Resenha: Social Killers

Social Killers

Amigos Virtuais, assassinos reais

Você prefere um livro que te traga informação ou entretenimento?

Refiro-me ao "Dark Side way of entertainment" (jeito "Dark Side" de entretenimento), claro! 

Qualquer que seja sua resposta, esse livro é indicado.

Fiquei prazerosamente surpresa com a chegada desse livro aqui em casa! O livro veio acompanhado de um chaveiro mini canivete suíço! que meu marido roubou rapidamente!!!

Claro que o livro é capa dura, prateado com o chamativo "killers" em vermelho (sugestivo até a última gota dágua!).

A diagramação é luxo e bom gosto de mãos dadas.

Tive que pular a fila de leitura porque comecei a ler como quem não quer nada e não consegui parar!

Comecemos com a citação de Albert Einstein na contra capa:

O Mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim daqueles que observam e deixam o mal acontecer.

O que acha dessa afirmação?

A quantidade de informação que o livro traz a respeito de crimes virtuais, juntamente com os "alertas", nos deixa perceber que o autor levou o quote de Einstein muito a sério e com isso, temos 33 histórias com temas de canibalismo (esse caso foi controverso, cito abaixo), sequestro, suicídio e assassinato.

Os famosos casos de assassinatos que tiveram seu ponto de partida em anúncios, antigamente em revistas e na atualidade em sites de anúncios e amizade/namoro/sexo (chats virtuais).

É fato que a Internet nos deixa com a sensação de anonimato e a impressão de que podemos ser quem quisermos e fazer o que quisermos. Isso é parcialmente verdade. Hoje em dia a polícia já está mais equipada para prender assassinos reais que se utilizam dos meios virtuais para caçar; mas a maior arma contra tais crimes ainda é o conhecimento e o discernimento.

Os capítulos do livro são curtos e cada um deles é um mini relato (mini, mas completinho) do caso de determinado crime.

Vou contar o primeiro, e o restante vocês terão que adquirir o livro pra saber, ok?

ARMIN MEIWES: 

Esse caso me assombrou por anos e acabei por discuti-lo exaustivamente com colegas de profissão... é bastante polêmico e como toda polêmica, temos quem vá de uma vertente a outra extrema. Vou explicar.

Armin Meiwes, tinha como história favorita na infância, João e Maria (isso mesmo, aquela com o casal de irmãos que iam floresta a fora jogando migalhas de pães para achar o caminho de volta e são presos por uma bruxa que começa a engordá-los para comê-los).

Depois de adulto e já com as fantasias de canibalismo desenvolvidas, encontrou um site chamado "The Canibal Café", onde as pessoas postavam suas "fantasias" sobre o canibalismo. Lá ele publicou, no ano de 2000, o seguinte anúncio do que procurava:

"um homem jovem e robusto, com idade entre 18 e 30 anos, para ser abatido e devorado... Caso tenha entre 18-25, você é meu menino... Venha até mim e eu devorarei sua deliciosa carne".

Você responderia? *rindo muito*

Armin recebeu várias respostas.

Um dos caras chegou a ir até sua casa e, na hora de ser "fatiado", ele arrependeu-se, pediu para ir embora e Armin deixou. Pra Armin, tinha que ser consensual.

Em Fevereiro de 2001, um engenheiro de 43 anos chamado Bernd respondeu ao anúncio:

"Eu me ofereço a você e deixarei que se sacie do meu corpo ainda vivo".

Trocaram várias mensagens depois disso e chegaram ao dia do encontro. Fizeram sexo. Bernd tomou umas pílulas pra dormir dadas por Armin (entre outras coisas) e ofereceu-se. 

Armin tentou arrancar o pênis de Bernd na base da mordida, mas não conseguiu, então decepou. Fritou com alho, sal, pimenta e um pouco da gordura do próprio Bernd e tentaram comer juntos. (como Armin queimou o pênis, acabaram dando para o cachorro).

Enfim... Após 10 horas de perda de sangue e sofrimento de Bernd, Armin  o matou para que ele deixasse de sentir dor. Desmembrou-o e colocou-o no freezer. Alimentou-se por quase 2 anos dessa carne e, quando ela terminou, pôs novo anúncio no mesmo local, procurando mais carne humana e contando o bem sucedido encontro e acabou sendo preso em seguida. A polícia encontrou vídeo em sua casa com as cenas do assassinato.

Ele foi levado a julgamento é aí que entra a polêmica: muitos achavam que ele deveria ser inocentado ou ter a pena reduzida, já que Bernd não foi forçado a nada. Bernd quis que tudo aquilo acontecesse. Outros achavam que prisão perpétua era pouco.

O caso só teve desfecho em 2006, depois de muita polêmica social.

Essa é apenas uma das muitas histórias reais e assustadoras, que poderiam ser a minha história ou a sua história, que estão narradas neste livro, de modo brilhante.

Ao final o autor nos diz como as autoridades conseguem caçar criminosos na Internet (ou outra mídia) e também nos ensina como obter segurança na Internet, como são feitas algumas das abordagens e quem está mais suscetível a elas.

Por fim, fiz minha mini pesquisa. Entrei num site de amizade virtual, com o nome de ARMIN e abordei uma garota... conversamos muito e ela estava pronta para ir para a web cam e louca por um encontro real.

Vamos dificultar mais as coisas para os criminosos virtuais?

Indico esse livro para toda a população mundial, maior de 16 anos!

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Sobre os autores:

JJ SLATE nasceu em Massachusetts e sempre foi fascinada por histórias de crimes reais. Seu primeiro livro sobre o tema, Missing Wives, Missing Lives (2014), compila casos reais de esposas desaparecidas. Social Killers, escrito com RJ Parker, destaca casos de assassinos que utilizaram as redes sociais para localizar e atrair suas vítimas.

RJ PARKER é formado pelo Canadian Institute of Management. Autor premiado e best-seller de livros sobre crimes reais, especialista em serial killers. Já escreveu 15 livros sobre o assunto, publicados em mais de 80 países. Sua editora, a RJ Parker Publishing, Inc., publica diversos autores e livros sobre o tema.