Demolidor - O Homem Sem Medo

Uma chama arde profundamente em Matt Murdock. Ele foi criado por seu pai, um boxeador em decadência com uma última chance de fazer algo de bom - uma chance que lhe custou a vida. Ridicularizado e atormentado pelas outras crianças enquanto crescia, Matt teve sua vida irremediavelmente alterada quando, ao salvar um idoso, perdeu a visão ao ser atingido por materiais radioativos. A compensação? Uma vontade inquebrantável e uma inteligência aguçada, que ajudaram a dar foco aos supersentidos com os quais Matt foi abençoado pelo acidente.

Frank Miller - Roteirista

Romita Jr - Desenhista

Este quadrinho é a bíblia do personagem Demolidor, aqui você fica informado de sua origem e universo, é um excelente quadrinho para se iniciar com o personagem.

Frank Miller conseguiu fazer um roteiro muito completo e interessante.

Curiosidade inútil, Frank Miller trabalhou no roteiro do filme Robocop II (mas é um lixo, não vão atrás dessa podrera).

Iniciamos a narrativa com Matt Murdock com vista para a caótica Cozinha do Inferno, subúrbio de Nova York (existe mesmo este bairro em NY), violento pra cacete, poizé, é ai que o garoto mora com seu pai fracassado, já que fora abandonado por sua mãe quando ainda era um bebê (oh sofrência).

Nas primeiras páginas vemos como Matt ganha seus poderes ultra humanos.

Ao contrário do que se pensa, estes poderes no inicio, o deixavam no limite do desespero, imagine poder ouvir conversas a quilômetros de distância, e ter os demais sentidos mega ampliados, é pra pirar e chamar Jesus de Genésio.

É nesta fase que aparece o Stick, treinador ninja (Frank Miller é tarado nos ninjas) do Matt, que não dará moleza pro garoto e fará dele um futuro defensor da cozinha do inferno, lugar empesteado de todo tipo de criminosos (praticamente uma Gotham).

Também é mostrado de onde surgiu o nome Demolidor, tendo a ver com seu pai boxeador.

Irei apenas citar os acontecimentos importantes que ocorrem neste quadrinho, gostaria muito que vocês pudessem ler e sentir a história.

Mesmo sendo um quadrinho mais antigo, ele foi publicado nos EUA em 93 (mini série em 5 partes), traz assuntos pertinentes ainda hoje, como bullying, a realidade dos bairros mais pobres, a criminalidade, a dureza de se criar um filho sozinho.

Outra sacada genial do Miller, é que ele apresenta não o herói, mas o ser humano, que sofre com uma séries de coisas e está se adaptando a sua nova condição.

Acho que o Demolidor poderia ter sido fruto do seu meio e se tornado um criminoso, mas não é isso que acontece, ele escolhe ser um herói urbano, o protetor de seu bairro.

Temos também o encontro de Elektra (tem filme de 2005, esqueça, isso é uma merda mole) como par romântico mais antagônico e problemático dos quadrinhos.

No homem sem medo, vemos a ascensão do rei do crime. Gosto muito das homenagens de Frank Miller ao poderoso chefão e até mesmo ao Batman, espalhados pelo quadrinho, basta ter um olhar mais atento.

Gosto muito dos enquadramentos escolhidos pelo Romitinha, mas não curto seus traços aqui, principalmente os cabelos dos personagens me incomodou demais, vai entender né (um momento de rabugice).

A Panini lançou em 2009 um encadernado capa dura de luxo desta história com extras e trechos do roteiro do Miller (no momento esgotado). Se acharem nos sebos da vida, comprem correndo, vale cada centavo.

E se você mora em outro planeta e não sabe da existência da série na Netflix, fiz um post sobre o piloto, só Clicar Aqui.

Trilha sonora que me acompanhou durante escrita desta resenha - City and Colour - Album The hurry and the harm de 2013

Marcia Cogitare