Os Supremos

                                                                           Mark Millar  &  Brian Hitch 

                                                                          Resenha por Marcia Cogitare

Os Supremos da Marvel é o quadrinho mais fodástico dos últimos tempos.

Este quadrinho são os vingadores do mundo Ultimate da Marvel, ou seja, é uma história fora do universo oficial da Marvel.

Os Supremos é um compilado de 3 volumes, sendo que o primeiro volume fecha a história bem redondinha, para quem não quer ou não tem paciência para leitura de histórias longas, pode ler somente o encadernado Vol.1 que tá sensacional a arte e o roteiro.

Quem já viu o filme os vingadores (este quadrinho não é a adaptação cinematográfica do filme) e curtiu, com certeza apreciará este quadrinho. Na minha opinião, este quadrinho é bem mais empolgante que o filme.

Mas trouxe a memória o filme, somente para termos uma ideia de elementos que se repetem em ambas as mídias, no caso – Uma ameaça alienígena pronta para dominar a Terra e a Agência do governo dos EUA - Shield, comandada pelo mono olho Nick Fury.

E claro que a maioria dos heróis que figuram o filme também se faz presente aqui tais como - Homem de Ferro, Hulk, Thor, Capitão América, Viúva Negra, Gavião Arqueiro e o acréscimo de Hank Pym e a Vespa (equipe original dos vingadores nos quadrinhos).

O quadrinho inicia em 1945 em meio aos aviões americanos bombardeando a Islândia às 6h da madruga e o Capitão América comandando a missão. Num embate violento entre a tropa americana e o inimigo, acontece algo muito sério, e o roteirista aproveita para contar a origem do Capitão América.

Quem como eu, que adora livros e documentários sobre a II Guerra Mundial, irá se esbaldar na arte de Brian Hitch, o cuidado aos detalhes é realmente incrível, você percebe que foi feita uma vasta pesquisa para apurar que tipo de avião se usava neste período histórico e como eram os uniformes dos soldados e mais um zilhão de outros detalhes que merecem uma segunda conferida após a primeira leitura (e como tem texto este volume, demorei horrores para terminar o quadrinho, e isso é algo bom neste caso).

Gosto como Millar desenvolve os personagens de forma realística e com muita profundidade, tanto que a hq usa a estrutura de livro (dividida por capítulos).

Com algumas mudanças de perfil dos personagens, mas que não trazem prejuízo para a história, pelo contrário, ela fica ainda mais divertida e nos permite imaginar as várias possibilidades traçadas pelo roteirista.

Mark Millar apresenta o Capitão América como um cara totalmente perdido e fora de seu tempo, curti muito o fato de terem explorado este aspecto da vida do Capitão.

O Homem de Ferro permanece como um alcoólatra e milionário excêntrico, mas que tendo um tumor no cérebro, pode morrer a qualquer momento.

Bruce Benner descontrolado como Hulk e mais insano do que nunca.

Hank Pym e Vespa (são um casal) são colocados numa violenta briga doméstica, onde a Vespa é hospitalizada. Fiquei tensa nesta parte, porque muitas mulheres pelo mundo passam por situações semelhantes com seus “companheiros”, muito triste.

Thor, este na minha opinião é o melhor e mais engraçado dos personagens, ele aqui é descrito como um enfermeiro e hippie que sofreu um surto psicótico, quando completava seus 30 anos e que depois disso se dizia ser o filho de Odin. Tanto que na história ninguém bota fé no cara, é hilário pra caramba.

Bem, tentei não abordar muito o plot da história (ameaça alienígena), e nem as várias referências cinematográficas que aparecem no decorrer do enredo, mas garanto que quem adquirir este quadrinho, irá surtar, assim como eu surtei na excelência da arte e no roteiro muito bem encaixado do já conceituado senhor Millar.

Quem quiser comprar, tem a edição mais pobre de Os Supremos, a Editora Salvat (sai quinzenalmente nas bancas de jornal) , eles dividiram esta história em 2 volumes. Mas se você tiver um dinheiro a mais, vale a pena a edição da Panini com extras e uma bate papo entre Millar e Hitch.

Trilha sonora da vez , não tem muito haver com o clima do quadrinho, mas era o que eu estava ouvindo enquanto escrevia a resenha - Album Lions – William Fitzsimmons