor cada vez mais ansioso por mais.

Linhagens inicia de onde termina Cisne. Peggy começa a mostrar uma participação assídua nos acontecimentos, a revelar mais de si e seus poderes (até os que ela desconhece, deixando não só os personagens do livro perplexos, mas o leitor também), e assim que passa o problema inicial - que me deixou bem tensa e aflita -, logo ela se torna um problema ainda maior por causa de sua mente mutante e da distorção que ela causa em todos ao redor, principalmente ao herdeiro de Merine, seu irmãozinho Peter.

O livro é cheio de tensão e intrigas causadas por Paul e por todos os adultos Senhores das Casas e do Império. Até o Senhor Moriser de Merine passa querer dar um fim a Peggy, justo o homem mais perigoso para qualquer ser vivente! Então, o problema Peggy só tem uma solução para os terráqueos: a morte dela!

Não pensem que estou revelando algo, isso da mente de Peggy já vemos logo no início de Cisne, e é muito pouco em vista do texto ardiloso que a autora nos deu nesse segundo livro. Acredito que ela tem o texto escrito/gravado em sua mente e só trabalha nele, não há nenhum tipo de lacuna ou pontas soltas, a perfeição do enredo e a originalidade da obra deixa o leitor perplexo.

A narrativa em terceira pessoa ocorre intercalada com o ponto de visão de cada personagem, incluindo os Palácios e as Casas. A dinâmica usada é esplêndida!

Digo que há uma mudança nos personagens porque o tom de humor diminui, senti muito isso em Tim, já que ele era o pivô de todas as bagunças em Cisne. Ele se torna mais sério devido os acontecimentos e sua mente calculista. Afinal, tentar entender tudo o que acontece com o Cisne e sua irmãzinha Peggy, os pais que revelam alguns segredos também, e um novo personagem que intriga a todos, faz todos os filhos Merlbourne reflexivos e a começarem a se perguntar: Qual o motivo de terem escondido algo de nós?

 Há a participação maior das garotas Merlbourne e Tom mostra ter também uma mente tão pensante quanto à de Tim, e Teo começa mostrar que realmente é um líder.

As partes de Cheli e Anton em sua experiência na Terra passam ser bem reveladoras em um novo aspecto que chega a aguçar alguns sentimentos em Harmon. E isso é um problema, Anton é a figura do pacifismo (até agora), Harmon é o príncipe de Sarad – o maior guerreiro do Império.

Os amigos de Peggy e Peter do treinamento mental se mostram mais do que apenas crianças aos Senhores pais, e que possuem muito mais capacidade do que eles em tudo, principalmente Peter.

Gente! Peter dá um show! Vou usar uma frase do livro: “Não é atoa que os amigos chamam Peter de Apocalipse”.

O que não ocorreu em Cisne de ação, em Linhagens temos muita, até por parte daqueles que não se espera nada. E o final só nos deixa mais ansiosos pelo próximo livro: Talismãs.

Até os mais pacíficos viram que precisam se defender:

O mentor estava agora com as mais poderosas armas de sua Linhagem. Bastava das insanidades terráqueas ameaçando sua família!

Enfim, Linhagens consegue ser melhor do que Cisne. O desenvolvimento e as mudanças nos personagens ocorreram de forma não forçada, continuando com um ritmo acelerado e instigante, o que deu maior vida à escrita, enriquecendo e amarrando o texto a preparar para o que esperamos – ou não – acontecer em Champ-Bleux. A autora conseguiu introduzir os personagens com personalidade má de forma bastante camuflada. (Só os mais atentos vão ver isso! Mas, ocorreu.) O trabalho dela é genial. Haja coração! Uma série que deixa qualquer um desejando o próximo livro! Simplesmente maravilhosa!

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