Inverno do Mundo {carta a Ken Follet}

Em meio aos acontecimentos da Segunda Guerra Mundial, cinco famílias vivem uma história de tirar o fôlego: paixão, desespero, lutas, conquistas e reviravoltas surpreendentes. Inverno do Mundo, segundo livro da trilogia O Século, fala sobre política de maneira clara e atraente, contando detalhes sobre um período marcado pelo terror, mas que deixou um legado eterno - o amor pela vida

"Como em toda obra de Ken Follett, o contexto histórico pesquisado com minúcia é costurado de forma brilhante à trama, povoada por personagens que esbanjam nuance e emoção. Com grande paixão e mão de mestre, o autor nos conduz a um mundo que pensávamos conhecer e que a partir de agora não parecerá mais o mesmo" (Arqueiro)

Autor: Ken Follett
Número de páginas: 874
Editora: Arqueiro

Quanto mais progredia na leitura de Inverno do Mundo, maior era meu ceticismo a respeito desta resenha. Ao final do ultimo capítulo, conclui que seria impossível descrever uma obra tão rica sem inevitavelmente parecer desleal. O romance jamais poderia ser apreciado em outras palavras que não fossem as do próprio autor. Por isso, desistindo da resenha e para não me sentir culpado, revolvi transformar este texto em uma carta de amor, declarando minha devoção pela história e seu criador.

De: Luan de Andrade

Para: Ken Follett

Ken Follett, você é um mestre! Fui completamente conquistado pela sua brilhante capacidade de criar personagens adoráveis, inseridos num momento inesquecível da História. Eles são convincentes, reais, inteligentes, fortes, cheios de libido, complexos... apaixonantes de verdade! Confesso que rolou uma química alucinante entre mim e Lloyd Willians, então eu não sabia se amava ou detestava Daisy Peshkov. Por que ela e não eu?, perguntava-me aos prantos.

Sem contar que eu não sei quantas vezes chorei, gargalhei, fiquei furioso, tive ataque de histeria... Ou seja, uma narrativa que me envolveu por completo, da cabeça aos pés. Seus diálogos são inteligentes, esclarecedores e carregados de uma emoção real e quase tangível. Fiquei maravilhado porque você sabe tirar a chatice dos detalhes. A gente não cansa de ler, cara! Cada parágrafo é indispensável, gostoso e bem redondinho. Nossa! Nossa, gente! Minha nossa! Acho que eu te amo.

(Eu tô falando sério. Não é brincadeira, eu juro! Ei... para de rir, poxa! Me leva a sério, Ken Follett. Eu te amo, Ken Follett)

Ken, amor meu, você fala de política na dose certa, com leveza e profundidade geniais. Você despertou em mim o interesse por assuntos que o Anselmo, meu professor de História no colegial, sequer foi capaz de causar uma cócega de curiosidade. Nazismo, Comunismo, Guerra Civil Espanhola, União Soviética, II Guerra Mundial... Você descreve a realidade com tanta naturalidade e simplicidade, que eu me senti no Século XX, bem perto das cinco (in)críveis famílias contadas por você.

Berlim, Estados Unidos, Inglaterra, Rússia, Espanha... A história percorre muitos caminhos, conta sobre momentos fascinantes e abre a mente do leitor. É um verdadeiro romance da vida real, que certamente nasceu após muita pesquisa e comprometimento com os fatos

Enfim, obrigado pela experiência maravilhosa chamada Inverno do Mundo. Foi absurdamente divertido e um enorme aprendizado. Jamais esquecerei e não vejo a hora de ler o terceiro volume da trilogia. Confesso que antes de você eu achava que já tinha lido bons livros, mas agora minha exigência atingiu um nível bem mais elevado. Vai ser difícil encontrar alguém tão bom... Caraaamba! Satisfeito, Ken Follett? O que eu vou ler agora?

P.S.: Por favor, baby love, escreva-me uma carta contando seu segredo de mestre. Quero ser um escritor parecido com você. Mentira, parecido não. Quero ser igual! Na verdade, quero ser e ter você por completo, right here, right now... You know what I mean? Brincadeira (ou não).