Uma Vida para Sempre

                                                                                                       

                                                                                                                                         

A dor é tão necessária como a morte. – Voltaire

Comprei esse livro e não imaginava quão boa seria a leitura dele. Mais um livro nacional que me encanta e outra autora que consegue traduzir em meio a dor e profunda tristeza, o encanto do que aquilo que mais importa sempre será viver para deixar algo de bom realizado. A morte é e sempre será “a maior incógnita da vida.”

Ethel foi adotada por uma família que queria uma filha e logo perceberam algo incomum na criança, ela não se incomodava por nada, logo os médicos a diagnosticaram com CIPA (Insensibilidade Congênita à Dor com Anidrose), traduzindo, ela não sente nenhum tipo de dor ou anomalia em seu corpo. Se ela cortasse um membro fora, ela não sentiria e morreria pela hemorragia.

A dor ensina. A dor protege. Ela pode trazer momentos ruins para a nossa vida, mas o que seríamos sem ela? Pois bem, eu acho que sei um pouco sobre isso....

Criada em um lar amoroso, pais protetores devido a sua condição, sempre em visitas ao hospital para exames rotineiros visando detectar precocemente qualquer tipo de anomalia antes que fosse fatal a ela.

Um super aquecimento corporal a mataria. Ela não consegue sentir quando a temperatura aumenta, ou diminui. Dormir com muito agasalho poderia ser a sua morte, bem como em uma noite muito fria ela dormisse desagasalhada.

Coisas simples e tão banais para todos nós e para ela importante para manter sua vida. Mas, todos falavam para ela que tudo ficaria bem até entrar na biblioteca aos 17 anos e descobrir que a média de vida dessas pessoas é de somente vinte anos. A partir desse momento ela aprendeu a não confiar nas pessoas quando elas dissessem que tudo ficaria bem.

Aos 17 anos ela resolve a escrever sobre si e sua vida, narrar todos os acontecimentos em que ela teve de tomar muito mais cuidado e ser protegida muitas vezes contra si própria.

No ambiente hospitalar ela conhece Vitor e juntos passam a narrar sua história juntos em viver o melhor que podem até o último dia de suas vidas. Uma menina saudável aparentemente com uma força de vontade incrível em ajudar os outros a vencer todas as adversidades que a vida propõe.

Esse livro compensa ser lido, não é apenas uma lição de vida, mas de amor, carinho, cuidado. Uma lição de maturidade física, mental e emocional de uma personagem forte e corajosa que apesar de seus medos ela está apta a enfrenta-los para ver o que virá após.

Amei cada parte dele, a diagramação está boa, não há erros ortográficos ou de digitação gritantes.

Difícil um livro me emocionar ao ponto de me fazer chorar, e com esse foi assim Aconselho ler com paciência, apesar de parecer outros livros em que pessoas doentes terminais (que não é o caso) acabam se apaixonando, vão se surpreender com a história e a lição de vida.

O maior erro da autora Simone Taitetti foi ao quanto ao título, deveria ser “Uma lição de vida para todos nós”.

Não se engane, eu gosto de estranhos. Eu gosto de histórias. Mas não daqueles soberbos. Eu gosto da maioria dos que eu encontro nos hospitais. Eu gosto daqueles que ouvem e que possuem certo brilho no olhar. É um olhar que diz: “Apesar de tudo, todo o sofrimento pode ser superado”. Para estes eu digo a verdade. E, em troca recebo a verdade deles.