Pela primeira vez em minha vida de leituras clariceanas, tenho mergulhado no abismo da ignorância.
O livro a legião estrangeira tem sido um desafio de codificação, à cada conto me sinto incapaz de um diálogo decente entre nós.
Mas por outro lado, você acaba saindo fora da casinha e se esforça em entrar no clima viajado dos contos.
A galinha tem muita vida interior. Para falar a verdade a galinha só tem mesmo é vida interior. A nossa visão de sua vida interior é o que nós chamamos de “galinha”. A vida interior da galinha consiste em agir como se entendesse. Qualquer ameaça e ela grita em escândalo feito uma doida. Tudo isso para que o ovo não se quebre dentro dela. Ovo que se quebra dentro da galinha é como sangue
Clarice era uma pessoa única e de pensamentos únicos, devia ser difícil sua vida. Sempre condenamos o diferente à exclusão.
Existe quem pense que somos todos iguais, como no lema da revolução francesa - igualdade, fraternidade liberdade. Nunca li algo mais estúpido e inverosímel.
Gosto da excentricidade de Clarice e de sua escrita metafísica.
Existe quem pense que somos todos iguais, como no lema da revolução francesa - igualdade, fraternidade liberdade. Nunca li algo mais estúpido e inverosímel.
Gosto da excentricidade de Clarice e de sua escrita metafísica.
Mas o que intuir sobre a visão de uma pessoa sobre um ovo em sua cozinha?
Este conto me linkou com o romance da autora chamado A Paixão Segundo GH. A barata no quarto da empregada nos leva à algo primitivo, assim como a existência do ovo.
O ovo que sempre foi eterno e imutável, já a humanidade parece ser menos que este ovo milenar do conto.
Poucos querem o amor, porque amor é a grande desilusão de tudo o mais. E poucos suportam perder todas as outras ilusões. Há os que se voluntariam para o amor, pensando que o amor enriquecerá a vida pessoal. É o contrário: amor é finalmente a pobreza. Amor é não ter. Inclusive amor é a desilusão do que se pensava que era amor
O humano muitas vezes se confunde com a galinha que nada sabe, apenas existe.
Talvez a mensagem deste conto seja, não tente entender o ovo , a sua realidade ou destino, como queira chamar, apenas viva da melhor forma que puder.
E me faz sorrir no meu mistério. O meu mistério é que eu ser apenas um meio, e não um fim, tem-me dado a mais maliciosa das liberdades: não sou boba e aproveito
Minha amiga Silvia também escreveu sobre este conto.
Para ler só Clicar Aqui
*Este conto faz parte do livro - A Legião Estrangeira
Clarice Lispector - Todos os Contos
Editora Rocco - Capa Dura - 656 Pgs
Organizado por Benjamin Moser
Marcia Cogitare
Olá, Marcia...
ResponderExcluirDefinitivamente essa leitura tem sido um desafio enorme!
Mas gostei do que você escreveu. E gostei muito desta sua colocação: "Talvez a mensagem deste conto seja, não tente entender o ovo , a sua realidade ou destino, como queira chamar, apenas viva da melhor forma que puder."
Não consegui extrair tanto deste conto...
Beijo!
Silvia, Clarice tem nos tirado da zona de conforto as duras penas rs.
ExcluirHug
Oi Márcia, estava com saudade de ler seus posts do projeto Clarice (culpa da vida maluca)! Não sei nem o que comentar sobre esse conto, parece bem exótico e me lembrou um pouco as abstrações de Nietzsche, existem pessoas que realmente possuem uma visão única de mundo que é difícil compreender. Beijos
ResponderExcluirJade, Clarice viaja, mas eu gosto dessas maluquices rs.
ExcluirNietzsche é sensacional, outro maluco que eu adoro.
Que vc já leu dele?.
Hug