Menina Morta-Viva

Era uma vez, eu era uma menininha que desapareceu.Era uma vez, o meu nome não era Alice. Era uma vez, eu não sabia como tinha sorte. Quando Alice tinha dez anos, Ray levou-a de sua família, seus amigos ― a sua vida. Ela aprendeu a desistir de todo o poder, para suportar toda a dor. Ela esperou que o pesadelo acabasse. Alice agora tem quinze e Ray ainda a tem, mas ele fala mais e mais da sua morte. Ele não sabe é o que ela anseia. Ela não sabe que ele tem algo mais assustador do que a morte em mente para ela. Esta é a história de Alice. É uma que você nunca ouviu falar, e que você nunca, jamais esquecerá.

Elizabeth Scott

172 páginas

Underworld

Um livro que traz um tema atual, sequestro, pedofilia com psicopatia, e que para a grande maioria das pessoas chega a ser assustador. Os que são sensíveis vão acha-lo bastante perturbador e vão ficar muito impressionados pelas partes e o todo do livro, pois infelizmente isso ocorre e com mais frequência do que se espera – se alguém pode esperar algo assim.

Uma menina de quase dez anos e que ama golfinhos, sai para o passeio em um zoológico aquático com a turma da escola. Uma criança que se considera egoísta por não ter emprestado seu gloss para suas colegas e devido a isso elas afastam dela no parque fazendo que suas ações seguintes definissem toda sua vida.

O zoológico não tinha golfinhos, então a menininha vai para a ala dos pinguins e se separa da turma, perdendo-se deles. O que ninguém esperava, muito menos uma criança, era que ali tinha alguém com outros planos para ela, que aproveita a situação para guia-la até a turma escolar, mas acaba saindo com ela do local, fazendo essa criancinha se deparar com uma realidade de uma mente doentia e cruel.

Ele destrói a criança de todas as formas possíveis que existe, não apenas com o estupro, mas quem ela é, sua personalidade, e para concretizar isso, muda até o nome dela. A criancinha passa a se chamar Alice. E tem um detalhe, Alice não pode jamais crescer.  Então, além do abuso sexual, do sequestro, da perda da família, a deixa a beira da inanição, a veste com roupas de criança, apertadas...

Ray é um pedófilo psicopata, sem sentimento algum, um manipulador e que jura estar cuidando da Alice, obcecado que nenhuma criança deveria crescer, assim, mantém Alice a beira da inanição para ela sempre ter um corpo de criança, mesmo ela já tendo quinze anos.

Você vai se deparar com a história da Segunda Alice, pois já teve a primeira, e por fim, será que terá uma terceira? Entre o desejo de morrer e o desejo que todo o abuso termine, Alice conta sua história e define sua vida futura. Sinceramente, odeio sofrimento, e acredite, do início até o fim da história, é só o que tem nesse livro. Mas, a mensagem é verdadeira, uma história fictícia, mas real em muitas Alices pelo mundo afora.

Li o livro em poucas horas de uma tarde, não consegui parar. Queria tanto saber quando tudo ia terminar, queria tanto que alguém chegasse e enviasse Ray para o local da inexistência, pois o inferno seria pouco para ele. Não há como não ficar presa ao ler pelo que a garota passa e desejar que algo faça tudo terminar, mas a autora não quis mostrar só a libertação.

Sabe, o difícil de tudo foi a assinatura que Alice deixa no livro, em uma parte ela mostra que as pessoas falam muito sobre o motivo de quem passa por algo semelhante nunca ter feito nada, nunca ter fugido ou se rebelado. O pior de tudo foi ver que praticamente ninguém percebe o que ocorre, ou melhor, ignora, a sociedade é tão acostumada a estar voltada a si própria (Alice mostra isso), as pessoas se tornam tão cegas, que não veem ou ouvem um grito, ou pedido de ajuda (seja sutil ou não), mesmo percebendo que ali, bem debaixo dos seus olhos, há algo errado.

É muito mais fácil ignorar!

Dou uma gargalhada. O que Ray faz não é imaginação. É ação, criação, destruição; um mundo inteiro governado por ele. Os últimos cinco anos não tiveram nada a ver com imaginação, e sim com ele me criando e me destruindo a seu bel-prazer.