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26 abril, 2015

Resenha: O Voo da Libélula

Na noite de 23 de dezembro de 1980, um avião cai na fronteira entre a França e a Suíça, deixando apenas uma sobrevivente: uma bebê de 3 meses. Porém, havia duas meninas no voo, e cria-se o embate entre duas famílias, uma rica e uma pobre, pelo reconhecimento da paternidade.

Numa época em que não existiam exames de DNA, o julgamento estende-se por muito tempo, mobilizando todo o país. Seria a menina Lyse-Rose ou Émilie? Mesmo após o veredicto do tribunal, ainda pairam muitas dúvidas sobre o caso, e uma das famílias resolve contratar Crédule Grand-Duc, um detetive particular, para descobrir a verdade.

Dezoito anos depois, destroçado pelo fracasso e no limite entre a loucura e a lucidez, Grand-Duc envia o diário das investigações para a sobrevivente Lylie e decide tirar a própria vida. No momento em que vai puxar o gatilho, o detetive descobre um segredo que muda tudo. Porém, antes que possa revelar a solução do caso, ele é assassinado.

Após ler o diário, Lylie fica transtornada e desaparece, deixando o caderno com seu irmão, que precisará usar toda a sua inteligência para resolver um mistério cheio de camadas e reviravoltas.
Em O voo da libélula, o leitor é guiado pela escrita do detetive enquanto acompanha a angustiada busca de uma garota por sua identidade.



Agraciado com 4 prêmios na França, entre os quais o Prix Maison de la Presse e o Prix du Roman Populaire, O voo da libélula teve seus direitos vendidos para 25 países e ganhará uma adaptação cinematográfica.
Estava na hora.
Ele posicionou com delicadeza o L’Est Républicain bem na sua frente, avançou a cadeira e empunhou com firmeza a coronha do revólver com a mão suada.
Tentou não pensar em mais nada, concentrar-se no vazio.
Curvou o corpo e encarou a matéria 20 centímetros à sua frente. Olhou uma última vez para a foto da fuselagem carbonizada, para a do bombeiro em frente ao hospital de Montbéliard segurando delicadamente um corpinho um pouco azul demais. A milagrosa sobrevivente.
Seu olhar se fixou para todo o sempre; a tinta ficou mais nítida, como a lente de uma câmera que se ajusta, como uma derradeira janela para o mundo antes de tudo mergulhar na névoa.
O impensável atingiu Grand-Duc como se uma descarga elétrica intensa e repentina houvesse varado seu corpo.
No início, pensou que fosse uma ilusão, uma alucinação provocada pela iminência da morte, um mecanismo de defesa inventado por seu cérebro.
Não!
O que estava vendo, o que estava lendo naquele jornal era muito real.
Estava tudo ali.
O detetive começou a raciocinar; ao longo dos anos, havia criado muitas hipóteses, centenas delas, mas agora tinha o ponto de partida, e bastava puxar o fio para tudo se desenrolar com uma simplicidade desconcertante.
Baixou o revólver e, sem querer, deixou escapar uma risada ensandecida.
A solução estava ali, desde o princípio, à espera, sem pressa: era impossível encontrá-la na época, dezoito anos antes. Todo mundo tinha lido aquele jornal, todo mundo o tinha esmiuçado e analisado mil vezes, mas ninguém poderia ter adivinhado, nem em 1980 nem durante todos os anos que haviam se seguido.
A solução saltava aos olhos… com uma condição.
Uma única condição, totalmente absurda.
Abrir aquele jornal dezoito anos depois!


Queridos,

Eu realmente acredito que esse livro dará um ótimo filme!

Imaginem a angústia que fiquei, me fazendo mil perguntas para achar uma brecha no livro que pudesse indicar logo quem era a sobrevivente. A primeira hipótese e mais lógica que pensei era o teste de DNA, mas à época não existia ainda testes de DNA! Fui pesquisar pra ter certeza. 

O acidente ocorreu em 23 de Dezembro de 1980 e os testes de DNA começaram a ser feitos em 85, criando força ao final desta década.

Enfim, duas famílias lutaram em tribunal pela guarda da única sobrevivente: uma bebê de 3 meses. Mas no vôo havia duas bebês de 3 meses. A que família o juiz deveria decidir que a menininha pertencia?

Uma era cheia da grana, a outra não....

Enfim... houve uma decisão baseada em fatos mínimos, que na verdade não provavam nada de concreto mas que eram os únicos ao que o juiz na época podia se agarrar, e ele assim o fez.

“Algum dia um juiz teve esse poder, de matar uma criança para outra poder viver? De ser ao mesmo tempo salvador e carrasco?”

A verdade vem à tona, 18 anos depois, com o diário de um investigador contratado por uma para juntar provas de que a menina pertencia à família que o contratou.

O diário é cansativo de ler. Por vezes traz revelações surpreendentes, por outras pensei, mesmo não sendo escritora, que eu faria diferente.

Há muitos mistérios no livro, desde a premissa à última folha... mas eu senti falta de personagens com mais força. A personalidade dos personagens não me pegou. Não fiquei torcendo por nenhum deles. Faltou tempero, no meu ponto de vista.

Após a página 181 o livro começa a emplacar e se torna verdadeiramente gostoso de ler (ainda assim odeio o diário de Crédule Grand-Duc - o investigador).

Com certeza, assim que o houver adaptação e o filme sair irei assisti-lo! Muita prolixidade será cortada e à mim, ao menos, ficará mais atraente.

Não me entenda mal.... é um bom livro, apenas na minha opinião, com umas cem páginas a mais do que o necessário.

Você me entende? O final faz valer à pena toda e qualquer ranço que eu tenha tido no começo da leitura! Também responde às minhas questões primárias! O final é maravilhoso!

Beijos






15 comentários:

  1. Muito intrigante esta trama. Fiquei empolgada com o que li aqui. Não imaginava que seria isso tudo e que ainda vai ser adaptado pra filme. Que legal. Vou ter que ler e conferir. A capa já é de arrebentar.
    Beijos.

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    1. É uma trama intrincada e intrigante, Beth!
      Assim que tiver lido, diga-nos o que achou.
      beijocas em você.
      ;)

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  2. Telma, gostei muito do plot, me parece um livro bem diferente.

    Vai virar filme mesmo?. Talvez fique melhor explorado.

    Hug :D

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    1. é um livro diferente, sem dúvida.
      E, SIM, vai mesmo virar filme.
      beijos, gatona!

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  3. Sua resenha teve a medida certa para atiçar mais ainda minha curiosidade em relação a esse livro, é realmente uma questão que nos deixa interessados em descobrir de quem a bebê era filha, é um quebra-cabeça que aos poucos vai sendo montado.
    Entendo a parte em que fala que deveria ter menos páginas para a história fluir melhor, mas mesmo assim fico feliz de saber que o final compensa os erros.
    Um lançamento da Arqueiro que veio com tudo, uma forte divulgação e um suspense atraente.

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    1. Que considerações bacanas, David!
      Ratifico ao dizer que é mesmo,, muito bom ter você por aqui!
      Beijos, queridão. Se puder, leia-o.

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    2. Obrigado Telma, desculpa a ausência, agora voltei para ficar de vez.
      Aceitei sua consideração e já pedi aniversário ( em julho, tá chegando!), a Arqueiro anda trazendo lançamentos bem bacanas esse ano, como leitor fico feliz, só meu bolso que sofre um pouco, ainda mais com esse crise.

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  4. Nossa Telma, comecei a ler e fiquei toda feliz pensando que era um livro daqueles que se gruda e não consegue separar antes de terminar. Mas, quando falou do diário... mas, seria um livro que leria se tiver oportunidade. Fiquei pensando, coitado desse juiz, não queria ser ele de forma alguma. Há coisas difíceis de fazer, e decidir sobre outra vida que não tem expressão formada, deve ser a coisa mais difícil.

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    1. Esse juiz me lembrou um episódio de Salomão na Bíblia, onde duas mães diziam que o filho era delas. Salomão disse que ia dar metade pra cada uma. Uma delas aceitou e a outra disse que era melhor dá-lo inteiro para outra.
      Claro que a que queria dar inteiro foi declarada "mãe".... mas ele não faz isso aqui...
      haushuahsuahushuashuahs
      beijos, Cinthia!
      :D

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  5. Ainda não li, porém como se trata de um suspense já entrou pra minha lista!
    adorei a resenha! :)

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  6. Não dava muita coisa por esse livro. Mas, sendo esta a primeira resenha que leio sobre ele, me mostrou os fatos, um pouco do desenrolar da trama e me fez começar a formular minhas próprias hipóteses.
    Fiquei bem curiosa para saber qual mistério envolve essas duas meninas (e será que são duas mesmo?!?) e quem assassinou o detetive e porquê.
    Adoro investigações, tramas policias e thrillers.

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  7. Telma, já não teve um filme com esse nome? Acho que foi o Harrison Ford que fez um dos protagonistas...

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  8. Um livro epico do jeitoo que eu gostoooo ... e vai para minha lista de leitura!

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  9. Realmente o livro parece ser muito bom Telma, o ruim é quando eles tentam esticar colocando coisas sem necessidade, ai em vez de ser uma leitura legal se torna cansativa

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