William Stoner, filho de humildes camponeses, destinado a trabalhar a terra como seus antepassados, quase por acaso acaba tomando um caminho diferente e, motivado por sua paixão pela literatura, torna-se professor universitário. Ele casa, tem uma filha, passa pelos altos e baixos da vida, adoece, morre.
Os cinquenta anos da vida de William Stoner são narrados com grande precisão e sensibilidade através de um estilo simples e elegante. São descritos seu progressivo e doloroso afastamento da família, as relações complicadas com os colegas, as amizades tragicamente marcadas pela guerra, a difícil vida conjugal, o intenso e impossível amor clandestino com uma professora mais jovem. Stoner reage às provações da vida com aparente impassibilidade e silencioso estoicismo, emergindo como um inesquecível e improvável herói da vida cotidiana.
Editora Rádio
Londres
1° Edição - 2014
Pgs
316
Stoner
foi por 50 anos um livro esquecido pelas editoras e pelo grande
público, somente a partir de 2012, ganhou força e invadiu as
livrarias dos vários países da Europa, mostrando que veio
finalmente para ficar.
Poucas
obras envelheceram tão bem quanto Stoner, ela não ficou datada ou
obsoleta com o passar dos anos, muito pelo contrário, ela se
consolidou.
O
enredo aborda os 50 anos da vida de William Stoner - alguém que
nasceu numa família de agricultores humildes e que pelo acaso, foi
levado a se matricular na universidade de Columbia para cursar
ciências agrárias, tornando-se
futuramente,
professor daquela universidade.
Enquanto
calouro, numa das disciplinas complementares, acabou se
deparando com a literatura inglesa através do assustador e
apaixonado professor Archer Sloaner.
Numa
dessas aulas, Stoner é atingido por uma espécie
de epifania, e descobre-se alucinadamente apaixonado pela literatura
inglesa, e isso guiará sua monótona vida, para uma direção nunca
antes cogitada por ele.
Nessas
raras vezes que Stoner toma alguma iniciativa, o vemos encontrando
seu “par romântico”, Edith, que logo viria se tornar sua esposa
(oh cidadã antipática meu deus, até agora não entendi qualé a
dela, mas segue o baile...), desta união nasce Grace, filha única
do casal.
Talvez
muitas pessoas pensem ser algo simplista a trama deste livro, mas
posso lhe garantir que a escrita de John Williams é o
que
nos faz alçar níveis inimagináveis de precisão e sutilezas, num
núcleo tão extraordinariamente comum, que é a vida de um simples
professor universitário de literatura, seus desdobramentos e suas
várias relações, consigo mesmo e com os outros.
Aqui
a vida nos é
apresentada
como um rio que flui sem grandes intromissões humanas, talvez por
ter um ritmo lento no caso de nosso protagonista, e por vezes, morno
e melancólico 100% do tempo (neste caso não é algo negativo, a
narrativa pede este clima), acaba por exigir do leitor o mesmo
compasso e postura: o de um apreciador das coisas minúsculas.
Sensibilidade
é preciso, para degustar Stoner como se deve.
Os
nomes de alguns personagens foram escolhidos com exatidão - Stoner -
sem a letra r, fica Stone, do inglês , pedra.
Nunca
o imaginei de outra forma, Stoner é uma pedra bruta, forte e
inabalável em sua caminhada, lembrando que o cara viveu duas
guerras, e a quebra da bolsa de 29...
Grace,
ah Grace (literalmente Graça), era a luz e o calor na pobre vida
doméstica de Stoner.
Já
Edith, me recuso a me comprometer com qualquer significados para esta
pessoa abominável, rs
Enfim,
Stoner é uma obra cheia de dualidades (externo/interno,
intensidade/indiferença, aparente covardia/coragem...). Nada é o
que parece ser numa primeira olhada desatenta.
E
os silêncios?, nunca vi escritor algum, usar os silêncios em tantos
episódios e com pesos diferentes.
Temos
também a questão sobre a instituição universidade, seu lugar e
suas políticas desleais e de suas lutas internas.
Os
livros, como forma de isolamento de uma realidade nada agradável,
como companhia mesmo, sabe.
Bem,
se ainda não estiverem convencidos, quanto a qualidade literária de
Stoner, só tenho uma coisa a dizer – O ator Tom Hanks, o indica.
Você pode ver isso na contracapa, com as várias frases de autores
mega conhecidos, entre elas consta o ator dando seu parecer sobre a
razão para ler Stoner.
Você
não vai duvidar de Tom Hanks né,rs
Então
é isso ae meus surtados, boa leitura , comentem e compartilhem suas
impressões de leitura por aqui.
Música
que me acompanhou no momento da escrita desta resenha - a música
Stone - da banda Audioslave
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Quem sou eu para duvidar de Tom Hanks...rs.... mas, acima de tudo, quem sou eu para duvidar de você!
ResponderExcluirSeu gosto literário cultíssimo, é bem apreciado por mim.
Notar tudo o que o silêncio contém e suas diversas nuances é para poucos.
Fiquei muito, mas muito interessada em mergulhar na profundidade desse livro.
Sua resenha tem sabor de densidade.
Amei, Marcia!
beijos
=D7
Telma, obrigada por confiar em mim e no Tom Hanks,rs
ExcluirStoner tem mesmo uma cadência diferente, os silêncios são importantes no livro, e vc tem razão, há uma densidade na história que migrou para minha resenha.
Obrigada pelos elogios e leia si,m Stoner, sei que vc irá curtir.
Hug :D
Marcia, livros como esse, que mostra várias desdobramentos em que molda o personagem no decorrer da história são um presente, pelo menos para mim. Quanto ao nome, se a Edith for uma compulsiva tagarela, sem limites, creio que o nome dado a ela foi bastante justo... dizem que o nome da pessoa condiz muito sobre ela... Não que toda Edith seja assim... não quero criar nenhum inconveniente.
ResponderExcluirMas, amei a forma que mostrou sobre o livro. Há uma abordagem sobre o momento entre as guerras e problemas do mercado financeiro de 29? Interessante isso que citou.
Cinthia, é um livro de personagem mesmo, como vc citou.
ExcluirJá sobre as guerras e a quebra da bolsa, é dito pouca coisa, é que o personagem viveu neste período , então acaba sendo obrigada a citar.
Edith é um hibrido entre falante e silenciosa,rs
Este livro será mesmo um presente para pessoas com um olhar mais atento.
Hug :D
Ah, Márcia, você e suas leituras inteligentes, sensíveis, complexas... Sempre acabo querendo ler também. Só que agora eu já vou começar odiando a pobre da Edith. Rsrs.
ResponderExcluirGostei muito da história e fiquei super curioso pra entender os lances dos silêncios. São páginas em branco? São descrições sem diálogos? São reflexões do protagonista?
MUITO INTERESSANTE!
Parabéns pela resenha sincera e instigante. Mais um livro lido por você que vai pra lista de 2037 (é mais ou menos o ano que eu vou terminar a fileira de livros).
Abraço apertado!!
Luan me perdoe por te influenciar negativamente quanto a personagem Edith, rs.
ExcluirQuando ler o livro volte aqui para trocarmos figurinhas.
Hug :D
Márcia!
ResponderExcluirQuem sou eu para duvidar de você? Isso sim...
O livro parece realmente intrigante diante da origem de Stoner e de sua paixão pela literatura. Tem paixão mais avassaladora?
Os silêncios falam mais que as palavras e com toda certeza a leitura do livro deve ser enriquecedora em vários aspectos...
Obrigada querida por essa indicação profunda...
cheirinhos
Rudy
Rudy, Stoner foi uma leitura muito interessante e diferenciada, mergulhei no clima duro do livro prontamente, sem dificuldade alguma.
ResponderExcluirA escrita é excelente, o enredo é bem comum, mas o simples pode ser belo.
Hug leia e volte aqui, quero saber tuas impressões de leitura :D
Muita gente falando bem desse livro! Está na minha lista de futuras leituras! bjs
ResponderExcluirNatália, e o povo tem razão, o livro é mto bom, pode comprar sem medo.
ExcluirHug lindona :D
Primeira vez que leio algo sobre ele. Gostei muito de conhecê-lo. Vou procurar por este livro. Se tantos falam bem dele, é porque vale realmente a pena.
ResponderExcluirBeijos.
Beth, Vale a pena sim e espero que curta a leitura, a editora Rádio Londres tem mandado muito bem em seus títulos.
ExcluirHug
Não é exatamente o tipo de livro que costumo ler
ResponderExcluirmas confio em você e no Tom rsrsrs
então acredito que seja realmente bom
Pepi, obrigada pela confiança rs.
ExcluirE vai fundo , Stoner é muito bacana.
Hug :D
Pepi, obrigada pela confiança rs.
ExcluirE vai fundo , Stoner é muito bacana.
Hug :D