Alice sempre foi uma mulher de certezas. Professora e pesquisadora bem-sucedida, não havia referência bibliográfica que não guardasse de cor. Alice sempre acreditou que poderia estar no controle, mas nada é para sempre. Perto dos cinqüenta anos, Alice Howland começa a esquecer. No início, coisas sem importância, até que ela se perde na volta para casa. Estresse, provavelmente, talvez a menopausa; nada que um médico não dê jeito. Mas não é o que acontece. Ironicamente, a professora com a memória mais afiada de Harvard é diagnosticada com um caso precoce de mal de Alzheimer, uma doença degenerativa incurável. Poucas certezas aguardam Alice. Ela terá que se reinventar a cada dia, abrir mão do controle, aprender a se deixar cuidar e conviver com uma única certeza: a de que não será mais a mesma. Enquanto tenta aprender a lidar com as dificuldades, Alice começa a enxergar a si própria, o marido, os filhos e o mundo de forma diferente. Um sorriso, a voz, o toque, a calma que a presença de alguém transmite podem devolver uma lembrança – mesmo que por instantes, e ainda que não saiba quem é.
Olá Surtados queridos,
Hoje
eu trago a vocês a resenha de um livro bem fofo e com muitíssimo conteúdo.
Publicado
em 2015, Para Sempre Alice, traz uma história fictícia, porém real em algumas
famílias da nossa sociedade.
Alice
sempre foi uma mulher de respeito, e não tinha como ser diferente, ela era
professora, pesquisadora e titular de uma cátedra de Psicologia da Universidade
de Harvard, além de ter a memória mais afiada da Instituição.
Ela
adorava quando um de seus alunos fazia qualquer tipo de pergunta que ela
pudesse responder com citações de algum pesquisador, além de ano de publicação,
edição, e eteceteras mais (ficava se achando e fazendo os alunos caírem o
queixo de tanta coisa que cabia naquela cabecinha).
Nada
mal para uma mãe de 03 filhos, bastante esforçada e na flor da idade, não é
mesmo?!
Mas,
“do nada” ela começou a se
esquecer...
Uma
palavra aqui, outra ali; um nome; uma pessoa; uma viagem a trabalho; o tema de
uma aula; o caminho de casa; uma receita especial de Natal que ela fazia todos
os anos sem precisar de um livro de receitas...
“
̶ Bem, Alice, todos os seus exames de
sangue vieram normais e a ressonância magnética está boa – disse a dra. Moyer.
– Temos duas opções: podemos esperar para ver como ficam as coisas, ver como
você dorme e como estará daqui a três meses, ou...
̶ Quero consultar um neurologista.”
Aos
50 anos, após algumas consultas com o neurologista, Alice é diagnosticada com a
doença de Alzheimer de Instalação Precoce e vê seu mundo virar de cabeça para
baixo.
Como
ela poderia dar aula se não conseguia se lembrar de que ela era a professora e
não uma mera aluna?
Como
poderia viajar para dar palestras em Congressos se chegava em casa do trabalho
no horário em que já deveria estar em outro estado?
Fora
o medo que ela tinha de sair de casa e não saber como fazer o trajeto de
volta...
Coisas
simples, mas que para alguém com Alzheimer é muito difícil, e é aí que entra o
papel da família.
“Desejou
estar com câncer. Trocaria o mal de Alzheimer pelo câncer sem pestanejar.
Envergonhou-se de desejar isso, o que decerto era uma barganha inútil, mas,
ainda assim, permitiu-se fantasiar. No câncer ela teria algo a combater. Havia
a cirurgia, a radioterapia e a quimioterapia. Haveria uma possibilidade de que
ela vencesse. Sua família e a comunidade de Harvard se uniriam a sua batalha e
a considerariam nobre. E, ainda que no fim ela fosse derrotada, poderia
olhá-los nos olhos, consciente, e se despedir antes de ir embora.”
Alice
teve medo de contar para o marido e para seus filhos. Teve medo do que eles
poderiam pensar, do que eles teriam que sacrificar por ela, até por que, por
enquanto ela ainda conseguia fazer as “coisas simples” (sentia certa dificuldade,
mas fazia quase tudo).
Porém,
chegaria o momento em que não se lembraria do marido, dos filhos, nem de como
fazer para ir ao banheiro; entraria na casa do vizinho e mudaria tudo de lugar
pensando que realmente fosse sua casa, pensaria que um simples tapete negro
seria um buraco no hall de entrada, entre outros.
“As lágrimas não foram a única
coisa que ela não conseguiu mais conter. John irrompeu porta adentro, bem a
tempo de ver a urina escorrendo por sua perna direita, empapando a calça de
moletom, a meia e o tênis.
̶
Não olhe para mim!
̶
Não chore, Ali, está tudo bem.
̶
Não sei onde estou.
̶
Tudo bem, você está bem aqui.
̶
Estou perdida.
̶
Não está perdida, Ali, você está comigo.
John a abraçou e a balançou de leve
de um lado para o outro, acalmando-a como ela o vira acalmar os filhos, após
inúmeros machucados e algumas injustiças sociais.
̶
Não consegui achar o banheiro.
̶
Está tudo bem.”
Por
fim eu pensei que ela desistiria da vida em algum momento, e ela até tentou,
mas se esqueceu!
“Agora vá para o
seu quarto. Vá até a mesa preta ao lado da cama, aquela que tem o abajur azul
em cima. Abra a gaveta dessa mesa. No fundo da gaveta há um vidro de
comprimidos. O vidro tem um rótulo branco que diz PARA ALICE em letras pretas. Há uma porção de comprimidos nesse
vidro.
Tome
todos com um copo grande de água. Certifique-se de engolir todos. Depois,
deite-se na cama e vá dormir.
Vá
agora, antes que você esqueça. E não diga a ninguém o que está fazendo.
{...}
Chegou ao alto da escada e se
esqueceu do que fora fazer lá. Era algo como uma sensação de importância e
urgência, porém nada mais. Desceu de novo e procurou por indícios de onde
acabara de estar. Encontrou o computador com a carta dirigida a ela, exibida na
tela. Leu-a e tornou a subir.
{...}
̶
Alice?
̶
Que é?
Virou-se. John estava parado à
porta.
̶ O que esta fazendo aqui? – ele perguntou.
Alice olhou para os objetos em cima
da cama.
̶
Procurando uma coisa.
{...}
Alice deitou-se na cama, ao lado do
conteúdo da gaveta, e fechou os olhos, sentindo-se triste e orgulhosa, forte e
aliviada enquanto esperava.”
Então,
o que acontecerá com Alice? E com sua família? Será que alguém desistirá de
alguém? Ou permanecerão juntos, independente do que aconteça, até que a morte
os separe? Será que ela vai se lembrar? Só lendo pra saber, porque tem o filme,
mas eu ainda não assisti para dizer a vocês se o final é igual kkkkkkkkkkk (fiz a tarefa pela metade!).
Enfim...
Eu
só queria trazer a vocês a realidade das famílias e das pessoas que sofrem com
Mal de Alzheimer, e apesar de não trazer muitas informações sobre a doença em
si eu achei o livro super válido, pois como disse o The Improper Bostonian: “Com graça e compaixão, Lisa Genova escreve
sobre o vazio deixado na vida daqueles que convivem com o Alzheimer” (vazio
esse que ninguém se interessa, até que infelizmente acontece com a gente!).
Espero
que vocês gostem tanto quanto eu!
Muitos
beijos! <3
Daiani Cris Pedrobon
Olá, já tinha ouvida falar do filme mas não sabia que era uma adaptação. Infelizmente essa doença é recorrente em muitas famílias e o longa-metragem mostra que qualquer um está sujeito a desenvolvê-la, sem dúvidas é uma obra muito reflexiva. Beijos.
ResponderExcluirOi Alisson,
ExcluirVocê captou muito bem a essência do filme!!
Eu tbm não sabia que era adaptação, sabia da existência do filme mas não tinha assistido ainda, até que em uma das promoções de livros da vida eu conheci o livro, ai deu certo de comprar pagando não muito kkkkkkkk e serviu para mostrar a vocês essa história, vai servir pra muita gente ;)
beeijos!!
Oi, Daiani!!
ResponderExcluirAinda não li esse livro como também não assisti o filme. Mas infelizmente conheço muito bem a dor e o sofrimento das pessoas que tem essa doença de Alzheimer. Meus avós tem e vi de muito perto o que eles sofreram e que nos a família também sofremos.
Bjoss
Olá Marta, tudo bem?!
ExcluirO livro trata exatamente isso, não só o sofrimento da pessoa que tem esse tipo de doença como a dor da família, a dificuldade de lidar com algo tão diferente de um momento para o outro. Espero que possa assistir ao filme pelo menos, ele está bem acessível pelo YouTube, eu assisti por lá e está bem fiel ao livro.
Muitos beijos!!! <3
Oi Daiani, vi ao filme para fazer uma crítica dele no Formiga Elétrica.
ResponderExcluirLendo sua resenha me parece ser o filme bastante fiel ao livro.
Gosto quando filme/livro traz um tem apara a ciência das pessoas. Isso sempre é muito bom.
Hug lindona
Oi Marcia,
Excluirdepois que postei a resenha eu assisti o filme kkkkkkkkk (terminei a tarefa de casa :P )
Realmente o filme é bem fiel ao livro, só acho que algumas partes interessantes faltaram (não da pra colocar tudo no filme né?!), mas mesmo assim ele segue bem a linha do livro ;)
beeijos gatona!!
Nossa Daiani, que situação a da Alice! Já tinha visto a divulgação do filme mas não tinha procurado nada a respeito da história, achei que era algo banal e agora vejo como me enganei. É com certeza um tema polêmico de se falar e um livro diferente do que estamos acostumados. Beijinhos
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