Sobre a Escrita - Stephen King

Eleito pela Time Magazine um dos 100 melhores livros de não ficção de todos os tempos e vencedor dos prêmios Bram stoker e Locus na categoria Melhor Não Ficção, Sobre a Escrita: A arte em Memórias é uma obra extraordinária de um dos autores mais bem-sucedidos de todos os tempos, uma verdadeira aula sobre a arte das letras.O livro também não deixa de lado as memórias e experiências do mestre do terror: desde a infância até o batalhado início da carreira literária, o alcoolismo, o acidente quase fatal em 1999 e como a vontade de escrever e de viver ajudou em sua recuperação.Com uma visão prática e interessante da profissão de escritor, incluindo as ferramentas básicas que todo aspirante a autor deve possuir, Stephen King baseia seus conselhos em memórias vívidas da infância e nas experiências do início da carreira: os livros e filmes que o influenciaram na juventude; seu processo criativo de transformar uma nova ideia em um novo livro; os acontecimentos que inspiraram seu primeiro sucesso: Carrie, a estranha. Pela primeira vez, eis uma autobiografia íntima, um retrato da vida familiar de King.Ao mesmo tempo um álbum de memórias e uma aula apaixonante, essa obra irradia energia e emoção no assunto predileto de King: literatura. A leitura perfeita para fãs, escritores e qualquer um que goste de uma história bem-contada.

 Editora Suma de Letras

256 Págs

Preciso desabafar antes de entrar na resenha deste livro.

King nunca teve lugar em minha estante, na verdade li apenas 2 livros dele e achei bem medianos e viajados, trash demais para meu gosto (continuem me amando gente).

Acredito que todos aqui sabem da paixão por este autor por nossa amada amiga e chefa desta bagaça, a nossa ruiva preferida - Telma.

Estava na casa dela um dia desses e vi dois livros do King ainda no plástico em cima da mesa do escritório, eu curiosa perguntei, e estes livros ae, ela saltou sobre os livros (tava naquela fase de namoro, que você fica sempre acariciando o livros sabe,rs), quando ela se deu conta que eu não era ameaça alguma e que ela poderia me mostrar os livros sem problemas (gente eu não dou a mínima pro King, mas confesso que este livro me fez repensar este status atual), quando ela desembalou os livros, um dos títulos me chamou a atenção – ele tinha uma capa preta toda misteriosa e com uma imagem de um homem e uma janela nebulosa, eu automaticamente disse, me empresta, este tema muito me interessa.

Sei que foi um pouco doloroso a separação do livro tão amado, mas Telma conseguiu praticar o desapego por conta do amor aos amigos e esta história teve um final feliz, inclusive já devolvi o livro. rs

E chega de blábláblá, vamos aos meus pitacos sobre este livro do King

Bem, como tenho ranço (preciso trabalhar mais este meu lado durão,rs) do autor devido experiencias passadas, fui pro livro sem nenhuma expectativa e fui de coração aberto, o que vier é lucro e veio.

Este livro é para escritores iniciantes e visivelmente para os fãs do trabalho do autor (é um mimo pros fãs eu diria), não lembra em nada aqueles elaborados e enfadonhos manuais de escrita, que mais te chateiam do que produzem algo de positivo em sua escrita.

A forma escolhida pelo King (ah muleke) o beneficiou muito, o misto entre biografia e dicas pessoais de escrita e de como é o próprio processo quando ele está escrevendo seus títulos, tornou o livro um bate papo , uma verdadeira conversa entre amigos, tendo momentos muito íntimos e de descontração.

Bem ele dedica umas 80 páginas a sua vida no inicio do livro e de como a escrita foi acontecendo na vida dele, talvez isso possa irritar algumas pessoas que vão para este livro querendo saber logo sobre a arte da escrita, mas eu entendi o que o autor quis mostrar e não achei perda de tempo.

A vida dele é ser escritor, as coisas se confundem, uma é extensão da outra, então não se zangue por isso, tá bem?

Eu particularmente gostei muito desta forma despretensiosa de falar sobre como escrever, acaba por desmistificar o ofício e dá um empurrão aos escritores que ainda estão maturando a ideia e que não se lançaram ainda ao árduo trabalho que é contar histórias vívidas e consistentes, e também acaba por dar a mão aos escritores indecisos e vacilantes.

O livro é singelo (isso é um elogio) e funcional, o King foi honesto com a tarefa de falar sobre escrita , já que usa sua própria experiencia como escritor de ficção.

Você já pode após a leitura colocar as dicas do seu King no papel , sejam ela somente sobre a escrita ou mesmo sobre os toques dados sobre o mercado editorial e afins.

Já ia me esquecendo de algo muito importante, o King usa quase como livro texto para expor suas ideias, o livro Elements of Style de William Strunk Jr. e E.B. Whithe (sem tradução por aqui), que segundo ele quase não há baboseira nele,rs.

Ao final do livro, ele coloca uma longa listas de livros lidos por ele nos últimos anos e que vale muito a pena dar uma checada, mas antes disso, algo que achei de grande valor, foi ele dizer leia fulano para aprender como fazer diálogos reais, ou leia sicrano para construir descrições de personagens e situações, panos de fundos, ritmo...

E que me desculpem os não apaixonados por um bom rock, não tem como não criar alguma espécie de vinculo com um cara que escuta no talo Metallica e AC/DC enquanto cria suas histórias né.

Alguns quotes, olha que marquei muitas coisas, escolher foi tarefa difícil, mas vamos lá

“...escritores possam ser feitos, nem pelas circunstâncias nem por autodeterminação (embora já tenha acreditado nessas coisas). O equipamento vem na embalagem original. Embora não seja, de forma alguma, um equipamento incomum. Acredito que muitas pessoas têm pelo menos algum talento para escrever ou contar histórias, e esse talento pode ser fortalecido e afiado. Se eu não acreditasse nisso, escrever um livro como este seria perda e tempo”

“Gostaria de sugerir que, para escrever com o máximo de suas habilidade, convém construir sua própria caixa de ferramentas e depois trabalhar a musculatura para carregá-la com você”

“...o advérbio não é seu amigo”

“ Os advérbios, como a voz passiva, parecem ter sido cridos para o escritor tímido. Com a voz passiva, o autor em geral demonstra medo de não ser levado a sério; é a voz de menininhos usando bigodes de canetinha e de menininhas andando para lá e para cá com os saltos altos da mamãe”

“Escrever é seduzir”

“Se você quer ser escritor, existem duas coisas a fazer, acima de todas as outras: ler muito e escrever muito”

“Cada livro que se pega para ler tem uma ou várias lições, e geralmente os livros ruins têm mais a ensinar do que os bons”

“ ...uma das principais regras da boa ficção é nunca dizer algo que você pode, em vez disso, nos mostrar”

“A descrição começa na imaginação do escritor, mas deve terminar na do leitor”

“ A leitura é o centro criativo da vida de um escritor. Eu levo um livro comigo aonde quer que vá, e não faltam oportunidades para mergulhar na leitura”

Trilha sonora de riffs potentes do Metallica – Album Death Magnetic

Marcia Cogitare