Desde pequeno, Mack McAsh foi obrigado a trabalhar nas minas de carvão da família Jamisson e sempre ansiou por escapar. Porém, o sistema de escravidão na Escócia não possui brechas e a mínima infração é punida severamente. Sem perspectivas, ele se vê sozinho em seus ousados ideais libertários.
Durante uma visita dos Jamissons à propriedade, Mack acaba
encontrando uma aliada incomum: Lizzie Hallim, uma jovem bela e bem-nascida,
mas presa em seu inferno pessoal, numa sociedade em que as mulheres devem ser
submissas e não têm vontade própria. Apesar de separados por questões políticas
e sociais, os dois estão ligados por sua apaixonante busca pela liberdade e
verão o destino entrelaçar suas vidas de forma inexorável.
Editora: Arqueiro
Autor: Ken Follett
Páginas: 397
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Quem acompanhou minha última postagem do Surtos Literários sabe que eu fui absolutamente seduzido pelo
Ken Follett após a leitura de Inverno do Mundo, o segundo livro da
genial trilogia O Século. Contudo, não
foi com o mesmo fascínio que finalizei o último parágrafo de Um lugar
chamado liberdade, obra publicada em 1995 e lançada no Brasil pela Editora Arqueiro. Com os olhos marejados,
confesso que o livro é bom, mas sequer chegou perto do potencial do meu querido
Ken.
Se a sinopse do livro
tivesse sido escrita por mim, eu diria que Um lugar chamado liberdade
apresenta dois personagens cheios de personalidade e ávidos por viver suas
próprias escolhas. Lizzi Hallim e Mack McAsh não se conformam com as imposições
sociais e não aceitam a inércia intelectual predominante. Eles são ousados,
visionários e líderes por natureza, aspectos que desagradam os detentores do
poder. Em meio a busca pela libertação, ambos vivem momentos de grandes
descobertas.
Tudo isso é verdade. Eu
juro que não estaria mentindo ao escrever essa sinopse. O livro tinha potencial
para ser genial, pois a proposta é muito boa. Apesar de ser uma história do
século XVIII, os conflitos são atuais e
revelam questões políticas importantíssimas: a farsa da igualdade de gênero, as
consequências da desigualdade social, a centralização do poder na mão dos
abastados, as péssimas condições de trabalho dos proletariados e o feminismo.
Esses ingredientes seriam
suficientes para fazer de Um lugar chamado liberdade mais uma excelente
obra de Follett. No entanto, acredito veemente que três gravíssimos erros foram
cometidos, transformando o romance numa história chata e tediosa (ai que
dor!).
Erro
gravíssimo nº 1: PREVISÍVEL DEMAIS. É frustrante quando um
livro dá vazão para que o leitor deduza os próximos acontecimentos. Muito pior
quando nossa dedução está correta. Na metade do livro, eu já imaginava como
seria o final. E não é que eu estava certo, mana?! Adorei a minha nova
percepção extrassensorial. (Acho que vou montar uma tenda na Paulista e
virar cartomante).
Erro
gravíssimo nº 2: DIÁLOGOS AFETADOS. Honestamente, nada me
incomoda mais do que diálogos forçados, sem naturalidade. Sabe aquelas frases
piegas ou desnecessariamente clichês? Pelo amor de todos os santos romancistas!
O livro está repleto delas. Por várias vezes me senti enauseado, perguntando-me
se não dava pra ter escrito de outra maneira. "Você vai se arrepender
pelo resto da sua vida". Sério, Ken Follett? Não tinha outra ameaça
menos novela do SBT?
Erro
gravíssimo nº 3: NARRATIVA PREGUIÇOSA. As coisas vão acontecendo meio atropeladas e
apressadas, como se tivesse faltado criatividade ou boa vontade por parte do
autor. Consequência: O leitor não se apega aos personagens! Por mim, os protagonistas
poderiam ser abduzidos ou atropelados por um caminhão (aquele bem sádico),
que eu dormiria tranquilamente. Faltou (e muito) profundidade. Tudo acontece e
desaparece rápido demais.
Enfim, depois de rebolar
o tchan em cima do livro, eu volto a afirmar que Um lugar chamado liberdade
não é uma péssima história, mas parece que foi gerada numa tarde ociosa de
domingo, enquanto Ken Follett assistia Domingão do Faustão, louco para que
começasse logo o Fantástico. A gente não sente o vigor, a paixão e o entusiamo
característicos do escritor. Mas para quem não conhece suas obras,
talvez esse romance seja algo "uau, que máximo!" Quem sabe?
Então, como fofollett que
ainda sou, sugiro que você leia o livro e tire suas próprias conclusões. Se eu
estiver errado, volte aqui e fale um monte de coisa na minha cara. Se eu
estiver certo, vamos para um bar e chorar nossas mágoas.
Eu tô falando sério.
Beijos e abraços, gente
bonita.
Queridão...
ResponderExcluirque pena que ele não honrou a aliança de vocês dessa vez, né?
Mas é assim mesmo... em alguns livros são gênios, em outros mais previsíveis.
Bóra esperar o próximo pra ver como seu Fofolet se sai...rs
Amei a resenha honesta e os erros apontados. "Faiz parti, manus"
beijo grande
Realmente não dá pra ser 100% sempre, amiga!!
ExcluirO meu próximo será Pilares da Terra. Acho que esse não vai decepcionar.
Que bom que curtiu a honestidade. rsrs
Um beijo!!!
TIVE QUE VOLTAR AQUI PRA DIZER QUE RI DEMAIS DA CONTA, NESSA SUA NOTA GOSTOSA... HAUHSUAHSUAHSUAHUSHAUSHUAHSA :))
ResponderExcluir"eu volto a afirmar que Um lugar chamado liberdade não é uma péssima história, mas parece que foi gerada numa tarde ociosa de domingo, enquanto Ken Follett assistia Domingão do Faustão, louco para que começasse logo o Fantástico. A gente não sente o vigor, a paixão e o entusiamo característicos do escritor. Mas para quem não conhece suas obras, talvez esse romance seja algo "uau, que máximo!" Quem sabe?"
Pois é... Mais ou menos isso!! hahaha
ExcluirLuan!
ResponderExcluirNossa! Fiquei foi triste, sabia? Amo o Ken Folett e essa é a segunda resenha não tão positiva que leio sobre esse livro...
Bem, também não sejamos tão impiedosos... acredito que todo autor tem seu momento 'erro' na vida e fico nessa esperança... que os próximos sejam como os primeiros...:-bd
cheirinhos
Rudy
Oi, Rudy!
ExcluirVocê tem toda razão... Ele continua sendo mestre, apesar deste deslize. Rsrs. Acho que é impossível agradar o tempo inteiro.
Estou nessa esperança também.
Beijos,Rudy. Cheirinhos também!
Luan, muito boa sua resenha, gostei muito das sua explicações e pontos de vista, e sabe que tbm não gosto de livros previsíveis, acho que perde todo o tesão da leitura, muitas vezes não consigo terminar uma leitura assim. Mas quem sabe o autor "melhora" para o próximo livro :)
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