O guatemalteco Eduardo Halfon é uma das vozes mais sólidas da atual narrativa latino-americana, autor de uma dezena de obras de prestígio internacional, e cujo trabalho tem sido constantemente comparado ao do chileno Roberto Bolaño. Finalmente publicado no Brasil, pela prestigiada coleção de literatura hispano-americana Otra Língua, organizada por Joca Terron, Halfon reúne, em O boxeador polaco, seis histórias que dialogam com a tradição literária e com a prática da ficção, mas que, ao mesmo tempo, mantém os pés fincados na realidade contemporânea e na história familiar e íntima do próprio escritor.
Eduardo
Halfon
Editora
Rocco
128
Pgs
Estava
procurando algo leve e de rápida leitura para este fim de ano
caótico, acabei por encontrar este livro de contos de Eduardo
Halfon.
Livro
para ler numa única sentada, o texto, embora tenha como meta
discutir a literatura, o modo de se fazer ficção e seus
desdobramentos (chama-se isto, metaliteratura), ainda assim o leitor
não sente o peso ou um possível pedantismo característico dos
acadêmicos desta área.
Tenho
sido uma leitora muito feliz com a descoberta dos autores latinos
americanos, me lembrei do primeiro a ganhar meu coração, foi o
sensacional Mario Benedetti e seu livro A Trégua – resenha porTelma aqui.
O
argentino Ricardo Piglia , é outro autor que tenho engatilhado para
leitura (título escolhido – Respiração artificial) em início de
2015, bem vamos as minhas impressões sobre o boxeador polaco.
O
livro traz 6 contos, colocarei os títulos e abordarei cada um
brevemente.
Distante
O
autor é personagem deste conto, bem como os demais, fazendo um mix
de realidade e ficção, não dando chance para o leitor discernir
qual é qual. Ponto para Halfon.
Aqui
ele nos transporta para o ambiente universitário com seus alunos
sabichões (pelo menos eles assim pensam ser) e professores fadados
ao ciclo enfadonho do sistema de ensino acadêmico viciado.
O
interessante, são as várias referências literárias e análises,
(afinal o personagem é um professor de literatura), e quem se interessar pela
obra, há de ter um bloquinho para as várias indicações deste
professor.
Twaineando
Este
título faz menção ao autor hilário Mark Twain, inclusive estou
lendo um livro dele – Dicas úteis para uma vida fútil – Um
manual para a maldita raça humana – editora Relume Dumará. Ixi
estou como o autor do boxeador, cheia de referencias literárias ,rs.
Me
parece que neste conto, Halfon nos mostra como algumas pessoas podem
tornar a literatura desinteressante com seus excessos analíticos e
rigidez de pensamento.
Fumaça
Branca
Duas
moças recém-chegadas em Guatemala e que eram militares israelenses,
Halfon as encontra num boteco da cidade cheia de gringos, acho que
foi o conto me menos me agradou, ou não entendi onde ele quis
chegar, acho que vou reler né.
Epístrofe
Um
conto que transborda música e arte, até procurei um cantor de jazz
citado pelo pianista do conto, – Thelonious Monk.
Para
leitores com alma musical, este conto agradará facilmente.
O
Boxeador Polaco
Conto
que também é o título do livro, traz o único assunto que poderia
desestabilizar o ritmo e clima dos contos – seu avô que depois de 60
anos, resolve relatar o período que viveu no campo de concentração
em Auschwitz.
O bacana deste conto, é que o avô é colocado no conto de forma bem-humorada, deixando a alcunha de vitimado, como é o comum destes relatos de pós-guerra.
E
segue mais referências, só que agora cinematográfica - Ingmar
Bergman (cineasta sueco mega cult).
Discurso
de Póvoa
Literatura
como meio de pensar a vida, não que ela dê conta, mas é o caminho
escolhido por muitos dos que acabam sendo oficialmente escritores
publicados.
Porque
ler O Boxeador Polaco?
Falarei
de minha experiência com o livro, é um livro que não se permite
levar a “sério”, mesmo tendo a intenção de colocar na mesa a
literatura e suas formas, é leve, divertido e contém muitas
referências dos vários mundos – literário, musical e
cinematográfico.
Trilha
sonora, claro que vou de jazz – album Monk in Tokio
Adoro livros lotados de referências! <3 E vou confessar: quando vi que a resenha era de um livro da coleção Otra Língua, não resisti, tive que parar para ler! Até agora li os 6 primeiros livros da coleção e curti demais - gosto e me interesso muito pela literatura latinoamericana - e pretendo continuar lendo os demais livros já lançados ao longo do ano que vem. Gosto de contos e O Boxeador Polaco já está na minha listinha de desejados. =)
ResponderExcluirBeijos! Livro Lab
Aline, vc irá surtar com este livro, melhor ainda se curtir os clássicos, as referencias em grande numero se refere a estes.
ResponderExcluirÉ um livro bem gostosinho de ler.
E vc já resenhou algum deles em seu blog?.
Hug
Marcia,
ResponderExcluirque resenha!!!!
Amei!
Esse livro retrata parte do meu Universo, pelo que entendi e fiquei muito curiosa pra ler!
Acho que agora tenho necessidade física dele....
E palmas pra excelente resenha da sra. Cogitare. =D7
Telma
ResponderExcluirMe deixa sempre muito feliz quando você gosta do livro e da resenha, sinal que estou no caminho certo,rs.
Este livro acredito que seja para todos tipos de leitores, já que o assunto central é a literatura.
Essa coleção Otra Língua promete
Hug Telma lindona :D
Marcia,
ResponderExcluirAdoro livros de contos, confesso que o titulo "O Boxeador Polaco" me deixou com uma sensação divertida sabe! Adorei sua resenha e como sempre me matando de curiosidade.
Isa
ExcluirVocê acertou "O boxeador polaco", tem um humor muito bem construído, e se curte livros de contos, se joga e seja feliz.
Hug :D