Resenha: O Sangue do Cordeiro

“Com uma dupla de heróis improváveis, este suspense religioso e sobrenatural apresenta mistérios históricos combinados a intrigas modernas. Uma coisa é certa: é um thriller de primeira categoria.” – Booklist 

O Sangue do Cordeiro - “Este documento, querida amiga, vai abalar a Igreja.”
Ao ler essas palavras em uma carta encontrada em um arquivo empoeirado, Thomas Kelly fica cético. O documento citado na correspondência está desaparecido, mas Thomas, padre da ordem dos jesuítas, duvida que exista algo com tal poder – até ser convocado ao Vaticano para iniciar uma busca desesperada por ele.
Enquanto isso, diante de um conselho formado por seus superiores, Livia Pietro recebe instruções claras: encontrar um padre jesuíta recém-chegado a Roma e juntar-se a ele na procura da Concordata, um tratado que contém um segredo tão chocante que poderá destruir para sempre todo o povo de Livia.
Enquanto pistas cifradas do passado lançam os dois em um universo traiçoeiro repleto de obras de arte, maquinações religiosas e conspirações, eles são caçados por pessoas capazes de tudo para achar o documento primeiro. Thomas e Livia, então, precisam correr para montar o quebra-cabeça capaz de redefinir os rumos da história e evitar o caos e a destruição que a revelação da Concordata poderá causar. Livia, porém, tem um segredo: ela e seu povo são vampiros.
Com uma narrativa que remete ao estilo de Dan Brown e ao terror sobrenatural de Anne Rice, O sangue do cordeiro é uma viagem inesquecível a um passado inimaginável.

Vou inverter e falar uma curiosidade sobre o autor, primeiramente: Sam Cabot é o pseudônimo de S.J.Rozan e Carlos Dews.

S.J. Rozan é o autor de muitas histórias e contos aclamados pela crítica e ganhador de vários prêmios. Nascido e criado no Bronx. Atualmente mora em Manhattan.

Carlos Dews é um professor e possui a Cadeira do Departamento de Língua Inglesa e Literatura, em John Cabot University onde dirige o Instituto de Escrita Criativa e Tradução Literária. Ele mora em Roma, Itália.

Para saber ainda mais sobre eles e ler suas fanfics, entre outros contos (em Inglês), dirijam-se ao site deles clicando AQUI.

Imaginem esses "elementos" juntos e vão ter como resultado a intrincadíssima e super criativa história que é Sangue do Cordeiro.

Veja esse trecho que retirei do site da Editora Arqueiro:

Ele não estava preparado. 

E nunca poderia ter se preparado. 

Quando o Fogo começou a queimá-lo por dentro, entendeu isso. 

Eles já tinham discutido o assunto. Ela o havia alertado, recomendado paciência. Mas ele sabia o que queria. Ela queria o mesmo, ele sabia, e sua reserva era uma tentativa de protegê-lo. Não era errado, ele tinha certeza; pelo contrário, era a escolha que poderia aproximar um do outro com uma intensidade ainda maior que o amor e o vínculo que já partilhavam. 

No recinto escuro e silencioso, ela se inclinou sobre ele. Fez uma pequena pausa, mas não perguntou se ele tinha certeza; esse momento já havia passado. Roçou os lábios nos dele, que de repente foi tomado por uma ânsia de abraçá-la, de pressionar o corpo contra o dela, mas não se moveu. Não conseguia se mover. 

Ela segurou a mão dele. Beijou a palma e ele deixou escapar um gemido. Ela roçou os lábios de leve em seu pulso. Outro beijo, outro gemido. Em seguida, uma dor aguda e forte, uma queimadura que percorreu do ombro até as pontas dos dedos. Diminuiu tão rápido quanto começou, até desaparecer. O tempo passou, ele não sabia quanto. 

E agora aquilo. Em toda parte, em cada célula, uma calidez, uma radiação generosa e difusa começou, intensificou-se, cresceu. A sensação foi de alegria, júbilo. Enquanto aumentava, ele teve certeza de que estava em chamas, de que seria consumido pelo fogo interior. 

Depois, lentamente, o ardor esmaeceu. Ele olhou para ela com uma expressão de surpresa. 

Um perfume inebriante entrou pela janela aberta: os botões de magnólias, que antes ele não sentia. Em algum lugar ao longe, alguém tocava piano. Ele ouvia o instrumento. E ouvia a distância. Ele tinha se transformado.

Eu amei esse trecho! Você poderá ler um pouco mais, porque vou deixar abaixo a degustação da Arqueiro, de parte do livro.

Vamos à história?

Fiquei extasiada com a possibilidade de algo mais ter sido encontrado e estar escondido dentro da Igreja Católica, que por si só, já é alvo de tantos escândalos durante os séculos desde sua criação.

O clima de suspense me fez lembrar dos livros de Dan Brown, mais especificamente, O Símbolo Perdido e também me fez lembrar de um filme que amo de paixão: O Nome da Rosa, onde Sean Connery é o protagonista (se ainda não assistiu, dê-se esse carinho...rs). Pinceladas de Anne Rice também estão aqui e ali.

O padre Thomas Kelly (foi muito difícil pra mim lembrar o tempo todo que Kelly era um homem) e a professora Livia Pietro, fazem esse thriller eletrizar. Na tentativa de recuperar a "Concordata" (documento desaparecido há muito - ao menos era o que dizia o Vaticano). 

Ambos foram escolhidos, por "entidades" diferentes para recuperar o documento... e foram escolhidos por suas qualidades, atributos, oriundos da personalidade e de seus estudos.

Assim que encontram a primeira pista, encontram também outras pessoas que querem encontrar o documento (o que remeteu-se ao filme "Os Caçadores da Arca Perdida - de Indiana Jones - mas, com mais seriedade).

Conspirações, traições inúmeras, cobiça passam a fazer parte do dia a dia desses dois que, se num primeiro momento não estavam unidos pela mesma organização, passam a estar unidos pelo objetivo comum.

Livia tem um segredo delicioso de ser descoberto. Você verá.

Impactante. Realmente um ótimo thriller.

Sem contar que, pela leitura do texto acima, tirado diretamente da página da Edidora dá pra sacar que temos vampiros no livro. Todavia, os vampiros aqui possuem explicação racional (bem bacana, por sinal) e também as características tradicionais dos vampiros, ou seja: eles não brilham na luz do Sol. (Fãs do Crepúsculo, não me apedrejem, please, please, please.... eu é que sou velha... e velhos são da velha guarda de vampiros, ok?)

Enfim, se você está a fim de montar quebra cabeças e, naturalmente surpreender-se o tempo todo, esse livro é uma ótima pedida. O final é impressionante. Os motivos por trás do "sumiço" da Concordata, são bem traçados e, novamente o adjetivo: impressionante! ;)

Despeço-me com uma surtada mordida no pescoço e uma definição:

concordata

substantivo feminino

JUR

1. 1.

   acordo diplomático que o Vaticano celebra com outro Estado, com que teve um passado de desinteligência, com o objetivo de regular suas relações mútuas, nas matérias de interesse comum.