PINÓQUIO – WINSHLUSS
GLOBO LIVROS GRAPHICS
by Marcia Cogitare
Já tinha ouvido
falar muito bem deste quadrinho, no excelente site dos meninos do Pipoca e
Nanquim.
A primeira vez
que de fato estive com esta obra entre minhas mãos, aconteceu algo muito
insano, fui tomada por uma memória musical fortíssima, advinda de minha
infância e adolescência.
Me lembrei que
meu pai tinha me presenteado (num passado remoto) com um album duplo do
meu cantor preferido na época, (oia o bullying com minha pessoa hein
brodis,rs).
Ah, claro que
estou falando do rei do pop, o senhor Michael Jackson, o vinil era nada menos
que o fodástico “Dangerous”.
Sempre pirei na
capa deste vinil, talvez a conexão seja entre as capas, tão bem desenhadas e
cheias de badulaques e referencias, algumas incompreensíveis.
As vezes tenho
medo do meu cerébro e de suas conexões (aiai, viajo legal). Mas como já
diria Pitt – “Seja você, mesmo que seja bizarro...”, e bota bizarro nisso dona Pitt.
Enquanto o gardenal (medicamento tarja preta) não
vem, borá falar sobre este quadrinho francês nada fresco (não sei porque o
povo acha os franceses frescos, dexá no gelo,rs)
Winshluss fez
uma livre releitura, sinistra e densa desta obra infantil.
Só avisando,
este quadrinho não tem nada de infantil, pelo contrário, têm temas muito
adultos, como violência, sexo, homossexualidade, crimes e bizarrices sinistras.
O criador
original de Pinóquio, o italiano Carlo Callodi teria uma síncope ao ver a
releitura feita pelo francês, ou não, rs (vai saber né).
Mas cada época /
tempo, deve ter sua própria voz, não é mesmo.
Nas mãos de
Winshluss, Pinóquio vira uma espécie de veículo para a criticar os erros
passados e futuros do caminhar da dita “evolução humana”.
O francês estava
“azedo” e pegou pesado com críticas de
toda ordem (não vou dizer aqui para não estragar o prazer que é usar o que
Deus lhe deu, o cérebro, num é brodi, hahaha).
Aqui Pinóquio é
um robô feito para fins militares. Gepeto seu criador, é um cientista
capitalista fdp, náufrago e suspeito de um crime.
A narrativa não
é linear, ela acontece em blocos e com personagens diferentes (Branca de
Neve e os 7 anões numa versão hardcore) na caminhada de Pinóquio por
cenários bizarros e improvavéis à
história original.
Outra
característica importante, é que a história não têm balões de dialógos, salvo
os personagens Jiminy a barata que está tentando escrever um livro e que le
Dostoiévski, coisa que o faz se sentir um merda. Jiminy ainda está desempregado e com a vida toda f#@dida, ele mora dentro da cabeça do
Pinóquio, porque foi expulso de onde vivia pela namorada rodada, se é que
você me entende.
Outro personagem
é o investigador Bob Javer (isso te lembra alguma coisa?), fora isso, a
história é contada somente com a força da narrativa gráfica, imagens meo
fio, capiche?.
Por não ter
praticamente texto, não pense que a “leitura” será mais rápida, eu
particularmente senti o oposto, tive que ter muito mais calma em observar os
desenhos e seus detalhes carregados de referencias do mundo da literatura,
cinema, música, história....(presta atenção manolo).
O que
esperar deste quadrinho
Eu diria que
uma bela arte e traços em vários
estilos, um humor extremamente ácido, cru, mas que consegue ser de alguma forma
sutil, algumas safadezas, e claro, uma história sensacional e bem amarrada, com
muita reflexão engajada (oia, seu Winshluss é cult).
Pinóquio, está
no meu top 5 de leituras realmente relevantes desses últimos tempos.
Trilha sonora sugerida – St. Jimmy – Green Day
Tenho esse livro aqui em casa mas ainda não li... vou agora mesmo catar ele pra ler (onde será mesmo que eu guardei?)...
ResponderExcluirinaginei q esse livro fosse bom, apesar de não curtir tanto michael jackson, pois a pessoa que me deu tem um certo bom gosto.. mas fiquei muito intrigado com um quadrinho sem balão (e olha que de balão eu entendo).
excelente sua resenha, assim que eu ler (?), ou melhor olhar, eu faço minhas críticas..
parabens.
Joubert
Dom Joubert, o senhor por aqui, estou honrada, e quando ler/ver o Pinóquio, compartilhe teus apontamentos.
ExcluirAh Pinóquio manda lembranças e diz que logo estará retornando à sua origem.
Hug
Há algumas semanas tive a oportunidade de folhear esse livro magnífico na livraria e fiquei impressionada. Babei nas ilustrações e tive muita vontade de levar o livro, mas não levei. =/ Ainda assim, passei um bom tempo "lendo-o" em pé, na livraria mesmo, e concordo com você que a quase ausência de texto requer atenção multiplicada nas ilustrações e na formulação (consciente ou não) de pseudodiálogos mentais.
ResponderExcluirBj
Livro Lab
Oi Aline
ExcluirEste quadrinho é caro, mas vale cada centavo, e concordo com vc sobre os 'pseudodiálogos mentais", aja miolos pra tanta referencia.
Hug e nos acompanhe
Nossa uma versão completamente diferente,lógico que vou querer ler,preciso entrar nesse mundo Hq ^^
ResponderExcluirMarciiia vc é ótima :D
Isa
ExcluirTá ai a oportunidade que vc estava esperando para entrar no mundo da nona arte.
:)
Adorei a capa, e é bem diferente do Pinóquio que conhecemos, achei interessante :)
ResponderExcluirOi Fernanda, leia., pq é mto show esta versão do Pinóquio.
ResponderExcluirHug
Marcinha,
ResponderExcluirFiquei abusadamente interessada na leitura dessa HQ.
Já li a que me mandou duas vezes e ainda quero ler mais antes de devolvê-la.
E incrível! Tô apaixonada pelo Coringone (ainda mais!)
beijos e saudades de você.
:)
Telma,
ResponderExcluirQue bom que gostou do Coringone. Já sobre o Pinóquio, li emprestado de um amigo, vou ficar te devendo :(
Mas posso te emprestar "Cicatrizes" se vc quiser.
Hug lindona